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Postado por Edmar Lyra às 19:58 pm do dia 18 de agosto de 2020

Radicalismo brasileiro, eis a questão

O Brasil vem, nos tempos recentes, experimentando um nível de radicalismo que tem inviabilizado o tratamento minimamente civilizado entre as pessoas. Recife foi palco disso este final de semana durante o episódio de transferência de  uma criança capixaba de 10 anos, estuprada por um tio e em adiantado estágio de gestação – cinco meses já chegando aos seis – para fazer um aborto no CISAM, maternidade que pertence à Universidade Estadual – UPE.

Não é de hoje que tenho uma posição clara sobre o assunto. Sempre defendi a vida e como tal sou contra o aborto. Não fico, porém, porque não é do meu feitio – e todos que me conhecem sabem disso – tentar convencer no grito. E o problema que constatamos é que essa pauta, sempre em debates ou em situações polêmicas como agora, gera discussões acaloradas e que geralmente chegam a níveis de agressões nada civilizadas. O que em nada ajuda na busca de soluções viáveis.

E foi pensando em contribuir com a questão por demais preocupante que me dirigi ao CISAM este domingo. Meu objetivo, único e real, era de conversar com os dois grupos com posições divergentes, extremas. Contribuindo, assim, com o encaminhamento de uma negociação, para que, como propuseram os médicos do Espírito Santo que se recusaram a fazer o aborto por conta do adiantado estágio da gestação, se pudesse convencer a família a adiar o procedimento a tempo do bebê poder sobreviver e ser encaminhado – se fosse o caso – para adoção.

Conversei com as pessoas e resolvi fazer um vídeo para explicar pelas redes sociais esse propósito. Impossível. Agressões verbais e gritaria me impediram de continuar expondo minha posição, meus argumentos. Ficando impossível também manter uma conversa e muito menos entendimentos.

Saí de lá convencida, infelizmente, de que o radicalismo exercido por muitos não se coaduna com os princípios democráticos, e que os ânimos não arrefecem sequer no momento em que está em jogo um tema como o aborto e, consequentemente, a morte de uma criança que já estava formada, pesando mais de 500 gramas. Podemos ter nossas posições a favor ou contra determinadas questões. Aceitar ou não a opinião ou crenças do outro, mas saber ouvir é o primeiro passo para exercitarmos melhor o nosso direito de escolha.

Se tentar fazer o outro ouvir um apelo de adiamento de um procedimento em busca de salvar duas vidas e não somente a da mãe, já tão sofrida e que foi violentada dentro de sua própria família por quatro anos, não sensibiliza, não serve como o começo de um entendimento. Então, como acreditar nos propósitos expostos em salvar vidas?

O radicalismo não permitiu que o diálogo sequer começasse. Tempos difíceis esses nossos.

*Por Terezinha Nunes, jornalista e ex-deputada estadual.

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Edmar Lyra

Jornalista político, foi colunista do Diário de Pernambuco e da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco e CEO do instituto DataTrends Pesquisas. DRT 4571-PE.

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