
Humberto Costa vira fardo para 2026
Em 2026, Humberto Costa completará 16 anos consecutivos como senador por Pernambuco. Uma marca que, em vez de representar estabilidade e liderança consolidada, evidencia uma evidente fadiga de material. O tempo cobra seu preço, e a longevidade política sem renovação transforma experiência em desgaste. O cenário atual escancara essa realidade: o prestígio que Humberto um dia teve já não encontra mais a mesma ressonância popular ou estratégica.
O governo Lula, do qual Humberto é defensor de primeira hora, está enfraquecido, patina em meio a crises internas e não tem mais a força simbólica e política que outrora mobilizava Pernambuco. O lulismo que elegeu bancadas inteiras com facilidade agora enfrenta rejeição crescente, especialmente em setores do eleitorado que anseiam por alternativas mais pragmáticas e menos ideológicas.
A presença de Humberto na chapa majoritária, como nos mostra a experiência recente com Teresa Leitão e Danilo Cabral em 2022, não garante sequer a transferência orgânica do voto petista. Pior: carrega consigo o ônus da rejeição a um partido que muitos enxergam como parte de um sistema político cansado e ultrapassado.
E esse desgaste não é exclusividade do eleitorado. Entre os prefeitos — atores-chave em qualquer eleição majoritária — a insatisfação é ainda mais explícita. A maioria deles não nutre qualquer simpatia por nenhum dos dois senadores do PT. O motivo é direto: tanto Humberto quanto Teresa são percebidos como mais preocupados com os interesses do partido do que com os reais problemas de Pernambuco. A ausência de articulação eficaz, de diálogo constante e de resultados concretos em benefício dos municípios torna a relação cada vez mais fria e distante. Há, entre os gestores, um clamor por novas lideranças que tenham mais compromisso com a pauta municipalista e com o fortalecimento da bancada pernambucana no Senado.
Diante disso, nomes de centro ganham tração como alternativas viáveis e até mais competitivas para a disputa ao Senado. João Campos, jovem e estrategista, já se reposiciona com inteligência. Com o MDB em mãos, ele tem opções muito mais amplas e eficazes: Silvio Costa Filho (Republicanos), Miguel Coelho (União Brasil) e Eduardo da Fonte (Progressistas). Três nomes que, juntos, representam blocos partidários expressivos, com tempo de TV, capilaridade e força nacional.
A eventual saída de Humberto do páreo, longe de ser uma perda, equaliza o jogo e abre espaço para novas composições. João Campos, inclusive, ganha margem de manobra: pode ceder a vice ao PT — um gesto simbólico de aliança — sem sacrificar uma das vagas ao Senado, muito mais estratégicas para a montagem de um palanque competitivo.
O tempo de Humberto Costa no Senado pode estar chegando ao fim. E talvez, para o próprio PT e para Pernambuco, isso não seja exatamente uma má notícia. É hora de reoxigenar. A política, afinal, não é feita apenas de nomes antigos, mas de ciclos — e esse parece prestes a se encerrar.
Salgueiro – A visita do presidente Lula (PT) a Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, nesta quarta-feira (28), para assinar a ordem de serviço da ampliação das bombas do Eixo Norte da Transposição do São Francisco, promete ser palco de uma disputa política entre a governadora Raquel Lyra (PSD) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), ambos confirmados no evento. De olho na sucessão estadual de 2026, Raquel e João buscarão dividir os holofotes ao lado de Lula, cuja imagem segue como trunfo eleitoral no Estado. Nos bastidores, cresce a expectativa sobre qual palanque Lula escolherá em 2026, embora aliados como a senadora Teresa Leitão (PT) defendam que o presidente suba apenas com João Campos.
Posse imediata – A Justiça Eleitoral homologou nesta segunda-feira (26) o resultado da eleição suplementar em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, realizada em 4 de maio. A decisão, assinada pela juíza Clenya Pereira de Medeiros, confirma a vitória de Marcílio Regio (PP) e Lícia Maciel (PT) para os cargos de prefeito e vice-prefeita, respectivamente, e determina a posse imediata pela Câmara Municipal. Segundo o TRE-PE, todo o processo ocorreu dentro da legalidade, sem registro de impugnações, o que reforça a lisura e transparência do pleito.
Sanção – O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta segunda-feira (26) que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pode ser incluído em um “rol de possíveis sancionados” pelo governo dos Estados Unidos, após a PGR pedir a abertura de inquérito para investigar a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) no exterior. Eduardo está licenciado e mora nos EUA desde fevereiro. Flávio acusou Gonet de seguir o “veneno” do ministro Alexandre de Moraes, relator do pedido no STF, e classificou a medida como uma “perseguição” política, sugerindo que o Brasil vive um “estado de exceção”.
Inocente quer saber – Sem Humberto na disputa, quem são os favoritos para o Senado Federal em 2026?



