A maldição da Casa Civil
Desde a Era Petista iniciada em janeiro de 2003 com a vitória de Lula para a presidência da República, o Brasil teve nada menos que oito ministros da Casa Civil, que foram José Dirceu, Dilma Rousseff, Erenice Guerra, Carlos Eduardo Esteves, Antonio Palocci, Gleisi Hoffmann, Aloizio Mercadante e Jaques Wagner, dando uma média de menos de 20 meses de permanência para cada um, com destaque para Dilma Rousseff, que ficou quase cinco anos no cargo e Gleisi Hoffmann, que passou quase três anos na pasta.
Todos eles, exceto Dilma e Carlos Eduardo Esteves, que ficou como interino por pouco mais de dois meses, todos os demais ministros tiveram envolvimento em algum problema que acabaram saindo. Mercadante não teve problema de corrupção, mas foi substituído porque não estava dando conta do recado. O mesmo não se pode dizer do seu substituto, o ex-governador da Bahia Jaques Wagner, que assumiu o cargo com a incumbência de resolver os problemas de interlocução entre o Planalto e o Congresso Nacional acentuados no período em que Mercadante ocupou a pasta.
Wagner estava, aos trancos e barrancos, melhorando a situação do governo junto aos deputados e senadores, mas com a denúncia do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró de que o ministro recebeu recursos para a sua campanha em 2006 ao governo da Bahia, a situação do ex-governador ficou complicada.
Por ser uma pasta política com grande prestígio dentro do governo federal, a Casa Civil está sempre no olho do furacão, seja por falta de articulação política ou pelo excesso de “capacidade de arregimentação” de seus ocupantes. No caso de Wagner, aparenta que ele esteja no segundo grupo. O fato é que a denúncia contra o ministro veio na pior hora possivel.
Num momento em que o Congresso Nacional está de recesso e o governo federal vinha tentando construir uma nova imagem para tentar sepultar o impeachment, Dilma agora terá que enfrentar um contexto que pode culminar no afastamento de Wagner do cargo. Sem sombra de dúvidas é um grande abacaxi para a presidente descascar e fica comprovada, mais uma vez, a maldição da Casa Civil nos governos do PT.
Floresta – De acordo com informações de bastidores, a prefeita de Floresta Rorró Maniçoba (PSB) já teria definido o nome da candidata do seu grupo político à sua sucessão em outubro. Trata-se da secretária de Finanças Izabella Maniçoba (PSB). Havia forte expectativa de que Rorró pudesse apoiar o deputado estadual Rodrigo Novaes (PSD), mas um desentendimento familiar entre ambos impossibilitou um acordo.
Calumbi – As costuras para o pleito de 2016 já começaram. Se depender do deputado federal Kaio Maniçoba (PHS), diversos parceiros serão lançados a prefeito com o aval dele nas próximas eleições. O município de Calumbi é um exemplo disso. Em visita à cidade anteontem, o parlamentar sacramentou o nome de Sandra da Farmácia para disputar a prefeitura da cidade. Sandra já pode ser considerada pré-candidata e contará com o apoio de Kaio e do ex-prefeito de Calumbi Dr. Cicero Simões e várias lideranças da região. Hoje, o município é administrado por Erivaldo José da Silva (PSB) que pretende fazer a sua sucessora.
Candidatura – Crescem as chances do presidente estadual do PV Carlos Augusto Costa, suplente de senador, ser candidato a prefeito do Recife em outubro. Ele tem se movimentado bastante na cidade e a expectativa é que ele possa ser oficializado. Ele foi eleito na chapa do governador Paulo Câmara como suplente de Fernando Bezerra Coelho e declarou quase R$ 6 milhões de bens, sendo um dos candidatos mais ricos de 2014.
Revoada – Após o senador Alvaro Dias (PR) confirmar a sua saída do PSDB para se filiar ao PV, outros figurões tucanos podem mudar de partido nos próximos meses. Além do governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que deve ir para o PSB, o senador José Serra também deve mudar de partido para ser candidato a presidente. Ele estuda a ida para o PSD ou o PMDB. Apesar dos 51 milhões de votos, pelo visto Aécio não consegue unificar o partido em torno do seu novo vôo presidencial.
RÁPIDAS
Posse – O prefeito de Jaboatão, Elias Gomes (PSDB), empossou nesta sexta-feira (8) o ex-procurador-geral de Justiça do Estado, Paulo Bartolomeu Varejão, na Procuradoria do Município. Varejão é aposentado do cargo de procurador mas aceitou o convite do prefeito para dirigir a Procuradoria Municipal. Ele foi candidato a prefeito em 2008 contra o tucano mas reconhece que, sob o comando dele, o município avançou bastante e saiu das “páginas policiais”.
Petrolina – A disputa interna do PSB pela prefeitura de Petrolina protagonizada pelos deputados Lucas Ramos e Miguel Coelho começa a esquentar e ganhar as ruas do município. Miguel criticou ontem o colega deputado por estar querendo fazer uma “rinha política” a respeito da indicação de Miguel para comandar o partido no município.
Inocente quer saber – Geraldo Julio estaria com receio de disputar um segundo turno em outubro?