Blog Edmar Lyra

Depois de percorrer 94 bairros – cerca de 200 quilômetros de vielas, becos, ruas, avenidas, altos e alagados – o Partido Verde encerrou, neste final de semana, a primeira fase do Projeto “Recife Bom para Viver”, que teve início em setembro, a partir de quando as 18 regiões administrativas da Capital foram visitadas pela caravana do PV, tendo à frente o Presidente da legenda em Pernambuco, Carlos Augusto.

Pré-candidato do PV à Prefeitura do Recife, ele cumpriu a última etapa da primeira fase do Projeto, com visitas a Santo Amaro e Recife Antigo. Localizado na Zona Norte, Santo Amaro tem áreas de grande vulnerabilidade social, e ostenta altos índices de violência. Já o Recife Antigo, apesar de ser uma zona turística, possui áreas de extrema carência, como a comunidade do Pilar, cujas habitações são precárias, não contam com saneamento, e os moradores se queixam das torneiras secas e até de falta de ligações elétricas.

“Aqui falta tudo: esgoto, água, saneamento, até luz”, queixa-se Sandra Maria de Souza, que nasceu no bairro de Nova Descoberta, e que mora há 25 anos no Pilar, onde tem um restaurante. Muito querida pela comunidade, Sandra diz que só consegue manter o seu negócio porque tira água de um colégio próximo, e que foi obrigada a puxar energia informalmente para o estabelecimento, porque “ficamos sem luz desde que um transformador aqui da rua foi retirado para conserto”. Ela e os moradores do bairro reclamam do atraso na construção de um conjunto habitacional na área.

“Estou há quase dez anos no auxílio moradia, e meu apartamento não fica pronto. Moro em um barraco, porque não tenho dinheiro para alugar um local descente”, diz Tereza Cristina Bezerra. Ela e o marido costumam ficar quase o dia todo no meio da rua, porque o calor do casebre onde moram é insuportável. “Tem muita promessa feita, mas nem a metade é cumprida. A gente vai no Posto de Saúde, mas às vezes passa meses para conseguir falar com um médico”, afirma a dona de casa Vera Lúcia de Oliveira.

Todas as demandas da população vêm sendo documentadas em fotos e vídeos. Em uma segunda etapa do Projeto Recife Bom para Viver, essas pessoas verão o perfil dos locais onde moram, a partir dos seus próprios depoimentos. Depois, serão convocadas a dar sugestões para o programa de Governo de Carlos Augusto, que vai disputar o seu primeiro cargo eletivo nas eleições deste ano.

Com o objetivo de fortalecer cada vez mais o Centro Comunitário da Paz- Compaz Governador Eduardo Campos como fomentador da cultura de paz e cidadania para a cidade, a Prefeitura do Recife estabeleceu uma parceria com o Tribunal de Justiça de Pernambuco para oferecer serviços de orientação jurídica no local. O espaço, localizado no Alto Santa Terezinha, recebeu, na manhã desta sexta-feira (8), a visita do prefeito Geraldo Julio, que acompanhou o presidente do TJPE, o desembargador Leopoldo Raposo, e sua comitiva, que reforçou o interesse de atuar de forma integrada com a população, mediando conflitos na comunidade.

“Estamos mostrando aqui a nosso espaço funcionando, tudo que abrigamos e a estrutura física que disponibilizamos para o TJPE poder atuar. Vamos ter aqui mediação de conflitos, e várias outras ações ligadas à justiça. Estamos muito felizes de poder ter o compromisso do poder judiciário como parceiro, para atuar aqui da melhor forma, ajudando a melhorar a vida das pessoas que moram na região”, declarou o prefeito Geraldo Julio, que mostrou o espaço para os visitantes e apresentou as atividades que são desenvolvidas no centro.

O presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Leopoldo Raposo, ficou surpreso com a qualidade do centro e avaliou de forma positiva o espaço: “Dou nota 10 para este espaço, porque é um lugar que integra várias atividades e ainda vamos poder nos aproximar da comunidade, conscientizando a população dos seus direitos de cidadania. Esperamos contribuir para tornar o ambiente de paz e socialização e para isso estaremos à disposição da comunidade”, afirmou.

A partir da parceria, o Compaz receberá uma Câmara de Conciliação do TJPE, onde o cidadão poderá resolver conflitos sem a necessidade de abertura de processo na Justiça. Com o serviço, o TJPE vai estar disponível para atuar em litígios relativos a direitos patrimoniais, nos quais a lei permita acordo ou transação. A previsão é que a atividade comece a funcionar a partir do mês de maio.

O Compaz começou a funcionar em março deste ano, e tem como objetivo promover cidadania e a cultura de paz, oferecendo serviços de orientação jurídica, formação, esportes e artes. Com capacidade para atender cerca de 220 mil pessoas da Zona Norte do Recife, o local tem como realizar até 40 mil atendimentos por mês.

Além dos serviços judiciários, o equipamento, que tem mais de 13 mil metros quadrados, conta com atividades e serviços diversos, como biblioteca, dojô, atendimento do Procon, oficinas cidadãs, aulas de inglês, espanhol e reforço escolar, além de um atendimento especial voltado às mulheres vítimas de violência e práticas como ioga, Tai Chi Chuan, biodança e meditação. O Compaz Governador Eduardo Campos funciona de terça à sexta das 9h às 18h, e aos sábados e domingos das 9h às 13h.

O Partido Verde encerra nesse sábado a primeira fase do “Recife Bom para Viver”, projeto que consiste na visitação das 18 regiões administrativas da Capital. As caminhadas ocorrem sempre aos sábados, sob a liderança de Carlos Augusto, Presidente do PV de Pernambuco e agora pré-candidato do partido à sucessão municipal. O projeto teve início no mês de setembro do ano passado, e não termina na décima oitava investida, que ocorre hoje (dia 9), com visitas aos bairros do Recife e de Santo Amaro. Apoiada pela Fundação Verde, a iniciativa tem por objetivo levantar as principais demandas das maiores comunidades do Recife.

As incursões terminaram motivando Carlos Augusto a disputar a Prefeitura, mesmo diante das pressões do Palácio do Campo das Princesas. Entre as maiores queixas da população encontram-se o desemprego, falta de saneamento, atendimento de saúde, segurança. Os mais jovens insistem na falta de apoio para que implantem pequenos empreendimentos que lhes garantam a sobrevivência. Nas incursões por morros e alagados, foram registrados casos curiosos de microempresas e também exemplos de economia solidária. Um exemplo é seu André, que mora em um alto da Zona Norte, onde reforma sofás que encontra jogados nas ruas. Achou um primeiro, reformou, e vendeu logo. Terminou fazendo disso um negócio e, de quebra, ainda limpa a cidade. Hoje sustenta a família com essa atividade. Na Igreja de Nossa Senhora da Concei&ccedi l;ão de Beberibe, mulheres coletam roupas usadas, que vendem a preços que vão de R$ 1 a R$ 2 para pessoas carentes do bairro.

As populações reclamam, ainda, da falta de seriedade e da corrupção nos meios políticos. “A gente quer ouvir novas propostas, para não quebrar mais a cabeça., na hora de votar. Do jeito que o mundo está, é preciso dar vaga a outras pessoas, para que possam se abrir novos horizontes”, afirma Rita Maria Monteiro da Silva, professora aposentada e moradora do bairro do Ibura.

As visitas fora gravadas em vídeos, que serão utilizados em uma segunda fase do Projeto Recife Bom para Viver. Todas as comunidades serão novamente visitadas, e nelas serão exibidas as imagens das conversas com os moradores. Em seguida, serão feitas reuniões para discussão do material observado. Dessas discussões, resultarão colaborações para o programa de governo de Carlos Augusto, que terá como principal eixo a sustentabilidade. A saída para a caminhada desse sábado será às 7h30m, na sede do PV, à rua do Paissandu, 567.