O plano B de Miguel Coelho para disputar o Senado em 2026
O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, atual presidente estadual do União Brasil, segue sendo uma peça estratégica no jogo político de Pernambuco. À frente de uma legenda que compõe a federação União Progressista — formada por União Brasil e PP — Miguel observa com atenção os desdobramentos que envolvem o projeto político de João Campos, hoje prefeito do Recife e pré-candidato ao governo do Estado em 2026.
Apesar de ter deixado o MDB para disputar o governo em 2022, Miguel Coelho não abandonou os planos de protagonismo estadual. Sua volta ao MDB, partido pelo qual se reelegeu prefeito de Petrolina em 2020, está no radar como um possível movimento tático para garantir espaço na majoritária da próxima eleição — especialmente se a federação União Progressista não caminhar com João Campos.
O comando da federação em Pernambuco ficará com Eduardo da Fonte (PP), que mantém boa relação com João Campos. Caso o grupo decida apoiar o socialista, a tendência é que Eduardo seja o nome indicado para disputar o Senado na chapa da Frente Popular. Nesse cenário, a permanência de Miguel Coelho como opção majoritária pela federação se enfraquece, e o retorno ao MDB surge como um plano B viável.
O movimento ganha ainda mais sentido após o gesto do ex-senador Fernando Bezerra Coelho, pai de Miguel, na recente disputa interna pelo comando do MDB estadual. Mesmo após embates duros com Raul Henry entre 2017 e 2018, FBC apoiou Henry na disputa deste ano, contribuindo para manter o partido sob a influência de João Campos. A sinalização foi clara: o clã Coelho não descarta uma reaproximação com a legenda como parte de uma estratégia maior.
Nos bastidores, cresce a avaliação de que Miguel poderia compor a chapa de João Campos como candidato ao Senado em 2026, em um gesto de aliança pragmática. Com duas vagas em disputa para o Senado, o grupo político liderado por João busca alianças que ampliem sua força eleitoral no interior do Estado — e os Coelho ainda detêm capital político significativo no Sertão.
A articulação está longe de ser definida, mas o que já se sabe é que Miguel Coelho não está fora do jogo. Pelo contrário: trabalha silenciosamente para garantir lugar na chapa majoritária, seja pela federação, seja por um possível retorno ao MDB.
João Campos fortalecido – Não é apenas nas pesquisas eleitorais e nas redes sociais que João Campos largou na frente na disputa pelo governo de Pernambuco. O gestor socialista tem um time que sabe atuar no bastidor, isso tem feito a diferença na construção do seu projeto estadual para 2026. Esses três diferenciais fazem dele o nome mais competitivo na disputa do próximo ano.
Exemplo de Bolsonaro – A construção que está sendo feita em torno de João Campos, que tem atuação em todas as frentes para viabilizar seu projeto estadual, lembra o embate entre Lula e Bolsonaro, que mesmo tendo liberado recursos vultosos, foi derrotado por uma margem pequena em 2022. O script da disputa estadual de 2026 tem sido o mesmo, e o que beneficiou Lula tem beneficiado João Campos.
Sintoma – É no mínimo sintomático que a governadora Raquel Lyra tenha perdido Miguel Coelho e Álvaro Porto para o projeto de João Campos, que trouxe para si a sua prima Marília Arraes. Curiosamente, as adesões a Raquel se deram apenas em quem esteve no palanque de Marília, a exemplo de André de Paula, Waldemar e Sebastião Oliveira e os quatro deputados estaduais do Solidariedade. Se tivesse partilhado o governo com a política, dando espaços proporcionais a quem lhe apoiou, a governadora estaria em melhor situação política na busca pela reeleição.
Recorde – Sob a gestão do ministro Silvio Costa Filho, o Brasil registrou recorde histórico na movimentação de passageiros em aeroportos no período de janeiro a maio de 2025. Foram 51,5 milhões de passageiros, o maior volume já registrado pela série histórica da Anac, superando o recorde anterior de 2015. O crescimento foi de 10% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionado pelo aumento tanto nos voos domésticos (39,9 milhões, alta de 8,3%) quanto nos internacionais (11,6 milhões, avanço de 15,8%), refletindo o fortalecimento da aviação civil brasileira.
Inocente quer saber – As sucessivas derrotas nos bastidores por parte do governo estadual significarão também uma derrota eleitoral?
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