
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta quinta-feira (1º/6) que indicou seu advogado pessoal, Cristiano Zanin, para ocupar uma cadeira de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante um evento no Palácio Itamaraty, Lula afirmou que escolheu Zanin não apenas pelo papel que desempenhou em sua defesa, mas também porque acredita que ele se tornará um grande ministro da Suprema Corte. Lula elogiou as qualidades de Zanin como advogado, chefe de família e sua formação. O presidente acredita que o Brasil se orgulhará de tê-lo como ministro do STF, caso seja aprovado pelo Senado.
A indicação de Zanin visa manter a correlação de forças no STF, especialmente na era pós-Operação Lava Jato, após a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski. Para assumir o cargo, Zanin precisa ser aprovado pelo Senado, primeiro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois pelo plenário da Casa. Segundo senadores de diferentes ideologias, o advogado não deve encontrar dificuldades para ter seu nome chancelado.
Caso seja aprovado, Zanin herdará 257 processos remanescentes de Lewandowski, incluindo os relacionados à defesa de Lula na Lava Jato. O advogado também está envolvido na defesa das Americanas em um processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pode precisar se declarar impedido ou suspeito caso o caso chegue ao STF.
Cristiano Zanin, de 47 anos, é um criminalista renomado, professor e advogado especializado em direito econômico, empresarial e societário. Ele representa Lula desde 2013 e ganhou destaque por sua atuação na defesa do ex-presidente durante a Operação Lava Jato, ao lado de sua esposa, Valeska Teixeira Zanin Martins. Zanin foi responsável pelo pedido de habeas corpus que resultou na anulação das condenações de Lula, restaurando seus direitos políticos.
Em setembro de 2020, Zanin foi alvo de mandado de busca e apreensão relacionado a uma investigação sobre supostas fraudes. O advogado acusou o juiz responsável de estar ligado ao então presidente Jair Bolsonaro e afirmou que a operação tinha como objetivo intimidá-lo.
Além de sua atuação na defesa de Lula, Zanin também representa as Americanas em um litígio com o banco BTG Pactual e está envolvido no processo de recuperação judicial da Varig.



