Blog Edmar Lyra

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Postado por Edmar Lyra às 21:43 pm do dia 11 de março de 2015

Elias leva a FHC proposta de entendimento nacional

A cada dia mais preocupado com a crise política nacional e temendo um desfecho “traumático”, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, recorreu, nesta quarta-feira (11/03), ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, líder maior do PSDB, na tentativa de sensibilizar os tucanos para a sua proposta de entendimento nacional entre governo e oposição. Ele insiste que a situação atual exige uma solução “negociada” e sugere um pacto que incluiria a antecipação das eleições presidenciais de 2018 para a 2016.

 

Elias enviou a Fernando Henrique a mesma carta que, na sexta-feira (06/03), havia encaminhado aos senadores Aécio Neves (MG, presidente nacional do PSDB) e a Humberto Costa (líder do PT no Senado), na qual argumenta que o momento de gravidade exige  “a construção urgente de um acordo político nacional  que afaste a possibilidade de o País entrar numa grave crise de governabilidade, com prejuízo para todos os brasileiros”.

 

“Observador atento da cena política brasileira, como o senhor, constato há meses a gravidade do momento vivido pelo País, tendo já discutido com o senador Aécio Neves, propostas de enfrentamento para se evitar um desfecho traumático, o que nós, democratas, não desejamos”, escreve o prefeito ao ex-presidente, ao encaminhar o texto enviado ao senador mineiro e ao líder petista.

 

Pela proposta que vem, insistentemente, defendendo junto a líderes políticos e em entrevistas à imprensa, Elias sugere a redução do mandato da presidente Dilma Rousseff em dois anos, ao mês tempo em que se buscaria, de forma negociada, avançar as reformas que o Brasil necessita e que não foram agilizadas na gestão do PT. Para isso, a pauta do Congresso Nacional ficaria livre dos escândalos políticos (petrolão), deixando as investigações que se fizerem necessárias para a Polícia Federal, Justiça e Ministério Público.

 

Para ele, no momento de “agonia e incerteza total e absoluta” que o Brasil vive, hoje, a solução negociada é o melhor caminho para evitar que o País entre numa crise de governabilidade que teria, no todo, consequências inimagináveis. Admite que esta não é uma costura fácil, mas argumenta que, se não der certo, pelo menos a população saberia que houve a tentativa.

 

 

 

CARTA A FHC:

 


Prezado senhor Fernando Henrique Cardozo, digníssimo ex-presidente da República Federativa do Brasil.

Observador atento da cena política brasileira, como o senhor, constato há meses a gravidade do momento vivido pelo Pais, tendo já discutido com o senador Aécio Neves, propostas de enfrentamento para se evitar desfecho traumático, o que nós, democratas, não desejamos.

Em carta ao senador mineiro enviada na sexta (06.03), e que aqui reproduzo, sugiro a construção urgente de um acordo político nacional que afaste a possibilidade de o Pais entrar numa grave crise de governabilidade, com prejuízo para todos os brasileiros.

A carta também foi enviada ao senador Humberto Costa, líder do PT no Senado, por entender que a eles [Aécio e Humberto], como líderes dos maiores partidos da oposição e do bloco governista, respectivamente, têm responsabilidades na construção desse pacto que exige desprendimento dos dois lados. A oposição não se furtará ao diálogo em busca de um entendimento e, em contrapartida, a presidente Dilma Rousseff encurtaria o mandato em dois anos, como forma de transição para uma nova construção política.

Assim, as eleições presidenciais seriam antecipadas de 2018 para 2016.

Segue a carta:

Excelentíssimo Sr. Senador

Aécio Neves – Presidente Nacional do PSDB

Tomo a liberdade de enviar à V. Excia. algumas considerações acerca do cenário político nacional, assim como uma proposta de conciliação negociada que entendo ser muito importante para que o País, nesse momento difícil, não termine ingressando numa forte crise de governabilidade, com consequências, no todo, inimagináveis. Certo é que a crise que já vivemos, há meses, seria agravada ainda mais, com prejuízo para todos os brasileiros.

É do conhecimento de todos essa situação de dificuldades do País. Não apenas na questão econômica, agora com os juros e o dólar nas alturas e o investimento praticamente em colapso, mas, principalmente, na seara política, onde o nível de tensão já ameaça colocar uma pedra em qualquer caminho de negociação. Sem falar na total paralisação dos trabalhos do Congresso Nacional, em razão do clima de animosidade, disputa, CPI e até sugestões para que se abra um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff .

Esta é uma situação que tem me preocupado muito. Venho refletindo e externando esta minha preocupação já há alguns meses, mas sinto, agora, que só isso não basta. Por isso a decisão de levar à V. Excia., líder do principal partido da oposição nacional, assim como também ao senador Humberto Costa, líder do maior partido governista (PT), uma proposta de acordo, um entendimento entre os dois maiores blocos políticos do País, na atualidade,  que resulte num inédito pacto entre governo e oposição. Não poderia deixar de externar esta minha colaboração e, assim, acredito que ofereço uma ajuda no sentido de evitar o mal pior.

Este entendimento seria construído a partir de alguns pontos, que passo a colocar: retirada dos escândalos políticos da pauta do Congresso Nacional, deixando as investigações que sejam necessárias para o Judiciário, o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas da União e a Polícia Federal, o que impediria a total paralisação da pauta de votações do próprio Congresso; construção urgente de uma reforma política consensual;  reforma do estado brasileiro, com redução dos cargos de confiança; construção de um plano nacional de infraestrutura com foco nas áreas de transportes, energia e mobilidade urbana e por mudanças na melhoria dos serviços públicos, como saúde e educação; fortalecimento das agências reguladoras; e antecipação das próximas eleições presidenciais, de 2018 para 2016.

Dessa forma, acredito, seria possível impedir que o Brasil seja tragado profundamente pelo cenário de uma crise que a cada dia fica mais latente e ainda mais complicada com a radicalização política. Uma radicalização, só para lembrar, que marcou profundamente as eleições de 2014 e que, de lá para cá, só faz aumentar, numa espiral crescente que pode trazer consequências perigosas para o País.

Certo de que minhas considerações serão observadas com atenção, agradeço o apoio.

Elias Gomes da Silva (PSDB)

Prefeito de Jaboatão dos Guararapes (PE)

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Edmar Lyra

Jornalista político, foi colunista do Diário de Pernambuco e da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco e CEO do instituto DataTrends Pesquisas. DRT 4571-PE.

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