Gerson Camarotti
A presidente Dilma Rousseff deve anunciar nos próximos dois dias os nomes dos 22 titulares do primeiro escalão que ainda não foram confirmados. Mas apesar de uma equipe com 39 ministros, o loteamento político da Esplanada não deixou ninguém satisfeito na base aliada.
A começar pelo próprio PT. A tendência majoritária do partido não se sente representada no Palácio do Planalto e avalia que perdeu espaço no governo. O grupo mais próximo de Lula acha que o ex-presidente da República perdeu influência nas escolhas de Dilma para o segundo mandato.
O PMDB, que passou de cinco para seis ministérios, acha que não tem nenhuma pasta com visibilidade. O PR, que deve manter o Ministério dos Transportes, está incomodado por não ter o controle de todos os cargos da pasta.
O PP, Partido Progressista, ainda não digeriu seu deslocamento do Ministério das Cidades para a Integração Nacional. O PC do B também preferia ter mantido Aldo Rebelo no Esporte, ao invés da mudança para Ciência e Tecnologia.
O PRB, que emplacou George Hilton no Esporte, não esconde que preferia a nomeação de Marcelo Crivella para o cargo. O PROS tem dito que o governador Cid Gomes no Ministério da Educação não representa o partido.
Enfim…
… Num momento em que a presidente Dilma vai precisar muito de uma base governista fiel no Congresso Nacional, essa contrariedade generalizada é um sinal de que os próximos quatro anos serão de muita turbulência política em Brasília.
