Blog Edmar Lyra

O engenheiro Evandro Avelar, ex-presidente da EMTU no governo Jarbas Vasconcelos, candidato a vice-governador na chapa de Mendonça Filho em 2006 e hoje secretário de Serviços Urbanos e Obras de Jaboatão dos Guararapes pode assumir a secretaria dos Transportes no governo Eduardo Campos a partir de janeiro.

O governador Eduardo Campos estaria desapontado com a ineficácia do secretário Isaltino Nascimento na pasta, que tem recebido críticas da imprensa e também dos prefeitos do interior. A secretaria dos Transportes engloba o GRCT, o DER, a ETPI, dentre outros, e está praticamente controlada pelo PT.

A nomeação de Evandro Avelar seria a formalização da aliança PSDB e PSB que já existe informalmente. O acordo teria o aval do governador Eduardo Campos, de Sérgio Guerra e do prefeito Elias Gomes.

Tudo começou ainda em 2005 quando havia a colocação das pré-candidaturas de Mendonça Filho (PFL) e Sérgio Guerra (PSDB) a governador de Pernambuco com o apoio do então governador Jarbas Vasconcelos, bem como as pré-candidaturas de Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB), ambos com o apoio do então presidente Lula.

O tucano Sérgio Guerra foi rifado do processo para que Mendonça Filho fosse o nome da União por Pernambuco na disputa, enquanto Humberto Costa e Eduardo Campos foram mantidos, Humberto como o candidato de Lula, Eduardo como alternativo.

Sabia-se que se Sérgio Guerra tivesse sido o candidato escolhido por Jarbas, a candidatura de Eduardo dificilmente seria levada a diante. O destino quis que Eduardo fosse eleito com consagradora votação para o governo de Pernambuco.

Os mendoncistas por muito tempo atribuíram a derrota acachapante para o socialista ao ‘corpo-mole’ do tucano. Mas todos nós sabemos que Mendonça é ruim de voto e perderia para qualquer candidato.

Em 2008 o PSDB apoiou a candidatura de Raul Henry, hoje aliado formal de Eduardo Campos, que ficou em terceiro lugar na disputa vencida por João da Costa (PT). Já em 2010, Jarbas Vasconcelos foi forjado a uma candidatura para fortalecer o palanque de José Serra (PSDB), candidato a presidente.

Com mais uma derrota acachapante, foi a vez de Jarbas Vasconcelos culpar Sérgio Guerra. Mas todos nós sabemos que não havia condições de Jarbas sair vitorioso naquele pleito. A prova foi tanta que hoje ele está ao lado de Eduardo Campos.

Nas eleições de 2012, o PSDB e o PSB estiveram juntos formalmente em Santa Cruz do Capibaribe, em Jaboatão dos Guararapes, em Olinda, em Ipojuca, em Moreno e em muitas outras cidades. Apenas em Recife, em Caruaru, no Cabo e em Petrolina PSDB e PSB estiveram em campos opostos, por questões meramente locais, diferentemente da aliança entre Eduardo Campos e Sérgio Guerra, líderes do PSB e do PSDB, respectivamente.

Na Assembleia Legislativa, a bancada do PSDB é composta atualmente por seis parlamentares, são eles: Betinho Gomes, Claudiano Martins, Antonio Moraes, Daniel Coelho, Edson Vieira e Carlos Santana. Como os dois últimos foram eleitos com o apoio de Eduardo Campos, Terezinha Nunes e Eduardo Porto os substituirão.

O que, naturalmente, deixará a bancada do PSDB rachada ao meio, com Betinho Gomes, Daniel Coelho e Terezinha Nunes querendo fazer oposição a Eduardo Campos e Claudiano Martins, Antonio Moraes e Eduardo Porto querendo apoiá-lo.

Na bancada federal, Bruno Araújo e Sérgio Guerra são aliados informais do governador. Isso está tão cristalino quanto a água.

Na disputa pela prefeitura do Recife, muitos analistas davam como certa uma polarização entre PT e PSB, enquanto o PSDB seria mero coadjuvante. Na verdade, o crescimento de Daniel Coelho foi mais pelo fato de ser uma novidade do que propriamente por representar uma oposição ao PSB de Eduardo Campos. O PSDB foi protagonista pela conjuntura do pleito, um fato isolado diante da conjuntura política local.

PSDB e PSB são aliados formais em Minas Gerais, na Paraíba, no Paraná, em São Paulo e em muitos outros estados. Em Pernambuco continuam na informalidade, mas existem mais convergências do que divergências entre as siglas.

É uma posição extremamente complicada o PSDB continuar na oposição ao governador Eduardo Campos. No que diz respeito ao prefeito Geraldo Julio é de se aceitar pela circunstância eleitoral, mas as siglas são mais sinônimas do que antagônicas sob o ponto de vista do conteúdo programático, do modelo de gestão, das alianças locais e nacionais, etc.

O prefeito eleito Geraldo Julio (PSB) inaugurou hoje pela manhã (16) o seu escritório de transição, local onde a equipe que está sendo montada por ele vai trabalhar antes de chegar à Prefeitura da Cidade do Recife. Amanhã, às 10h da manhã, o grupo de trabalho socialista terá a primeira reunião com os técnicos da PCR indicados pelo prefeito João da Costa.

Até o dia 31 de dezembro, o time escalado por Geraldo vai receber as informações oficiais da Prefeitura do Recife (PCR) e construir as primeiras ações do futuro governo. Ações marcadas para o primeiro trimestre de 2013 como o início do ano letivo nas escolas municipais e a realização do Carnaval serão priorizadas.

“São eventos que teremos pouco tempo para planejar após a chegada à Prefeitura. Por isso, a nossa equipe e a do prefeito João da Costa vão trabalhar em conjunto desde o primeiro momento. A área de Saúde também não poderá sofrer descontinuidade”, disse Geraldo. “Também vamos solicitar algumas informações de outras áreas e acompanhar na Câmara Municipal a tramitação do orçamento para o ano que vem”, revelou o prefeito eleito.

A Caixa Econômica Federal (CEF) cedeu gratuitamente o espaço onde foi instalado o escritório de transição, localizado no Empresarial Graham Bell, na Ilha do Leite. Em uma rápida solenidade, Geraldo recebeu de forma simbólica as chaves do imóvel das mãos do superintendente da CEF no Recife, Paulo Nery.

O prefeito eleito agradeceu ao banco pela cessão do espaço e se colocou à disposição para ampliar as parcerias já existentes entre a CEF e a PCR. Para isso, já marcou reunião entre as duas equipes na próxima quarta-feira. Paulo Nery também argumentou que a Caixa está preparada para atuar em conjunto com a gestão de Geraldo.

“Estamos aqui para unir esforços para que a gente possa ter um governo melhor”, salientou. Também estiveram presentes à inauguração o vice-prefeito eleito, Luciano Siqueira (PCdoB), o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, o superintendente da Caixa Econômica para o Nordeste, Gilberto Occhi, entre outras autoridades.

A Ceasa-PE chega aos 50 anos em grande estilo. Para marcar a passagem da data, o governador Eduardo Campos entregou hoje (16) dois novos galpões de comercialização que vão ajudar a dobrar a capacidade de movimentação da central até 2014. Na ocasião, também foi lançado o selo postal em homenagem ao aniversário da Ceasa, primeira central de distribuição de alimentos do país.

Com direito a bolo e uma banda puxando “os parabéns”, a cerimônia festiva ainda reuniu os presidentes das centrais de abastecimentos de todos os países da América Latina, entre eles, Arturo Martinez, da Federação Latino Americana de Mercados Atacadistas (Fama), e João Lages, da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen). Os gestores participam até a próxima quinta feira (18) de um encontro de mercados atacadistas, promovido pela Ceasa-PE.

Em discurso, Eduardo comemorou o crescimento da Ceasa-PE alcançado nos últimos anos. “Em menos de seis anos estamos conseguindo dobrar o movimento em toneladas de alimentos”, ressaltou. Em 2007, passavam anualmente pela central 50 milhões de toneladas de alimento. Hoje, já são 80 mil toneladas. A expectativa é que a produção anual bata a marca 100 mil toneladas em 2014. Até lá outros três galpões serão inaugurados, chegando ao número de 40.

Para erguer os dois espaços entregues hoje foram investidos R$ 6 milhões, sendo 80% deste montante do tesouro estadual e o restante recurso próprio da Ceasa-PE. Juntos, os galpões somam 10 mil m2 em área. Os locais foram batizados de Centro Comercial Professor Luiz Andréa Fávero e serão utilizados para a comercialização de frutas da época e de ovos.

“Em pouco mais de seis anos e meio podemos dizer que tivemos duas Ceasas. Agora, é partir para chegar aos três dígitos no abastecimento de Pernambuco e um faturamento anual de R$ 2 bilhões”, informou o presidente da Ceasa-PE, Romero Pontual. Atualmente, o centro de distribuição é responsável por mais de quatro mil empregos diretos e indiretos em todo o estado.

SEGURANÇA ALIMENTAR- O Governo do Estado também está atuando para garantir a segurança alimentar dos consumidores, seja na produção de alimentos orgânicos ou mesmo no cuidado da qualidade de exposição dos produtos. “Hoje, o Iterpe colhe amostras para fazer o controle do uso de agrotóxicos dos produtos vendidos na Ceasa. Além disso, seremos a primeira Ceasa do país a ter 100% dos produtos embalados adequadamente, servindo de modelo para os demais estados brasileiros”, destacou Eduardo.

O governador sublinhou ainda a importância de alguns dos programas do Estado tocados em parceria com a Ceasa-PE, a exemplo do Leite de Todos, Sopa Amiga e do Programa Contra o Desperdício de Alimentos “A Ceasa-PE é uma grande parceira. Tem nos ajudado a fazer trabalhos sociais utilizando todos os alimentos que poderiam estragar e direcionando-os a entidades que trabalham com idosos, portadores de necessidades especiais e dependentes químicos”, elogiou o Eduardo.

A Biblioteca Comunitária Caranguejo Tabaiares, fundada desde 2005, luta para ampliar o seu espaço e atender mais crianças da comunidade que tem o mesmo nome e fica na Ilha do Retiro. O novo espaço já tem terreno e as obras já começaram, mas se arrastam com dificuldades ao longo de mais de um ano. Faltam materiais de construção e dinheiro para custear a mão de obra.

Identificando essa dificuldade, a empresa M5 Contabilidade e Consultoria Empresarial, que funciona no mesmo bairro, resolveu organizar uma campanha. “Todos os anos sempre empenhamos nossos esforços no fim do ano em prol de alguma instituição. Dessa vez, ficamos comovidos com a situação da biblioteca, que luta para ampliar o atendimento, que significa por sua vez, aumentar o conhecimento e levar mais conhecimento para as crianças dessa comunidade. No futuro seremos recompensados com profissionais e não com vítimas da violência”, comentou o diretor da empresa, Milson Filho.

Foi assim que surgiu a campanha “M5 na construção de um sonho”.  A empresa está reunindo seus clientes, divulgando a causa nas redes sociais e no próprio site www.emecinco.com.br . O departamento de comunicação também está envolvido para que as obras sejam concluídas o quanto antes.  “O espaço atual já existe há sete anos, mas tem menos de 30 metros quadrados, o que é insuficiente pra gente atender às mais de 60 crianças que visitam o local todos os dias. Precisamos ampliar o número de pessoas atendidas pelo poder do conhecimento dos livros e isso só será possível com a construção de um local maior”, explicou Reginaldo Pereira, coordenador geral da biblioteca.

A Biblioteca Comunitária Caranguejo Tabaiares começou a funcionar a partir do desejo de membros da comunidade em retirar as crianças dos contextos da violência. “Utilizamos a leitura para afastar esses pequenos do mundo das drogas e qualquer coisa ruim que possa poupá-las de um futuro decente. Apostamos na formação cidadã pela leitura”, comentou Peireira. O acervo da biblioteca conta com mais de 4.500 livros, todos doados. “Queremos muito aumentar esse número, mas não temos mais espaço para isso. Com a construção da nova sede, vamos dobrar o acervo e teremos um lugar cinco vezes maior que o atual para desenvolver as atividades com as crianças. Vai ser fantástico!”, completou o coordenador da biblioteca.

A nova sede da Biblioteca Caranguejo Tabaiares está sendo construída em parceria com o Clube de Idosos Unidos Venceremos, que pertence a mesma comunidade e também vai usar o espaço para as suas atividades. A obra tem quatro etapas, mas avança com muitas dificuldades ainda na primeira. Faltam materiais de construção de diversos tipos e recursos financeiros para custear a mão de obra. O projeto se arrasta muito lentamente por mais de um ano.

Para doar materiais de construção, basta entrar em contato com M5 Contabilidade e Consultoria Empresarial, por meio do telefone (81) 3231-4708. A empresa está administrando as doações para que não haja falta, nem sobra. Doações em dinheiro, podem ser realizadas com depósito na conta poupança do Clube de Idosos Unidos Venceremos: Banco do Brasil, Agência 1833-3, Conta-POUPANÇA 24332-9, variação 51. Para conhecer melhor a biblioteca, basta acessar o site www.bibliotecacomunitariact.blogspot.com .

O prefeito eleito Geraldo Julio (PSB) inaugura amanhã (16), às 8h, o seu escritório de transição, local onde o “time” de profissionais que será designado por ele para montagem do governo vai trabalhar até o final deste ano. O espaço foi cedido gratuitamente pela Caixa Econômica Federal e vai funcionar em dois andares do Empresarial Graham Bell, na Ilha do Leite.

Uma pequena cerimônia vai marcar o empréstimo do imóvel da CEF ao grupo de trabalho do prefeito eleito. O superintendente da Caixa no Recife, Paulo Nery, dará as boas-vindas a Geraldo e equipe. O espaço conta com cerca de 50 estações de trabalho, 40 computadores, telefones, impressoras e internet. O Empresarial Graham Bell fica na Rua Frei Matias Tevis, 285, na Ilha do Leite.

EXPERIÊNCIA COLOMBIANA – Antes mesmo de inaugurar o escritório de transição, Geraldo já começou a trabalhar. Ele reuniu-se na tarde de hoje (15) com o Diretor da Fundação Cidade Humana, de Bogotá, Ricardo Montezuma, para conhecer as iniciativas exitosas adotadas pela capital colombiana em áreas como o combate à violência, mobilidade e limpeza urbana.

“Bogotá e Recife guardam muitas semelhanças e muito do que foi feito lá pode ser aplicado aqui. O Transmilênio é um bom exemplo disso: É um moderno sistema de transporte público integrado e feito através de BRTs, modelo idêntico ao que apresentamos durante a nossa campanha”, disse Geraldo após o encontro, realizado no Villla Boa Vista Eventos, no bairro da Boa Vista.

O governador Eduardo Campos entrega nesta terça-feira (16/10), às 10 horas, na área externa do Centro de Convenções, mais 227 novos veículos para reforço do policiamento em todo o estado. Na solenidade, também serão entregue 30 motos para a Companhia Independente de Policiamento com Motocicletas – CIPMoto.

Também serão empossados dez novos cargos de direção para a Polícia Civil, sendo quatro diretores (Metropolitano, Interior I, Interior II, Especializado), quatro Gestores (Metropolitano, Operacional do Interior I, Operacional do Interior II, Operacional Especializado), e dois Coordenadores (Força Tarefa DHPP e Inteligência).

Na Polícia Militar serão 17 novos cargos empossados, sendo quatro Diretores (Metropolitano, Interior I, Interior II, Especializado), quatro Gestores (Operacional Metropolitano, Interior I, Interior II, Especializado), oito Coordenadores (Operacional Especializada, 2ª Seção, Estado Maior, Gestão de Pessoas, Apoio Logístico, Sistema de Saúde, Finanças, Patrulha Escolar) e um ajudante geral. Também foram instituídos 10 cargos para o Corpo de Bombeiros e sete para a Polícia Científica.

Os novos cargos comissionados foram criados através do Decreto n° 38.790 de 09 de Outubro. O governador também criou 320 gratificações para o Grupo de Apoio Tático Itinerante – GATI, através da Lei n° 14.787 de 01 de Outubro de 2012.

O deputado estadual Daniel Coelho (PSDB) discursou na tarde desta segunda-feira (15) no plenário da Assembleia Legislativa, onde rendeu homenagens a comerciários e professores – cujos dias se comemoram hoje. No que se refere especificamente à educação, Daniel destacou o bom nível do setor em níveis federal e estadual, mas fez ressalvas à qualidade da educação nos municípios, o que faz com que o Estado viva um “sistema perverso de educação pública”.

“Infelizmente nós vivemos, aqui no Estado de Pernambuco, num sistema perverso da educação pública. Temos universidades federais e estaduais de bom nível. Temos uma rede de ensino médio estadual que se recupera e que demonstra alguns avanços. Mas, por outro lado, temos em todo o Estado, da capital aos menores municípios do interior, uma situação muito difícil na educação municipal”, afirmou, antes de completar: “E aí está o sistema perverso. É o fato de nós termos, nos primeiros anos de vida escolar, toda uma geração condenada a depois não ter uma boa sequência no seu aprendizado. Se o aluno não aprende o português e a matemática nos primeiros anos de sua vida, dificilmente ele vai aprender química, física. Dificilmente ele vai evoluir na sua formação profissional”.

Daniel destacou ainda a necessidade de se dar melhores condições de trabalho aos professores – incluindo o pagamento do piso salarial estabelecido por lei – e de se fazer uma reflexão sobre o pacto da educação no País. “Nós temos, sim, bons professores, dedicados, que querem efetivamente trabalhar, mas que não têm as condições adequadas. O Sinpro – Sindicado dos Professores do Estado de Pernambuco – chegou, recentemente, a entrar com uma ação contra dezenas e dezenas de municípios do Estado de Pernambuco que sequer pagam o piso salarial estabelecido em lei. Exatamente porque não têm recursos, porque não têm dinheiro. Nós não podemos isentar o governo federal e o governo estadual da participação do ensino municipal, das pequenas escolas espalhadas nos municípios mais pobres e menores do Estado de Pernambuco”.

De acordo com Daniel Coelho, “essa reflexão é necessária para que tenhamos um sistema de educação mais justo, que dê oportunidade às pessoas que desde o primeiro ano de sua vida escolar frequentam as escolas públicas”.

Pouco mais de uma semana após a realização disputa eleitoral deste ano, lideranças da oposição estadual que disputaram o pleito deste ano no Recife se reúnem nesta terça-feira (16/10), às 12h, em restaurante da cidade, para fazer um balanço das eleições, bem como para discutir a importância do contraponto e da oposição para a democracia.

O encontro acontece a convite do deputado estadual Daniel Coelho (PSDB), segundo colocado na disputa para a Prefeitura do Recife. Devem estar presentes os vereadores de oposição eleitos Aline Mariano (PSDB), Priscila Krause (DEM), André Régis (PSDB) e Raul Jungmann (PPS), além da candidata a vice na chapa de Daniel Coelho, Débora Albuquerque (PPS), e o presidente estadual do PSOL, Edilson Silva – terceiro candidato a vereador mais votado do Recife, ainda que não tenha sido eleito. O deputado federal Mendonça Filho (DEM) também foi convidado para o encontro, mas não poderá participar por se encontrar ausente do Recife.

Segundo Daniel Coelho, não se trata de um encontro formal e ele não representa a necessidade de que venham a acontecer desdobramentos político-partidários posteriormente. “O que queremos é que estas pessoas, que foram colocadas pelo povo na oposição, consigam, de forma articulada, representar os mais de 30% de recifenses que disseram não à atual forma de governar do PSB e do PT”, afirmou o deputado estadual.

Por Terezinha Nunes

– “ Fiz tudo pelo Recife. Hoje ela me abandona. É uma cidade cruel”, lamentou-se, em 1950, o então governador de Pernambuco, Agamenon Magalhães , que acabara de ser leito governador com expressiva votação no estado mas uma derrota expressiva na capital. Daí pra frente consolidou-se a máxima de que os governadores não conseguiam, por maior popularidade que tivessem, dominar o Recife e eleger o prefeito do seu grupo político.

A cidade deu sempre a impressão de que limitava os poderes do Palácio do Campo das Princesas, mantendo a oposição no poder. Assim aconteceu inclusive no período da reeleição quando o governador Jarbas Vasconcelos, um líder político do Recife e muito popular, perdeu a eleição na capital em 2000 para o PT que derrotou Roberto Magalhães (candidato à reeleição) e elegeu João Paulo.

Mesmo se reelegendo governador em 2002, com grande votação, Jarbas foi obrigado a, durante seis dos seus oito anos de mandato, conviver com a oposição na capital.

Aliado ao PT no Recife, o governador Eduardo Campos experimentou algo diferente. Em 2008, no seu primeiro mandato, conseguiu, através do vice Milton Coelho, participar da vitória do atual prefeito João da Costa e este ano, mesmo rompendo com o PT, elegeu em primeiro turno o seu aliado, Geraldo Júlio.

Considerando, porém, a alta popularidade do governador no Recife, chegando aos 70%, abertas as urnas o que se verificou é que cerca de 49% dos recifenses preferiram a oposição, mesmo que distribuídos entre os aliados ao PT, PSDB, DEM e alguns partidos nanicos.

A sensação no final da campanha era de que se Geraldo Júlio fosse obrigado a enfrentar um segundo turno poderia perder a eleição. O discurso do PT, de que não era recomendável ter um governador tão poderoso, e de Daniel Coelho criticando os poderosos e apelando aos votos“do João, da Maria e do José” ganharam corpo nas camadas mais esclarecidas da sociedade e contaminaram a juventude em todas as classes sociais.

Se o governador acabasse perdendo um segundo turno para o PSDB, isso não significaria que as pessoas estavam derrotando sua administração mas desejosas de permitir um melhor equilíbrio de poder no estado.

Os analistas do Palácio do Campo das Princesas já devem estar se debruçando sobre este recado popular até porque em determinados momentos da campanha o governador apareceu mais na televisão do que seu candidato e cuidou de , ele próprio, rebater os ataques recebidos sobretudo do PT.

Se alguma dúvida havia nas mentes palacianas sobre a lição das urnas, isso foi dissipado quando o próprio governador, mesmo usando uma expressão inadequada – “ a oposição tem o tamanho que o povo deu” – acenou, em entrevista, para o PSDB e o PT, chegando até a pedir desculpas por algum excesso cometido nas críticas feitas no guia eleitoral.

Da mesma forma, o prefeito eleito, Geraldo Júlio, cuidou de falar da importância do papel da oposição na democracia e acenou para um entendimento em nome de um novo projeto administrativo para a capital.

A “cidade cruel”, de Agamenon, conseguiu, portanto, o seu intento, alertando para a necessidade de respeito aos princípios democráticos da boa convivência entre os contrários e da necessidade de crítica aos administradores públicos por melhor que eles sejam e independente do poder que possam, eventualmente, concentrar.

CURTAS

Olinda – Vivendo há 12 anos em torno da discussão de dois grupos políticos, o liderado pelo PCdoB, que venceu três eleições seguidas, e o liderado pelo PMDB, os eleitores de Olinda mandaram um recado claro nestas eleições. Desejam mudança. Apesar de ser difícil aprender a votar nulo na urna eletrônica, 10,82% dos olindenses anularam seus votos e 10,87% votaram em branco. Ou seja, 21,70% dos eleitores disseram “não” aos dois partidos. Se somados os votos brancos, nulos e as abstenções as três opções juntas superaram os votos dados ao prefeito reeleito Renildo Calheiros.

Moreno – o novo prefeito de Moreno, Dilsinho Gomes, apareceu no balanço das eleições como o que teve maior percentual de votos na Região Metropolitana – mais de 80% dos votos válidos. O resultado, porém, escondeu uma realidade: os 30% dos votos dados ao ex-prefeito Vavá Rufino que concorreu subjúdice mas teve seus votos anulados pelo TSE.

Abreu e Lima – Sem nenhuma tradição na cidade, o PT conseguiu eleger o prefeito de Abreu e Lima, pastor Marcos José, o único do partido no Grande Recife. O pastor, porém, é, na verdade, um nome do prefeito Flávio Gadelha (PMDB) que só se filiou ao PT um ano antes do pleito. Na verdade, Flávio, altamente popular, colocou seus pré-candidatos em partidos de sua base e, através de pesquisa, escolheu o do PT por ter sido o mais aceito pela população com base no levantamento estatístico.