Na semana passada, o Ministério da Educação comunicou a diversas instituições particulares que as matrículas para o Pronatec, uma das bandeiras do governo federal, estariam suspensas neste semestre. Nesta terça-feira, o deputado federal Daniel Coelho subiu à tribuna da Câmara dos Deputados questionar a decisão do governo federal, que fez propaganda do programa na campanha eleitoral, anunciou o Brasil como “patria educadora”, e agora anuncia essas medidas restritivas.
“Ao longo do último ano, em diversos momentos eu era perguntado se havia algum acerto no governo Dilma. E, mesmo sendo de um partido de oposição, eu nunca tive problemas em responder e elogiar o Pronatec. Um programa importante, que só no meu Estado, no ano passado, formou e educou 20 mil jovens”, lembrou Daniel, que prosseguiu. “Sabemos que o Pronatec foi uma das principais peças de campanha da presidente Dilma. Pois bem. Passada a eleição, nós vemos o programa que era carro-chefe, que era elogiado até pela oposição, indo por água abaixo. Em meu Estado, as matrículas já estão suspensas. O Senac, que fazia cursos em grande escala no Estado de Pernambuco, suspendeu as matrículas e coloca agora para o segundo semestre o início das aulas. Praticamente, já são seis meses perdidos”.
Segundo Daniel, a indignação e as reclamações da população brasileira em relação ao cancelamento das matrículas do Pronatec é imensa, justamente por ter sido essa uma das principais propostas da reeleição da presidente. “Até onde pode ir o limite de alguém enganar a população com algo tão sério? Eu me lembro num debate, durante a campanha, quando um economista pergunta à então candidata Dilma como entrar de novo no mercado de trabalho. E a resposta da candidata foi ‘matricule-se no Pronatec para ser reinserida no mercado’. Matricular aonde, se cortaram as verbas destinadas à educação?”, questionou.
Daniel criticou ainda o fato de o governo federal estar preocupado apenas em “instrumentalizar e ocupar o poder público como se fosse propriedade de um partido político”. “Ao longo do último ano e no início deste, (o governo) tem cortado os investimentos não só na educação, mas de uma forma geral, nas áreas sociais. Mas não vejo uma atitude só por parte do governo em diminuir os cargos comissionados, em cortar ministérios, em diminuir o custeio, em cortar os custos com a própria política e com o PT. É vergonha para o Brasil isso o que acontece”, concluiu.
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