
João Campos viabiliza transformação do Cais José Estelita
O Recife assiste, a partir desta quarta-feira, a uma transformação urbanística e política de grande escala com a entrada em funcionamento do novo sistema viário do Cais José Estelita. A mudança marca o fechamento definitivo da tradicional Avenida Engenheiro José Estelita e a abertura de novas vias adjacentes ao polêmico empreendimento imobiliário, que por anos dividiu opiniões entre ambientalistas, urbanistas e defensores do desenvolvimento econômico.
A operação viária foi executada pelos próprios empreendedores privados, com um investimento de R$ 50 milhões em infraestrutura. Mas o impacto vai além da engenharia de tráfego. Com a liberação das seis novas faixas — três em cada sentido —, a Prefeitura do Recife dá início à prometida construção de um parque urbano de 10 hectares, algo inédito para a área central da cidade e que pode reposicionar o Cais como um novo polo de convivência e mobilidade.
João Campos, que desde o início de sua gestão assumiu a defesa do projeto, colhe agora os frutos políticos da consolidação do Estelita. O prefeito enfatiza a contrapartida de R$ 120 milhões da iniciativa privada para obras de uso público, reforçando a narrativa de que o setor imobiliário pode — e deve — ser parceiro do poder público quando há pactuação clara. A criação da Avenida Senador Francisco Pessoa de Queiroz, o prolongamento futuro da Dantas Barreto até o mar e a implantação de ciclovias e calçadas niveladas são vitórias do ponto de vista da mobilidade ativa.
Mas a movimentação não é isenta de riscos políticos. A lembrança do embate histórico em torno do projeto, que enfrentou protestos e ações judiciais, ainda paira no imaginário coletivo. A gestão João Campos aposta que o resultado final — com parques, acessibilidade e fluidez no trânsito — fará com que até os críticos mais ferrenhos reconheçam os avanços.
A medida acontece às vésperas de 2026, ano que será crucial para o PSB. A entrega progressiva do projeto do Estelita pode virar vitrine para o prefeito e seu grupo político, abrindo espaço para consolidação de sua liderança estadual e nacional. O que antes era símbolo de discórdia, começa a ganhar contornos de legado. Se o novo Cais funcionar como promete, João Campos pode selar mais do que um projeto urbano — pode assinar um marco político.
Empossados – A governadora Raquel Lyra empossou, nesta terça-feira (1º), no Palácio do Campo das Princesas, os novos secretários Daniel Coelho, que assume a pasta de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha, e André Teixeira Filho, que passa a comandar a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura. A cerimônia contou com a presença da vice-governadora Priscila Krause, deputados estaduais e membros da equipe de governo. Raquel destacou o reforço ao projeto de transformação do Estado e agradeceu aos gestores que deixam as funções. Daniel substitui Ana Luiza Ferreira, que assume a presidência da Adepe, enquanto André entra no lugar de Diogo Bezerra, agora à frente da Condepe/Fidem.
Plano B – Sentindo o cheiro da derrota antecipada em 2026, o deputado estadual Jeferson Timóteo já ensaia seu plano B no Cabo de Santo Agostinho: disputar uma vaga na Câmara Municipal em 2028. Sem o apoio que esperava para renovar seu mandato, Timóteo teria avisado ao vereador Vevel que será seu adversário direto na próxima eleição municipal. A dúvida que fica é se, desgastado politicamente, ele ainda terá votos suficientes para retornar à cena política local como vereador.
Conciliação – Em meio à crise entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional sobre o IOF, ministros do STF avaliam intermediar uma conciliação entre as partes, com o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações, à frente das articulações. A AGU ingressou com ação no Supremo pedindo a declaração de constitucionalidade do decreto presidencial que alterou as alíquotas do imposto, além de liminar para suspender o decreto legislativo que anulou os efeitos da medida. Preocupado com o risco de instabilidade institucional, Moraes defende um esforço de pacificação, com liderança direta do presidente Lula.
Inocente quer saber – A governadora Raquel Lyra conseguirá convocar a Alepe de forma extraordinária?



