
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta sexta-feira (13), o ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto (PL) durante uma operação em Recife (PE). A prisão foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pediu abertura de inquérito com base em indícios de obstrução da Justiça.
Acusações contra Machado
De acordo com investigações da PF e da PGR, Gilson Machado teria tentado, em 12 de maio, emitir um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid — ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro e colaborador em investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, ocorrida em janeiro de 2023. O objetivo seria facilitar a fuga de Cid do país .
Além disso, há suspeitas de que Machado coordenou campanhas de arrecadação de recursos financeiros em apoio a Bolsonaro — outra linha de investigação por obstrução de justiça e favorecimento pessoal .
Contexto político e legal
- A investigação faz parte da apuração sobre a trama golpista de janeiro de 2023, na qual Mauro Cid firmou acordo de colaboração premiada. A tentativa de fuga se configuraria como uma retaliação às investigações conduzidas pelo STF .
- O mandado de prisão para Mauro Cid chegou a ser expedido, mas foi suspenso antes do cumprimento .
- A PGR também solicitou ao STF medidas como busca e apreensão, quebra de sigilos (telefônico e de mensagens), além da investigação por obstrução de inquérito e organização criminosa .
Repercussões políticas
Gilson Machado, figura de destaque do bolsonarismo, era presença frequente em eventos públicos e lives de Bolsonaro, onde chegava até a tocar sanfona — fato que lhe rendeu o apelido “Gilson Sanfoneiro” . Sua prisão representa novo capítulo na escalada de tensões políticas após o processo de 8 de janeiro. O caso também reforça o poder de atuação do STF e da PGR no enfrentamento de ações contra a democracia brasileira.
Próximos passos
Com a prisão, Machado deve ser encaminhado para a Superintendência da PF em Pernambuco, onde será formalmente interrogado. O STF definirá se ele seguirá preso preventivamente, responde em liberdade ou se haverá outras medidas cautelares. A PF também continua diligências para coletar provas e cumprir eventuais ordens de busca.
Este caso se insere no esforço institucional de responsabilizar agentes na tentativa de interferir nas investigações que visam proteger a democracia. O desenrolar das apurações dependerá dos próximos dias, quando a PGR e o STF devem posicionar-se sobre os desdobramentos legais. Reações da defesa de Machado e de Mauro Cid ainda são aguardadas.
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