Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

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Por quê deveremos ter segundo turno no Recife?

A história das eleições no Recife e o contexto da atual disputa mostram que as chances de termos segundo turno são grandes, diferentemente do que pregam alguns analistas políticos. Todos os dados aqui descritos estão no site do TRE de Pernambuco.

Em 2000 João Paulo obteve 35,62% dos votos válidos, Roberto Magalhães 49,42% dos votos válidos, Carlos Wilson alcançou 10,88% dos votos válidos,  enquanto Vicente André Gomes obteve 3,4% dos votos válidos, os demais atingiram 0,6%. No segundo turno João Paulo venceu com pouco mais de 5 mil votos.

Em 2002 Jarbas Vasconcelos para o governo foi reeleito com 57,8% dos votos válidos no Recife, englobando um grande palanque composto por Armando Monteiro, Inocêncio Oliveira, Sérgio Guerra, dentre outros. Enfim, houve disputa, mesmo tendo apenas um candidato competitivo que foi Humberto Costa.

Em 2004 João Paulo foi reeleito com 56,11% dos votos válidos beneficiado pelo Caso Maria do Socorro, mesmo assim houve uma certa disputa. Cadoca, melhor colocado teve 27,6% dos votos válidos, seguido por Joaquim Francisco com apenas 9,4% dos votos válidos. Demais candidatos atingiram juntos 6,9% dos votos válidos. Mais uma vez tivemos um certo acirramento, mesmo com apenas um candidato acima dos 20% dos votos válidos.

Em 2006 Eduardo Campos foi eleito no Recife com 57% dos votos válidos no segundo turno, já no primeiro, Mendonça Filho atingiu 42%, enquanto Humberto e Eduardo atingiram juntos 54,9% dos votos válidos. Houve um certo acirramento na cidade.

Na eleição de 2008 João da Costa venceu a eleição no primeiro turno com 51,54% dos votos válidos, mesmo contando com todo apoio do governador Eduardo Campos, do então presidente Lula e do então prefeito João Paulo. Mendonça Filho obteve 24,63%, Raul Henry atingiu 16,04% dos votos válidos. O que determinou a vitória de João da Costa no primeiro turno foi a desidratação de Cadoca que simplesmente retirou a candidatura para que João saísse vitorioso.

Em 2010 foi o único ano que não houve acirramento nas disputas para governador ou prefeito no Recife, onde Eduardo Campos foi reeleito no primeiro turno com 73,7% dos votos válidos, 10 pontos a menos do que o socialista obteve no estado inteiro. Assim como Jarbas em 2006, Eduardo contava com um palanque muito forte e a eleição passada praticamente não houve disputa.

A eleição atual mostra um quadro consolidado onde Daniel Coelho e Humberto Costa terão mais de 20% dos votos válidos, para ser mais exato, Daniel e Humberto teriam 23% dos votos válidos se a eleição fosse hoje segundo a última pesquisa divulgada. Mendonça Filho atingiria 8% dos votos válidos e os demais cerca de 2%. O que daria 56% dos votos, sobrando aproximadamente 44% dos votos válidos para Geraldo Júlio.

É muito difícil que Geraldo consiga ultrapassar a barreira dos 47% dos votos válidos e chegue aos 50% mais 1 necessários para liquidar a fatura porque temos dois candidatos competitivos, um candidato que não tem mais pra onde desidratar e se houver, dificilmente seus votos migrarão para o socialista.

Apenas para ilustrar um pouco o contexto, João da Costa nesta mesma época o Ibope o apontou com 47% das intenções de voto, Mendonça tinha 22%, Raul Henry 12%, Cadoca 7% e demais 2%. Nos votos válidos João tinha 52,2% demais tinham 48,8%.

Pode ser que daqui a uma semana o panorama mude, mas pelo contexto atual Geraldo Julio dificilmente venceria a eleição no primeiro turno. E o eventual segundo turno tende a ser entre o socialista e o tucano Daniel Coelho. Os números mostram!

 

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