
A reunião que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia convocado para esta segunda-feira, 5, com líderes partidários da Câmara dos Deputados foi cancelada, de acordo com informações apuradas pelo Estadão/Broadcast. O encontro tinha como propósito agradecer aos deputados pela aprovação da Medida Provisória dos Ministérios.
José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, enviou uma mensagem às lideranças partidárias informando que o encontro foi desmarcado devido a “motivos de agenda” do presidente. No entanto, a reunião teria sido cancelada porque o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), levou os líderes partidários para São Paulo, onde participarão de um evento do Esfera Brasil ainda hoje.
Anteriormente, Lula e Lira se reuniram no Palácio da Alvorada. Acompanharam Lira para a capital paulista os líderes Isnaldo Bulhões (MDB-AL), Hugo Motta (Republicanos-PB) e André Fufuca (PP-MA).
Com dificuldades na articulação política, o governo correu o risco de ver a MP dos Ministérios perder a validade na semana passada. Na véspera da votação, o Planalto liberou R$ 1 bilhão em emendas parlamentares. Desde o início do governo até o final de maio, já foram liberados R$ 5,5 bilhões em emendas. Até o momento, a reunião do ex-presidente com líderes do Senado está mantida.
Guimarães afirmou que a reunião será remarcada, mas sem especificar a nova data. Nos bastidores, porém, circulam outras versões sobre o adiamento do encontro. Líderes ouvidos pelo Estadão/Broadcast consideram que o momento não era adequado para uma reunião com Lula, devido à insatisfação da Câmara com o governo, que persiste. Deputados afirmam que o encontro não resolveria as demandas da Casa e poderia servir apenas como um gesto favorável a Lula.
A intenção da reunião era iniciar uma ofensiva para melhorar a relação entre o Palácio do Planalto e a Câmara dos Deputados, a fim de evitar os mesmos problemas enfrentados pelo governo na votação da MP dos Ministérios. Diante da insatisfação com o ritmo de liberação de emendas, nomeações para cargos regionais e o tratamento dado às bancadas, parlamentares ameaçaram retaliar o governo reprovando a medida provisória, o que resultaria na exoneração de 17 ministros.


