
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião no Palácio da Alvorada com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o comandante do Exército, general Tomás Paiva, para discutir um plano de golpe encontrado pela Polícia Federal no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A conversa durou aproximadamente uma hora e meia.
Mensagens e documentos encontrados no celular do ex-auxiliar de Bolsonaro revelaram uma trama para promover um golpe de estado, afastar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e instaurar uma intervenção militar no país. Conforme reportagem da revista Veja, havia militares e apoiadores próximos ao ex-presidente conspirando para tentar anular o resultado das eleições de 2022, vencidas por Lula.
De acordo com a reportagem, o próprio Cid discutiu o assunto com o coronel Jean Lawand Junior, então subchefe do Estado Maior do Exército, dias antes do fim do mandato de Lula. Os diálogos incluem frases como “convença o 01 a salvar esse país”, “o presidente vai ser preso” e “pelo amor de Deus, faz alguma coisa”. Tanto Cid quanto Lawand são militares da ativa.
Em nota ao GLOBO, o Exército afirmou que “opiniões e comentários pessoais não representam o pensamento da cadeia de comando do Exército Brasileiro e tampouco o posicionamento oficial da Força”. A nota reitera que o Exército é uma instituição apartidária, que valoriza a legalidade e o respeito aos preceitos constitucionais. Medidas adequadas estão sendo tomadas no âmbito judicial e administrativo para lidar com eventuais condutas irregulares, garantindo o devido processo legal.


