
A relação tensa entre o governo Lula e o Congresso Nacional atingiu um ponto crítico nesta semana, com o prazo final para a votação das primeiras medidas provisórias e a aprovação de pautas desfavoráveis ao Planalto. Isso aumentou a pressão sobre os ministros responsáveis pela articulação e comunicação do governo, levando alguns parlamentares a exigir até mesmo suas demissões.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes de partidos não alinhados ao governo estão buscando aumentar seu poder de barganha com o Executivo, o que coloca em risco os auxiliares de Lula encarregados da relação com o Congresso.
Os ministros Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, Rui Costa, da Casa Civil, e Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação do Planalto, estão enfrentando uma pressão crescente. Pimenta, no entanto, está sendo pressionado por aliados do governo, como o deputado federal André Janones (Avante-MG), e não por políticos independentes.
Na quarta-feira, com a MP que reorganiza os ministérios correndo o risco de caducar sem ser votada, o presidente Lula teve que tomar medidas urgentes. Durante uma reunião de emergência com Padilha, Costa e o líder do governo na Câmara, José Guimarães, Lula ligou para Arthur Lira e fez um apelo pela votação do texto.
Lira recebeu bem o contato, mas expressou suas reclamações ao presidente, afirmando que as nomeações de indicados políticos e as liberações de emendas estão demorando muito para serem concretizadas e que muitas vezes as promessas não estão sendo cumpridas.
O presidente da Câmara também reclamou da falta de acesso aos ministros e ressaltou que o governo Lula não está informando os parlamentares da base sobre suas agendas nos estados.
De acordo com informações do Metrópoles, para melhorar a relação com o governo Lula, Lira deseja indicar aliados para o Ministério da Saúde e para as três pastas atualmente ocupadas pelo União Brasil, que não têm apoiado as pautas do Executivo, apesar de ocuparem posições importantes. O União Brasil é responsável pelos Ministérios das Comunicações, do Turismo e da Integração Nacional.
Após a votação da MP da Esplanada, Elmar Nascimento (UB-BA) comentou em uma conversa com correligionários sobre o encontro com Lula e José Guimarães. O líder do União Brasil expressou satisfação por ter recebido garantias do presidente de um tratamento melhor para a bancada do partido na Câmara e por ter sido reconhecido pelo “erro” do veto dado pelo PT ao seu nome na organização dos ministérios.



