
Bolsonaro aposta em Michelle e embaralha quadro da direita em 2026
Mesmo inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro segue sendo o principal articulador da direita brasileira. Sua decisão de não apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, e de tentar emplacar sua esposa Michelle Bolsonaro como candidata à Presidência da República em 2026 confirma que Bolsonaro não pretende abrir mão do protagonismo político — ainda que esteja fora da disputa eleitoral.
Com 54% de desaprovação e apenas 40% de aprovação, o governo Lula enfrenta dificuldades de desempenho e desgaste político em diversos setores. A economia dá sinais de recuperação lenta, a articulação política no Congresso segue frágil e parte do eleitorado que apostou em Lula em 2022 hoje demonstra frustração. Nesse cenário, Bolsonaro vê uma janela para reorganizar sua base e voltar ao centro do debate nacional, mesmo à sombra do poder.
Ao se afastar de Tarcísio, considerado por muitos como seu herdeiro político natural, Bolsonaro dá um recado claro: não confia plenamente na lealdade do governador paulista nem em sua capacidade de manter vivo o legado do bolsonarismo. Tarcísio tem feito gestos ao centro e buscado aproximação com setores do mercado e do Congresso que desagradam os bolsonaristas mais radicais. Essa postura mais moderada pode fazer sentido institucionalmente, mas fere a lógica personalista que norteia o projeto político de Bolsonaro.
Michelle Bolsonaro surge, então, como uma alternativa que atende aos dois interesses centrais do ex-presidente: manter a narrativa ideológica que mobiliza sua base e continuar influente nas decisões do campo conservador. Embora não tenha trajetória política consolidada, Michelle se beneficia de uma imagem pública positiva entre evangélicos, mulheres e segmentos mais moderados, além de ter sido protagonista de ações sociais durante o governo do marido.
A tentativa de lançá-la candidata, no entanto, não está livre de obstáculos. A falta de experiência, a resistência de setores da própria direita a uma candidatura dependente de Bolsonaro, e a necessidade de construir uma coalizão eleitoral ampla colocam em xeque a viabilidade do projeto.
Ainda assim, com um governo Lula fragilizado nas pesquisas e sem uma oposição consolidada, Bolsonaro aposta na força simbólica do seu nome — agora representado por Michelle — para manter vivo seu projeto político e retomar o poder. Em 2026, a disputa será, mais uma vez, entre narrativas e símbolos. E Bolsonaro, mesmo fora das urnas, pretende ser o centro delas.
Desenvoltura – Alçado à condição de ministro da Previdência após a crise que derrubou Carlos Lupi, o pernambucano Wolney Queiroz está sendo bastante elogiado pela postura nos embates com a oposição no Congresso Nacional. Com a experiência de seis mandatos como deputado federal em Brasília, Wolney chegou na função bastante preparado para ajustar os problemas da previdência e ajudar o governo Lula a vencer a crise.
Betânia – O prefeito de Betânia, Bebe Água, está bastante engajado no projeto de João Campos na disputa pelo governo de Pernambuco em 2026. Filiado ao PSB, Bebe Água será um dos maiores defensores do projeto do seu partido para a disputa estadual.
Márcia Conrado – A prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, um dos maiores expoentes do PT de Pernambuco, terá papel determinante na construção eleitoral. Prefeita bem-avaliada, Márcia recentemente recebeu João Campos em sua residência e afirma que será um soldado do seu partido caso a legenda faça a opção pelo prefeito do Recife na disputa estadual.
Cinturão – Além da própria prefeitura do Recife, João Campos deverá contar com importantes apoios na metropolitana na disputa pelo governo de Pernambuco. São seus aliados Vinicius Labanca (São Lourenço da Mata), Lula Cabral (Cabo de Santo Agostinho), Flávio Gadelha (Abreu e Lima) e Carlos Santana (Ipojuca). Essas cidades compreendem 1/4 do eleitorado do estado, e os prefeitos poderão potencializar João Campos em busca do Palácio do Campo das Princesas.
Inocente quer saber – A governadora Raquel Lyra está se esforçando para garantir o MDB em 2026?
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