Impeachment não é golpe, é democracia
Desde que o governo Dilma Rousseff assumiu em janeiro de 2011 que o país tem se chafurdado na lama. No início do seu primeiro governo, vários ministros foram denunciados por esquemas de corrupção e foi caindo um a um. Ao longo dos anos de 2011, 2012 e 2013 parecia que tudo estava uma maravilha, até surgirem as manifestações de junho de 2013 que colocaram a real situação do país para a sociedade.
De bate-pronto a aprovação da presidente virou pó e desde então ela nunca mais conseguiu se ver livre da agenda negativa. A eleição de 2014 foi marcada por uma das mais repugnantes disputas eleitorais, onde o PT usou o seu farto tempo de televisão para denegrir adversários, tratando-os como inimigos e influenciando negativamente a opinião dos desesclarecidos.
Por muito pouco, cerca de 3 milhões de votos de diferença, Dilma Rousseff conseguiu mais quatro anos para o PT, completando um ciclo de dezesseis anos no poder. Na campanha Dilma disse que seria um governo novo com idéias novas. Isso foi repetido à exaustão nas suas inserções e no seu guia eleitoral.
A prática mostrou que as idéias são mais velhas do que se imaginava. O governo vem cortando direitos da população, mantendo os privilégios de 39 ministros e milhares de cargos comissionados que em sua maioria são pagos com dinheiro do povo brasileiro para defender o PT diariamente nas redes sociais. A economia está em frangalhos, consolidando um índice de desemprego chegando a 7%, a inflação passando dos 7% com grandes chances de chegar aos dois dígitos no final do ano, o dólar próximo de quatro reais e a taxa básica de juros sendo a maior do planeta. Isso não foi mostrado na propaganda da presidente Dilma Rousseff.
O atual governo perdeu as condições políticas de governar o país, porque é ruim na gestão, péssimo na economia e phD na corrupção. A Petrobras está aí pra todo mundo ver que o governo Dilma Rousseff é um fracasso. E a presidente tem a ousadia de ir para uma rede nacional querer dizer que nada do que ocorre de ruim é culpa dela.
O impeachment é um mecanismo legítimo que salvaguarda a democracia de governos corruptos e irresponsáveis. Em hipótese alguma pode se considerar o instrumento como um golpe, mas sim uma proteção ao estado democrático de direito. Apenas para efeito de comparação, no governo Collor tivemos o escândalo do FIAT Elba que foi comprado com dinheiro vivo das contas fantasmas do tesoureiro de campanha, PC Farias. Algo amador perto do que estamos vivenciando ao longo do governo Dilma.
Militantes que apoiam a presidente alegam que com a saída de Dilma da presidência quem assume é Michel Temer, o vice-presidente. Uma figura que segundo eles é abominável, porém serviu para ocupar o cargo no primeiro governo e foi mantido na chapa que foi reeleita. Mas hoje Michel Temer, conhecedor do Congresso Nacional e com uma ideologia menos radical que a do PT, pode servir ao Brasil como Itamar Franco serviu em 1992.
Foi a partir do governo Itamar Franco que surgiu o Plano Real, do qual o PT foi contra. Naquela ruptura do governo Collor, o Brasil conseguiu sair da crise econômica e convergir para um ciclo de 16 anos (oito do PSDB e oito do PT) de estabilidade política e econômica. Então o impeachment não foi ruim para o país, muito pelo contrário.
Definitivamente Dilma Rousseff perdeu as condições morais e políticas que continuar no cargo de presidente da República. Amanhã teremos protestos nas ruas do Brasil que podem dar o start para o impeachment de Dilma, motivos para isso não faltam. Está todo dia no noticiário nacional. Mas não será a corrupção que derrubará Dilma, ela será apenas um forte ingrediente.
Se porventura Dilma for deposta, a maior responsável por isso será a economia, que seu governo ajudou a afundar depois de tanto sacrifício feito para reestruturá-la.
Fiasco – Foi um verdadeiro fiasco o ato em defesa do governo Dilma Rousseff em 24 capitais do país. Se juntar todas as pessoas do MST, da CUT e da UNE que estavam presentes não chega a 30 mil pessoas. Além disso o movimento incendiou mais ainda os protestos de amanhã contra o governo.
Paulo Câmara – O governador Paulo Câmara esteve ontem em Araripina para abrir os seminários do Todos por Pernambuco. Hoje o governador e sua comitiva estarão em Petrolina e amanhã eles estarão em Salgueiro.
Dólar – O Dólar fechou ontem na Bovespa operando em R$ 3,25. É a maior alta desde 2004. A tendência após as manifestações contra o governo é que essa diferença aumente mais ainda. As chances de em junho um dólar chegar a quatro reais são imensas.
Copom – O Comitê de Política Monetária deverá aumentar novamente a taxa básica de juros, a Selic. Hoje ela está 12,75% e deve ultrapassar a casa dos 13 pontos percentuais na próxima reunião do Copom.
RÁPIDAS
Petrobras – Com o dólar nas alturas, a dívida da Petrobras aumenta consideravelmente, haja vista que 70% da dívida da estatal brasileira é lastreada na moeda americana. Estima-se que de setembro pra março o valor da parcela dívida da Petrobras aumentou em R$ 70 bilhões.
Protestos – Amanhã será um dia de inúmeros protestos contra Dilma Rousseff pelo Brasil a fora. No Recife a manifestação será em frente a Padaria Boa Viagem a partir das 9 da manhã.
Inocente quer saber – Por quê Lula não participou das manifestações em favor de Dilma Rousseff realizadas ontem?