O ex-presidente da República e senador do estado de Alagoas Fernando Collor (PTB) deverá ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República no início de fevereiro, quando os pedidos de investigações contra políticos na Operação Lava-Jato – que denunciou, sobretudo, casos de corrupção na Petrobras – serão enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a publicação, autoridades consideram ter “elementos suficientes” para denunciar o ex-presidente e agora senador. As provas contra Collor não teriam a necessidade do recolhimento de novos depoimentos por meio de um inquérito, ou seja, seria uma “denúncia direta”. Pela investigação da Polícia Federal, ainda em 2014, foram encontrados no escritório do doleiro Alberto Youssef comprovantes de depósitos para o senador que somam R$ 50 mil.
Os recursos foram repassados em dinheiro vivo nos dias 2 e 3 de maio de 2013. O doleiro fazia a interlocução entre funcionários da Petrobras, construtoras e políticos num suposto esquema de corrupção na estatal. Procurado pela reportagem do jornal, o gabinete de Fernando Collor, que sofreu o impeachment em seu mandato na Presidência da República, em 1992, disse que o senador estava em fora de Brasília e não deveria se pronunciar.
Em maio de 2014, quando as denúncias se tornaram públicas, Fernando Collor subiu à tribuna do Senado para se defender. Mesmo não sem explicar a origem dos depósitos, o senador disse que era vítima de uma campanha difamatória da mídia, que ainda não se conformou em vê-lo inocentado das acusações que levaram ao seu impeachment. Como ainda tem foro privilegiado, a Justiça Federal do Paraná, que conduz a Lava-Jato, encaminhou as provas ao STF em julho.
Quando o material chegou ao STF, o ministro Teori Zavascki, que relata os processos da Lava-Jato, delegou a condução do caso a um juiz que atua em seu gabinete. Os documentos, logo depois, foram enviados a Procuradoria-Geral da República. Segundo o jornal, a Procuradoria poderia ter iniciado novas investigações sobre o caso, mas isso não foi feito porque o Ministério Público teve elementos suficientes para a apresentação da denúncia.
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