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Postado por Edmar Lyra às 3:36 am do dia 13 de setembro de 2013 12 Comentários

Então diga que valeu…

Uma terça-feira, que parecia ser mais uma terça-feira, dia simples, sem tantas expectativas, sem muitas esperanças, sem maiores problemas. Terça-feira, dez de setembro de 2013. Foi na terça-feira que Washington Marques da Silva anunciou uma decisão bombástica que até hoje ainda não foi digerida por este que vos escreve.

Washington Marques da Silva, para os que não conhecem por este nome, é Bell Marques, vocalista do Chiclete com Banana. Banda que há 33 anos faz sucesso por todo o Brasil. Foram 27 discos, dois DVDs, caminhando pro terceiro que já foi gravado em Salvador e Fortaleza, e muitos e muitos admiradores desta lenda urbana chamada Chiclete com Banana.

O Chiclete com Banana influenciou gerações, da criança ao idoso não há como ficar parado quando o Chiclete passa. Duvido você não sentir um pingo de emoção quanto passa aquele caminhão pelas ruas e avenidas da Bahia e dos quatro cantos do Brasil.

É natural que existam críticas a esta banda. Respeito todos que não entendem o que é ser Chicleteiro. Não vamos mudar a mentalidade de ninguém, mesmo justificando as inúmeras músicas do Chiclete com Banana que não se restringem apenas àquelas de refrão fácil e letras repetitivas, como já ouvi por parte de alguns que desconhecem a história da banda.

Aprendi a gostar do Chiclete com Banana ainda quando criança, de lá pra cá foram inúmeros shows em Recife, Natal, João Pessoa, Caruaru, Cabo de Santo Agostinho, Olinda, Bonito, Tamandaré e muitas e muitas cidades, além da maior delas e do maior evento de todos, Salvador e o seu carnaval.

Bell Marques é um patrimônio brasileiro, rompeu as fronteiras da Bahia e do Nordeste, conquistando cariocas, paulistas, catarinenses, mineiros, pernambucanos, gaúchos, candangos e muitos e muitos brasileiros.

A música do Chiclete é diferente, a mistura de Chiclete com Banana sacode Recife e balança Copacabana. É nessa mistura de ritmos, respeitando o forró, o rock, o baião, a MPB, que o Chiclete se tornou essa referência para muita gente.

Eles foram profissionais ao extremo. Não só Bell Marques que é a pessoa que quase todos se referem quando ouvem falar do Chiclete com Banana. Wado Marques e Wilson Marques, seus irmãos, têm papel fundamental nisso tudo, assim como Deny, Lelo Lobão, Walmar Paim, Rey Gramacho, Walter Cruz e os que já não fazem mais parte da banda Missinho e Cacik Jonny.

Você fazer 130 shows por ano não é para qualquer um. É o sonho de qualquer artista chegar num palco ou num trio elétrico e ver 50 mil, 100 mil, 500 mil, 1 milhão, 2 milhões de pessoas te esperando cantar. Nunca senti isso, afinal não sou cantor, mas Bell Marques e os demais integrantes da banda com certeza sabem o que significa.

A saída de Bell Marques do Chiclete com Banana é algo muito mais emblemático do que se possa imaginar. Não vou me ater a esses detalhes idiotas de bastidores porque em nada ajudam, pouco acrescentam e só machucam quem faz o Chiclete e quem gosta do Chiclete.

Não vou pedir a Bell Marques para rever sua decisão, que me parece irrevogável. Apenas direi o quanto ele e os demais são importantes para mim. E tenho certeza que iguais a mim existem milhares, que tinham medo desse dia acontecer, e mesmo sabendo que um dia ele aconteceria não imaginaria que seria no dia 10 de setembro de 2013, cinco dias depois do aniversário de 61 anos de Bell Marques. Numa terça-feira, idêntico ao dia que termina o carnaval de Salvador no Camaleão.

Por sorte, a decisão de Bell não é um adeus, e sim um novo jeito de caminhar. A mudança é sempre difícil de aceitar, todos nós temos medo do incerto e do inseguro. Imagina quem gosta de algo tão importante pra gente?

Alguns dirão que acompanhar uma banda e gostar das músicas dela parece ser futilidade. Que seja, mas precisamos de certas futilidades para viver. Quem nunca provou e gostou de uma futilidade que atire a primeira pedra.

O que posso dizer é que, como chicleteiro, fui feliz e vivenciei momentos incríveis que poucas coisas já me trouxeram. Ser chicleteiro é algo transcendental. Tem gente que é roqueiro, tem outros que são flamenguistas, alguns corintianos, sim, comparo o Chiclete a uma torcida. Somos torcedores do primeiro acorde da guitarra de Bell, do ronco do Rex, da qualidade do som gerida por Wilson, na expectativa da fala de Wadinho: “Chicleteiros do Brasil, bem-vindos ao mundo mágico do Chiclete com Banana onde toda alegria será permitida, vamos fazer dessa noite mais uma noite inesquecível, com a energia de vocês, com a alegria de vocês e o som do Chiclete com Banana.” Quem nunca quis advinhar a próxima música que Bell Marques iria cantar? Quem nunca pediu Broto, Quiribamba, Aririô, Savassi, Selva Branca, Sorria, e muitas outras relíquias do Chiclete com Banana?

“Foi tudo tão intenso, tão maravilhoso, cada segundo e a vida nos revela a cada dia uma nova cena do outro mundo, se chega, me beija, me olha nos olhos e me diz então: valeu, foi bom, adeus!”

“Vem, o amor é um vício que a vida tem, onde nasce e se rompe no choro de alguém, sem eco no fundo desse amor, olhe o que eu sou pra você, oh meu bem, só me dê alegrias pra eu viver, meu amor, meu amor, não me deixe sozinho, pois a vida é uma só, nossa vida é uma só…”

“Choro, mas deixo um sorriso no ar, nada pode me assustar, donos do mundo querem sangrar a beleza de amar…”

“Viver, cantar, olhar a estrela, parece até que é brincadeira, viver, cantar, brincar de roda, imaginar poder voar…”

“Jogue a vida arrisque tudo e curta esse amor, se livre dessa cara amarrada e saia como entrou…”

“Então diga que valeu, o nosso amor valeu demais, foi lindo, ficou pra trás…”

“Sempre me lembro de você, com esse jeito tão estranho, no segredo desse amor, seja ele como for, amar você não dói, um pedaço de você alucina o meu juízo, você é meu paraíso, é só sonhar…”

“Pode ser mais um capricho, pode ser uma paixão, pode ser coisa do bicho, pode até ser ilusão…”

As músicas já faltam, mas esses oito trechos fazem a gente refletir o que é o Chiclete com Banana, que é amor, é paixão, é respeito, é admiração, é carinho, é viver, é chorar, é sorrir, enfim, é acreditar na vida sempre.

Que o Chiclete com Banana seja eterno enquanto dure. Vida longa a Bell Marques. Obrigado por tudo!

Não vou dizer um #FicaBell porque você nunca foi embora. O que posso dizer é #ObrigadoBell e #EstamosJuntos.

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Arquivado em: Sem categoria Marcados com as tags: bell marques, camaleão, chiclete com banana, diga que valeu

Comentários

  1. Marcelo Melo diz

    13 de setembro de 2013 em 7:45 am

    Simplesmente, TOP!!! Me emocionei e por uns instantes passou um filme de todas as Micaretas(19) e os carnavais de SSA(8), que tive o prazer de pular!!! #obrigadoportudoBell

    Responder
  2. Cicero diz

    13 de setembro de 2013 em 10:01 am

    E na minha opinião Bell Marques , sobrevive sem o nome Chiclete , já o Chiclete não ira sobreviver sem o eterno Bell….

    Responder
  3. Deise Costa dos Santos diz

    13 de setembro de 2013 em 12:07 pm

    Essa vai pra bell: Si pra você estar sendo difícil imagine para nossos corações, nos não vivíamos dentro dessa relação sua com a banda chiclete; não sabemos os reais conflitos que essa relação podia ter. Só vivemos o lado maravilhoso que a banda passava pra gente à magia, a sensação, a força, eu Era pequena quando ouvir selva branca, marcou muito… De um jeito diferente o chiclete falava de amor e agora como vai ser… Estar sendo terrível… Amamos o conjunto, cadê essa força?

    Responder
  4. ERICH DINO diz

    13 de setembro de 2013 em 14:17 pm

    Cara quase choro aqui! Belas palavras! Abraços

    Responder
  5. Simone diz

    13 de setembro de 2013 em 15:06 pm

    Muito lindo o que escreveu e verdadeiro. Somos uma família que o chiclete criou. Bjs

    Responder
  6. Ivanês Lopes diz

    13 de setembro de 2013 em 17:00 pm

    O Bell é a cara do Chiclete,sem ele a banda perde sua expressão visual mais extraordinária: o próprio Bell cantando, o seu lenço típico amarrado na cabeça, e seu sorriso que vem do coração.
    Mas em muitos momentos da vida como um todo, quem toma uma decisão radical sabe porque o faz.
    Mas é como o próprio Bell diz: “Mas diga que valeu…!”

    Responder
  7. Romildo diz

    13 de setembro de 2013 em 17:43 pm

    Parabéns Edmar, ótimo texto

    Responder
  8. Marcio Fabrício de Souza de Jesus diz

    13 de setembro de 2013 em 21:45 pm

    nossa que lindo gostei ta ei chicleteiros do Brasil………

    Responder
  9. Junnão Cruzeiro Chicleteiro diz

    13 de setembro de 2013 em 22:20 pm

    Edmar Lyra, parabéns pela crônica. Sentiremos muita falta mesmo do Chiclete. #ObrigadoBell

    Responder
  10. Renata diz

    14 de setembro de 2013 em 2:13 am

    Parabéns… me emocionei de novo ao ler seu texto!! Você disse tudo!!! Foi tudo tão maravilhoso, tão perfeito, com tantas emoções, que é impossível não amar o chiclete, que estará eternamente no meu coração, e DIGO QUE VALEU DEMAIS!! Só tenho a agradecer por momentos inesquecíveis que passei com eles… pra sempre Chiclete e Bell!!!

    Responder
  11. pietras diz

    14 de setembro de 2013 em 12:15 pm

    estou emocionada com tudo isso ainda não digeri que ele vai sair da banda

    Responder
  12. Anderson diz

    18 de setembro de 2013 em 13:38 pm

    Lamentável… mas é vida que segue, apesar de ser insubistituível, mesmo os clones do chiclete e os filhos do chiclete não tem o mesmo sabor.

    Responder

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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