
A relação de desconfiança entre o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem causado uma intensa movimentação nos bastidores em busca de sucessores para o comando da Casa Legislativa. Com a impossibilidade de Lira concorrer a um novo mandato, dois nomes estão surgindo como favoritos ao cargo, a pouco mais de um ano e meio da eleição: o deputado Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil, e Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos. Essa disputa pelo poder gera um impacto significativo na capacidade do Executivo em formar uma coalizão sólida no Parlamento.
Enquanto Elmar Nascimento e Marcos Pereira despontam como favoritos, parlamentares de partidos da base governista estão buscando o apoio do governo para entrar na disputa. Isso cria um cenário desafiador para o Palácio do Planalto, pois a busca por apoio entre os partidos da base impacta a formação de uma tropa unida no Parlamento. Ao mesmo tempo, o PT, dono da segunda maior bancada, pretende abrir mão de lançar um candidato em troca de um nome de consenso, como ocorreu na reeleição de Lira no início do ano.
A articulação em torno do nome de Elmar Nascimento ganha força, especialmente pelo fato de ser próximo de Arthur Lira e ter uma relação considerada favorável com o governo. Além disso, Elmar Nascimento é líder da terceira maior bancada na Câmara, o que o coloca como um candidato forte. Já Marcos Pereira é visto como um nome moderado, capaz de estabelecer diálogos tanto com partidos de direita quanto de esquerda. No entanto, o Republicanos, partido de Pereira, enfrenta dificuldades para obter o apoio do governo, pois não faz parte da base aliada.
Enquanto a disputa se desenrola, é evidente a divisão na Câmara, que se divide em dois superblocos partidários. Um grupo, liderado pelo União Brasil e PP, está mais alinhado a Arthur Lira e considera Elmar Nascimento como seu candidato. O outro bloco engloba MDB, PSD, Republicanos e Podemos, e tem como alternativas os nomes de Marcos Pereira, Antonio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL). Ainda é cedo para definir apoios, mas a movimentação nos bastidores está intensa e os partidos aguardam um cenário mais claro para tomar suas decisões.



