
Em um período de quase cinco meses de governo, mais de 60 posições em postos estratégicos da Esplanada dos Ministérios permanecem vagas. Esses postos incluem cargos de segundo e terceiro escalão, como secretarias, diretorias e departamentos, nos 37 ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de 27 entidades vinculadas a esses ministérios, como empresas públicas e autarquias.
Os dados foram levantados pela consultoria Ética Inteligência Política e obtidos pelo Metrópoles.
Esses cargos são considerados importantes devido à sua relevância política ou ao orçamento significativo que gerenciam. Eles podem ser usados para acomodar aliados e atender às indicações políticas dos partidos do Centrão. As nomeações para essas posições estão sob análise do Palácio do Planalto, enquanto a articulação política do governo ainda enfrenta desafios dentro do Congresso Nacional.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) é o ministério com o maior número de posições vagas no segundo escalão, com duas secretarias – de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação e de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital – além de quatro departamentos vinculados. O ministério é comandado por Luciana Santos, do PCdoB.
Há também disputas e questões pendentes relacionadas a algumas nomeações. Por exemplo, no Ministério da Agricultura e Pecuária, chefiado por Carlos Fávaro, a Secretaria de Política Agrícola – uma das mais importantes da pasta – ainda está sem um líder definido. Fávaro anunciou publicamente o ex-deputado Neri Geller como indicado para o cargo, mas ele ainda não foi nomeado.
Outros ministérios e entidades também têm posições em aberto, aguardando nomeações. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) possui duas secretarias e um departamento vagos. O Ministério de Minas e Energia e o Ministério de Portos e Aeroportos têm cada um seis entidades vinculadas com cargos em aberto.
Essa situação de cargos não preenchidos também se estende às entidades vinculadas aos ministérios, que são alvo de interesse político e controle orçamentário. Alguns exemplos são a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) e a Companhia Docas do Ceará (CDC).
A nomeação para esses cargos passa pelo crivo da Casa Civil, que analisa currículos e requisitos jurídicos dos indicados. O controle das nomeações se torna mais desafiador à medida que se aprofundam os detalhes e as representações nos estados.
Embora esses números sejam baseados em um levantamento específico, é importante ressaltar que não estão incluídos os diretores de entidades vinculadas.



