Blog Edmar Lyra

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Postado por Edmar Lyra às 11:54 am do dia 30 de maio de 2020 Deixe um comentário

O transformador Augusto Lucena

Nascido na cidade de Guarabira, na vizinha Paraíba, em 1916, Augusto da Silva Lucena era parente de Henrique Pereira de Lucena, o Barão de Lucena, que no período imperial presidiu algumas províncias e foi deputado-geral, e já no período republicano foi ministro da Agricultura e da Fazenda no governo do Marechal Deodoro da Fonseca e posteriormente ministro do Supremo Tribunal Federal.

Augusto Lucena mudou-se de Guaraibira para a cidade do Recife em 1937 para concluir seus estudos no Ginásio Pernambucano e posteriormente formou-se em Direito em 1944 pela Faculdade de Direito do Recife. Como bacharel em Direito, tornou-se em 1948 delegado de acidentes de trânsito na capital pernambucana ficando no posto até 1951 quando passou a ser delegado de investigações e captura e delegado de trânsito de Pernambuco até 1954.

Em outubro de 1954, Augusto Lucena tenta seu primeiro mandato eletivo pela Aliança Social Democrática, composta pelo Partido Social Progressista (PSP) e pelo Partido Libertador (PL). Ele fica na primeira suplência, mas em 1955 consegue assumir o mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco, sendo reeleito em 1958 e 1962.

Nas eleições de 1963, é eleito vice-prefeito do Recife e com a adoção do regime militar que cassou o mandato de Miguel Arraes e Pelópidas Silveira, Augusto Lucena assume a prefeitura do Recife em 10 de abril de 1964. Com a extinção dos partidos políticos e adoção do bipartidarismo, Lucena filia-se à Aliança Renovadora Nacional (ARENA), tornando-se vice-presidente estadual do partido em Pernambuco.

Com o fim da sua gestão na prefeitura do Recife, é eleito vereador na capital pernambucana, ficando no cargo até 1970 quando elege-se deputado federal, em janeiro de 1971 assume seu mandato em Brasília, mas fica pouco tempo, pois em maio do mesmo ano é nomeado prefeito do Recife pelo então governador Eraldo Gueiros, exercendo seu segundo mandato no comando da capital pernambucana.

Nas duas gestões como prefeito do Recife, Augusto Lucena ficou marcado pela construção do edifício-sede da prefeitura do Recife e do Colégio Municipal, também executou reformas nas pontes do Limoeiro, do Jiquiá, da Capunga e da Caxangá, bem como o alargamento e pavimentação da Avenida Caxangá e abertura das Avenidas Agamenon Magalhães, Domingos Ferreira, Abdias de Carvalho, Nossa Senhora do Carmo e Dantas Barreto e requalificou o Cais do Apolo, Praça da Convenção e Praça da Independência.

Augusto Lucena também foi responsável pela criação da Companhia de Habitação do Recife (COHAB), Companhia de Abastecimento do Recife (COMPARE), e a Fundação Guararapes e implantou um sistema de iluminação na cidade, transformando-a na cidade mais iluminada do Brasil.

Ao término do seu mandato em 1975, elege-se novamente vereador do Recife em 1976, e em 1978 é novamente eleito deputado federal, ficando no cargo até 1983 quando não consegue a reeleição na Câmara Federal. Desde então deixou a política, vindo a falecer em 22 de outubro de 1995.

Apesar de ter sido três vezes deputado estadual, duas vezes vereador do Recife e duas vezes deputado federal, Augusto Lucena ficou marcado na política pernambucana pelas duas passagens pela prefeitura do Recife, fazendo de suas gestões instrumento de transformação da nossa cidade, como um visionário que marcou época na política pernambucana.

Arquivado em: Personalidades de Pernambuco, Sem categoria Marcados com as tags: Augusto Lucena, Barão de Lucena, Eraldo Gueiros, miguel arraes, Pelópidas Silveira, Recife

Postado por Edmar Lyra às 8:47 am do dia 29 de maio de 2020 1.218 Comentários

O engenheiro Pelópidas Silveira

Nascido no Recife em 15 de abril de 1915, Pelópidas Silveira formou-se em engenharia pela Escola de Engenharia de Pernambuco, formando-se em 1935 e atuando no setor como assistente. Pelópidas participou da criação do Instituto Tecnológico do Estado de Pernambuco (ITP), em 1943.

Com o fim do estado novo, Pelópidas foi nomeado prefeito do Recife em 1946, ficando no cargo entre fevereiro e agosto daquele ano, apesar de pouco tempo, construiu praças, alargou ruas, e tabelou o preço de pescados na semana santa. Nas eleições de 1947 candidatou-se ao governo de Pernambuco, mas acabou derrotado por Barbosa Lima Sobrinho, apesar da derrota teve grande votação no Recife e nas cidades vizinhas.

Engenheiro formado e com a experiência de ter sido prefeito e candidato a governador, Pelópidas decidiu abrir seu escritório de engenharia em 1949, mantendo-o em funcionamento até 1954 quando deixou as atividades profissionais e ingressou novamente na política. Em 1955 passou a integrar a Liga de Emancipação Nacional, e com a lei do deputado Antônio de Barros Carvalho que tornou Recife uma cidade autônoma, Pelópidas candidata-se em dezembro a prefeito do Recife, sem filiação partidária, apoiado pela Frente do Recife, que agrupava o PTB, o PSB e outras agremiações menores. Sob a acusação de ser comunista, Pelópidas teve sua candidatura impugnada, porém o Tribunal Regional Eleitoral deferiu sua postulação por unanimidade.

Eleito prefeito do Recife, Pelópidas contava com apenas quatro vereadores que lhe apoiavam, os outros dezenove lhe faziam oposição, além da oposição do governador Cordeiro de Farias, mas isso não foi óbice para que Pelópidas fizesse uma gestão transformadora na capital pernambucana. Como prefeito, Pelópidas constituiu a Avenida Conde da Boa Vista, ligando diversos bairros ao centro do Recife, também construiu a Avenida Norte, ligando o Porto do Recife ao bairro de Casa Amarela, adquiriu o Teatro do Parque e o Sítio da Trindade, transformando-o em um logradouro histórico, ainda instalou ônibus elétricos na cidade e realizou processos de ausculta à população, numa espécie de gestão participativa.

Nas eleições de 1958, Pelópidas foi candidato a vice-governador na chapa de Cid Sampaio, numa chapa apoiada pela UDN, PTB e PSB. Apesar de ter sido eleito, Pelópidas continuou como prefeito, porque não poderia acumular os dois cargos, só vindo a tomar posse como vice-governador em novembro de 1959, quando Miguel Arraes já havia sido eleito prefeito do Recife.

Durante a gestão de Cid Sampaio, Pelópidas chegou a assumir algumas vezes o cargo de governador de forma interina, até que em 1962 com a vitória de Miguel Arraes para o cargo de governador, assumiria o cargo de secretário de Viação e em 1963 seria novamente eleito prefeito do Recife. Nas eleições de 1962, Pelópidas tentou ser deputado federal, mas acabou ficando na suplência. No terceiro mandato como prefeito do Recife, Pelópidas assumiu o cargo em dezembro de 1963, porém em março de 1964, teve, assim como o governador Miguel Arraes, o cargo cassado pelo regime militar que se instaurou no Brasil naquela época.

O regime militar pediu sua renúncia, mas Pelópidas não aceitou, no mesmo dia a Câmara Municipal do Recife cassou seu mandato por 20 votos contra 1, declarando seu cargo vago. Em 10 de abril de 1964, com a instituição do AI-1, Pelópidas teve seu mandato definitivamente cassado pelo regime e o vice Augusto Lucena assumiu o cargo.

Pelópidas ficou preso por cinco meses, sendo libertado somente em dezembro de 1964, seu processo acabou ficando a cargo da Justiça Militar por conta do foro especial que detinha devido ao cargo que ocupava, em 1965 foi aposentado junto com outros seis professores da Universidade de Pernambuco. Com a volta do pluripartidarismo em 1979 filiou-se ao PMDB e em 1980 foi anistiado pelo regime militar.

A partir de 1981, já aposentado, dedicou-se à iniciativa privada, até que em 6 de setembro de 2008 viria a óbito aos 93 anos de idade, encerrando uma bela trajetória de defesa da democracia, de amor ao Recife e de serviços prestados a Pernambuco. Pelópidas deixou importante legado para a nossa capital pernambucana, pois foi um prefeito moderno e arrojado, à frente do seu tempo, e marcou história em seus quase cem anos de vida.

Pelópidas e o centro do Recife ao fundo
Pelópidas Silveira
Pelópidas em evento público

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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