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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 11 de dezembro de 2025

Coluna desta quinta-feira

Foto: Miva Filho

Arco Metropolitano: a assinatura que pode redesenhar o futuro de Pernambuco

A próxima sexta-feira marca um daqueles momentos raros na política pernambucana: a assinatura da ordem de serviço do Arco Metropolitano pela governadora Raquel Lyra. Não é exagero dizer que se trata do passo mais concreto dado pelo Estado, em décadas, para reorganizar sua mobilidade, destravar gargalos históricos e criar uma nova centralidade econômica na Região Metropolitana do Recife (RMR). A obra, aguardada por governos sucessivos e prometida mais vezes do que se pode contar, finalmente sairá do papel — e isso muda o jogo político, social e econômico de Pernambuco.

O Arco Metropolitano não é apenas uma rodovia. É uma reconfiguração completa da forma como o Grande Recife se conecta com o interior, com o Porto de Suape e com os fluxos logísticos que mantêm a economia viva. Hoje, o tráfego pesado que deveria circular por fora do centro urbano entope BRs já saturadas e empurra o caos para dentro das cidades. Caminhões dividem espaço com ônibus e carros em corredores que não comportam mais o volume de veículos. O resultado é previsível: congestionamentos intermináveis, aumento de acidentes, perda de produtividade e um efeito cascata que afeta desde o preço do frete até a vida cotidiana de quem depende do transporte público.

A assinatura da ordem de serviço representa, portanto, um divisor de águas. Raquel Lyra aposta suas fichas numa entrega que tem potencial para ser a marca estrutural de sua gestão. Ao tirar o Arco do campo das intenções e levá-lo para a execução, a governadora se apropria de uma agenda que nenhum antecessor conseguiu materializar. É, ao mesmo tempo, uma demonstração de capacidade administrativa e um recado político: Pernambuco voltou a disputar espaço nas grandes obras de infraestrutura do País.

Mas os impactos vão muito além da política. A RMR tende a ser a maior beneficiada. Com a nova via, bairros e cidades antes isolados do fluxo logístico ganharão competitividade. O trânsito interno deve melhorar substancialmente, especialmente nos corredores que hoje servem como rota improvisada para caminhões. Empresas que dependem de escoamento rápido — sobretudo as ligadas à indústria, ao comércio atacadista e ao agronegócio — terão uma alternativa mais eficiente para acessar Suape e as principais rodovias federais. Em um estado com forte vocação para distribuição regional, isso significa mais negócios, mais empregos e maior capacidade de atrair investimentos.

O Arco também promete reorganizar o vetor de crescimento urbano. Novas áreas poderão ser planejadas com mais racionalidade, reduzindo a pressão sobre regiões já saturadas e abrindo espaço para empreendimentos imobiliários, logísticos e industriais. O efeito multiplicador é evidente: melhora a mobilidade, cresce a economia, dinamizam-se os municípios do entorno e o Estado recupera parte de sua competitividade perdida ao longo dos anos.

Claro, desafios não faltarão. Grandes obras exigem continuidade, fiscalização rigorosa, planejamento ambiental e capacidade de manter o cronograma longe de disputas políticas e entraves burocráticos. Mas, ainda assim, a largada é simbólica e poderosa.

Na sexta-feira, quando a governadora assinar a ordem de serviço, Pernambuco verá mais que um anúncio: verá a possibilidade real de destravar um projeto que pode redefinir sua matriz logística e, com ela, o futuro de toda a Região Metropolitana do Recife. É uma oportunidade histórica — e, desta vez, com data marcada para começar.

Recuo – O ministro Gilmar Mendes, do STF, recuou e suspendeu o trecho da liminar que limitava à PGR o poder de solicitar impeachment de ministros da própria Corte. A decisão, publicada nesta quarta-feira (10) após pedido do Senado, também retirou de pauta a sessão virtual marcada para sexta-feira (12), que referendaria a liminar, abrindo novo capítulo na disputa institucional sobre a tramitação de pedidos de impeachment no Supremo.

Contraponto – Integrantes do Planalto e da base governista enxergaram uma articulação entre Hugo Motta e Davi Alcolumbre para acelerar a votação do PL da Dosimetria antes do recesso, interpretando os anúncios casados dos presidentes da Câmara e do Senado como um recado direto a Lula, de quem ambos têm divergências recentes. Motta pautou e aprovou o texto na Câmara por 291 votos a 148, e, pouco depois, Alcolumbre sinalizou que o Senado também votaria a proposta ainda em 2025. Para aliados do governo, a movimentação foi um contraponto explícito ao presidente, que deve vetar o projeto — embora a palavra final caiba ao próprio Congresso, que poderá derrubar o veto.

Acordão – A votação do projeto que altera a dosimetria de penas, destravada e aprovada na madrugada desta terça-feira (10) na Câmara, ganhou força após um acordão costurado em torno da possível retirada da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência. O senador, que no domingo (7) admitiu publicamente que sua candidatura tinha “um preço”, reuniu deputados em um jantar na segunda (8), sinalizando disposição para negociar. Segundo bastidores revelados por Júlia Duailibi no Jornal da Globo, a dosimetria — até então sem prioridade, nem mesmo para aliados de Jair Bolsonaro, focados na anistia — voltou ao centro das articulações como alternativa apresentada por Flávio. A ofensiva reorganizou o tabuleiro do Centrão, empenhado em abrir caminho para o nome de Tarcísio de Freitas em 2026.

Crime organizado – O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (10), por 64 votos a zero, o Projeto Antifacção, que cria o Marco Legal de Combate ao Crime Organizado. A proposta endurece penas — que podem chegar a 60 anos para lideranças, com agravantes —, dificulta a progressão de regime e determina que chefes de facções e milícias cumpram pena em presídios federais de segurança máxima, reforçando a estratégia nacional contra o avanço dessas organizações.

Inocente quer saber – O arco metropolitano será a grande marca do governo Raquel Lyra?

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Edmar Lyra

Jornalista político, foi colunista do Diário de Pernambuco e da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco e CEO do instituto DataTrends Pesquisas. DRT 4571-PE.

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