O dia infernal de Dilma Rousseff
Desde que foi reeleita presidente da república em outubro, a presidente Dilma Rousseff vem vivenciando um inferno astral daqueles que parecem não ter fim. A operação Lava Jato, os ajustes da economia e outros acontecimentos vêm colocando o governo Dilma Rousseff em péssimos lençóis.
Porém, nenhum dia de 2015 foi tão para a presidente quanto ontem. O dia começou com a divulgação da pesquisa Datafolha que mostrou que a rejeição da presidente subiu assustadoramente. Ela saiu de 24% ruim e péssimo em dezembro de 2014 para 62% em março de 2015.
A presidente tem hoje apenas 13% de avaliação ótimo/bom, é o pior resultado de um presidente da república desde Fernando Collor antes do impeachment, que chegou a 68% de rejeição. Não há nenhum indício que este panorama possa modificar, fica evidente que o governo Dilma acabou com apenas três meses do segundo mandato. Ela não tem condições políticas de governar o país.
Não bastasse a péssima notícia trazida pelo Datafolha, o ministro da Educação Cid Gomes foi à Câmara dos Deputados para responder pela frase dita por ele de que a Câmara tinha 400 achacadores. Primeiro Cid não foi porque estava internado, quando saiu foi ontem falar com os deputados para se explicar.
Na Câmara, Cid não conseguiu reverter a situação junto aos deputados federais, chegando a afirmar que o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha era achacador. Simplesmente arrumou mais um abacaxi pra Dilma descascar. O PMDB chegou a afirmar que se ele continuasse no cargo o partido sairia da base aliada da presidente.
Em menos de três meses Dilma ficou obrigada a trocar o ministro da Educação depois de escolher como bandeira do governo o slogan Pátria Educadora. A situação da presidente se agravou muito depois de ontem, que a cada dia vê a sua escassa governabilidade ir pro beleléu.
Queda – A maior queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff foi nas Classes C, D e E que compreendem até dois salários mínimos. Dilma caiu de 43% de ótimo/bom em setembro para 15% em março. Já ruim/péssimo saltou de 18% para nada menos que 60%. Evidenciando que até os mais pobres desaprovam seu governo.
Momentos – Os piores momentos dos últimos presidentes foram Fernando Collor em setembro de 1992 com 68% de ruim/péssimo, Itamar Franco em novembro de 1993 com 41%, FHC em setembro de 1999 com 56% e Lula em dezembro de 2005 com 29%. Dilma com 62% só está melhor que Collor antes do impeachment.
Nota – O Datafolha faz uma avaliação com seus entrevistados para atribuir uma nota de 0 a 10 para o governo Dilma Rousseff. Em junho e julho do ano passado a menor nota média foi de 5,6. Na última sondagem do instituto foi de 4,8 e ontem chegou a sua pior nota, com apenas 3,7.
Oposição – O deputado Sílvio Costa Filho (PTB), líder da oposição na Alepe, quer a criação de uma comissão parlamentar que visa acompanhar a implementação do piso nacional da educação no estado e a promessa de campanha do governador Paulo Câmara de que iria dobrar o salário dos professores até 2018.
RÁPIDAS
Movimento – Rodrigo Novaes está engajado em andar por todo o Nordeste para fazer o movimento “União pelo Nordeste” tomar forma e levar até o governo federal a necessidade de um novo olhar sobre a região. Ainda esse semestre ele e o deputado Miguel Coelho planejam realizar fórum com a participação de prefeitos, governadores e parlamentares para engajar todos nessa luta. Na próxima semana irão à Bahia.
Joaquim Barbosa – O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa desde que saiu da Suprema Côrte em agosto do ano passado estava um pouco afastado dos holofotes. Até que decidiu criar uma empresa de palestras e cursos. A informação foi dada pelo ex-ministro em seu Twitter pessoal ontem.
Inocente quer saber – Dilma aproveitará a saída de Cid Gomes para fazer uma reforma ministerial inclusive reduzindo o número de ministérios?
