Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

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Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 23 de abril de 2016

Coluna do blog deste sábado

Daniel Coelho, o candidato de si próprio 

Não é de hoje que o deputado federal Daniel Coelho alimenta o sonho de ser prefeito do Recife. Nas eleições de 2012 obteve um resultado bastante expressivo na disputa pela prefeitura, quando atingiu 245.120 votos, desbancando Humberto Costa e Mendonça Filho, e por muito pouco não chegou ao segundo turno contra o atual prefeito Geraldo Julio.

Naquela eleição, graças a Sergio Guerra, Daniel conseguiu ser candidato e atraiu para o seu palanque o PPS e o PTdoB. Sem ganhar a eleição, mas com um excelente resultado, Daniel virou o alvo de Geraldo Julio, que há muito tempo fomenta a ideia de não tê-lo como adversário em 2016. E recentemente essa tese voltou a ganhar força, sobretudo após o anúncio da sua chapa tendo o empresário Sérgio Bivar (PSL) como candidato a vice-prefeito.

Abordamos o anúncio como um contra-senso, pois ainda faltava muito tempo para Daniel tomar essa decisão, naturalmente estaria fechando portas para a construção de uma aliança mais ampla, com partidos pequenos e médios que pudessem lhe apoiar. Porém, o buraco era muito mais embaixo. O anúncio foi esvaziado pela cúpula do PSDB. Nem Elias Gomes, nem Bruno Araújo, nem Betinho Gomes, nem Evandro Avelar, nem o próprio presidente da sigla Antonio Moraes se fizeram presentes no evento.

A atitude dos cardeais tucanos só tinha um caminho: não consideravam a candidatura de Daniel como um projeto do PSDB, mas sim dele próprio e de mais alguns nomes que dependem diretamente da sua vitória, como por exemplo André Régis, que em 2012 fez corpo mole na disputa pela prefeitura por parte de Daniel, mas ficou ressentido porque não foi convidado para a secretaria de Educação de Geraldo Julio e por isso decidiu fazer oposição ao socialista. Ou seja, o apoio de Régis é muito mais uma vingança a Geraldo do que propriamente por acreditar no projeto de Daniel.

O jogo do Recife traz consequências nas disputas por prefeituras importantes da RMR, mas também desdobramentos na conjuntura estadual e nacional. Por isso ninguém está disposto a bancar a candidatura de Daniel, muito pelo contrário, no PSDB ele é uma espécie de alguém que está com a cabeça a prêmio, pois há articulação entre PSDB e PSB além do Recife como em Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca e outras cidades importantes. A rifada de Daniel pode beneficiar a candidatura de Evandro Avelar em Jaboatão dos Guararapes com o apoio do PSB, pode permitir um isolamento partidário ao deputado Lula Cabral, bem como a ausência dos grandes medalhões da Frente Popular na cidade a fim de deixá-lo mais enfraquecido para enfrentar Betinho Gomes, etc.

No âmbito nacional, a construção do governo Temer pode configurar num fortalecimento do PMDB, que ficará com a vice na chapa de Geraldo Julio, bem como na ascensão de políticos do PSB para a Esplanda dos Ministérios cujo nome preferencial é Beto Albuquerque. Além disso o próprio PSDB acredita que sua chance de chegar ao Planalto em 2018 é grande, e pra isso precisaria do PSB ao seu lado. Alinhando o apoio ao PSB na principal cidade do partido é uma senhora contrapartida visando 2018.

O fato é que não houve precipitação de Daniel em antecipar a chapa, mas sim uma vã tentativa de dar ares de fato consumado à sua candidatura, o que na prática não existe. Daniel segue com inúmeras chances de ficar de fora da disputa pela prefeitura do Recife, porque ele é candidato apenas de si próprio. Como não há vitória na política do “eu sozinho”, Daniel já pode se preparar para o anúncio oficial da sua cabeça a prêmio.

Eduardo Cunha – Após conduzir com mãos de ferro o impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o presidente Eduardo Cunha (PMDB) virou o alvo do establishment. Todos sabem que não há mais a menor condição política de Cunha continuar no cargo e a sua saída é questão de tempo. Resta saber se apenas perderá o o cargo de presidente ou se também ficará sem mandato sendo cassado pelos seus pares.

Revisão – Ainda há tempo para o governador Paulo Câmara rever a decisão de parcelar o salário dos servidores estaduais. A medida é bastante drástica e pode carbonizar a imagem do governador perante a sociedade. É aconselhável que o governador corte alguns custeios da máquina e espere pelo menos mais três meses após Michel Temer assumir a presidência da República. Caso o cenário continue negativo, o governador avalia a hipótese de parcelar salários.

Fernando Holanda – Pré-candidato a vereador do Recife pela Rede Sustentabiliade, o ativista Fernando Holanda lançará sua pré-candidatura na próxima quarta-feira. Holanda acredita que é possível integrar a cidade através das redes sociais e com práticas diferenciadas nas políticas públicas voltadas para um novo conceito de cidade. O evento acontece no Nós Coworking no Marco Zero a partir das 19 horas.

Oportunismo – O PSDB teve papel fundamental na reestruturação do país durante o governo Itamar Franco, quando através de Fernando Henrique Cardoso implementou o Plano Real que venceu a hiperfinflação. Em 2016 o partido não pode se furtar novamente de contribuir com o país através do governo Michel Temer. Não aceitar participar do governo indicando ministros cheira a oportunismo e pode não terminar bem para os planos dos tucanos em voltar a comandar o país um dia.

RÁPIDAS

Senado – O Palácio do Planalto já entregou os pontos sobre a disputa pelo impeachment no Senado Federal. Devem votar pelo impeachment entre 54 a 60 senadores, para Dilma ser afastada é necessário maioria simples, ou seja, metade mais um dos presentes na sessão, que se tiver todos os senadores presentes, são 41 votos.

Recuo – A presidente Dilma Rousseff desistiu de denunciar o “golpe que está sofrendo” na ONU ontem nos Estados Unidos. Após vários ministros do Supremo Tribunal Federal se posicionarem contrários ao que Dilma iria falar, o Planalto avaliou que seria um tremendo tiro no pé abordar o tema. Seria uma desmoralização ainda maior para a figura de Dilma.

Inocente quer saber – Quem será o marqueteiro de Geraldo Julio na busca pela reeleição?

Arquivado em: Coluna diária, destaque, Pernambuco, Política, Recife

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 22 de abril de 2016

Coluna do blog desta sexta-feira

O antagonismo da mediocridade 

Não é de hoje que os deputados Jean Wyllys e Jair Bolsonaro, ambos do Rio de Janeiro, protagonizam polêmicas vazias sobre seus respectivos posicionamentos políticos. Primeiro Bolsonaro, que exerce o sétimo mandato na Câmara dos Deputados, sempre foi um político as margens das grandes discussões do Congresso Nacional, sendo um deputado inexpressivo e com pouca ou quase nenhuma contribuição ao país, senão a pregação do ódio e a sua defesa pelo regime militar.

Já Jean Wyllys, cujo maior feito foi ter participado de um Big Brother Brasil, exerce o segundo mandato de deputado federal pelo PSOL, que de combativa oposição, passou a ser linha auxiliar do PT. Jean já chegou a defender a pedofilia e coisas do gênero, sendo igualmente condenável por seus posicionamentos.

O fato é que um precisa do outro pra sobreviver politicamente. Ambos não são influentes no Congresso e realizam proposições pouco relevantes para a sociedade. Juntando os dois deputados não há sequer dez projetos importantes que viraram Lei em benefício dos brasileiros. Bolsonaro obteve quase 500 mil votos em 2014, enquanto Jean obteve menos de 150 mil.

Um defendeu Che Guevara, o outro Brilhante Ustra, ambos assassinos que apenas representavam o lado negativo tanto da esquerda quanto da direita. Ou seja, Bolsonaro e Jean fizeram no último domingo apologia a praticantes de crimes, responsáveis por inúmeras mortes. Então não há nenhum santo nessa história.

Não dá para achar que Jean é a melhor pessoa do mundo e que Bolsonaro é a pior, e vice-versa. Ambos são meros mamadores das tetas públicas, pois recebem R$ 30 mil de salário por mês, isso sem contar com as verbas de gabinete e indenizatórias que transformam-os em seres absolutamente custosos ao país. Jean Wyllys e Jair Bolsonaro estão muito distantes de representar a boa política, na verdade são praticantes do que há de pior no país: o extremismo. Ambos são medíocres e irresponsáveis que não merecem outra coisa senão o limbo da política brasileira.

Justíça – O vice-presidente Michel Temer, que deve assumir a presidência da República em meados de maio, pretende convocar para o ministério da Justiça o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto. De reputação ilibada, Ayres Britto refutaria os rumores de que a operação Lava-Jato seria abafada no governo Temer.

Ausência – Causou estranheza no ato de lançamento da pré-candidatura de Daniel Coelho a prefeito do Recife pelo PSDB, que também significou o anúncio de Sérgio Bivar (PSL) como candidato a vice, a ausência dos principais líderes do PSDB pernambucano. Há quem considere que Daniel tentou forçar a barra para transformar sua candidatura em irreversível, quando ainda não tem a garantia do PSDB que será candidato.

Elias Gomes – O prefeito Elias Gomes divulgou nota apontando que existem três pré-candidaturas a sua sucessão em Jaboatão dos Guararapes, são elas: Evandro Avelar e Conceição Nascimento (PSDB) e Mirtes Cordeiro (PPS). Porém há quem afirme que o prego está batido e a ponta virada de que o nome será mesmo o de Evandro Avelar.

Ministeriáveis – Além do deputado Mendonça Filho, que estaria cotado para o ministério da Integração Nacional, o senador Ronaldo Caiado, também do Democratas, pode assumir o ministério da Agricultura. Provavelmente o Democratas ficará com apenas uma vaga na Esplanada. O senador José Agripino Maia e o deputado Pauderney Avelino foram descartados para serem ministros do governo Temer.

RÁPIDAS

Joel da Harpa – Ciente das dificuldades em construir uma candidatura majoritária em Jaboatão dos Guararapes, o deputado Joel da Harpa (PTN) estuda fazer uma composição com o candidato apresentado por Elias Gomes. Joel espera poder alinhavar acordos que garantam a sua reeleição para a Alepe em 2018.

Segurança – Setores ligados à Segurança Pública de Pernambuco cobram do governador Paulo Câmara a exoneração do secretário de Defesa Social Alessandro Carvalho. Para um delegado da Polícia Civil, Carvalho não tem mais nada a oferecer ao estado, e sua saída é o melhor caminho a ser tomado para preservar o Pacto Pela Vida.

Inocente quer saber – Qual é o problema em Marcela Temer, esposa do vice-presidente, ser bela, recatada e do lar?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 21 de abril de 2016

Coluna do blog desta quinta-feira

Uma chapa elitizada 

O deputado Daniel Coelho se lançou candidato a prefeito do Recife em 2012 pelo PSDB sendo a grande surpresa eleitoral daquela disputa, quando saiu do quarto lugar e chegou ao segundo com 245.120 votos, números que por muito pouco não lhe colocaram no segundo turno contra Geraldo Julio, atual prefeito do Recife.

Dois anos depois Daniel se elegeu deputado federal com uma votação igualmente expressiva. Com 138.825 votos, sem as grandes estruturas de governo e de prefeitos, foi o sexto mais votado do estado e o terceiro mais votado do Recife. Daniel figura em todas as pesquisas eleitorais para as eleições deste ano para prefeito oscilando entre o 2º e o 3º lugar, atingindo 12% a 20% de intenções de voto a depender dos cenários, e naturalmente se torna o principal adversário do prefeito Geraldo Julio, que busca a reeleição.

Na condição de pré-candidato a prefeito pelo PSDB, levando em consideração o seu bom desempenho eleitoral de 2012 e a sua posição nas pesquisas, esperava-se que Daniel pudesse conquistar mais partidos para a sua nova tentativa de chegar ao comando da capital pernambucana. Porém, Daniel cometeu um erro estratégico na sua campanha, ao anunciar antes do tempo a chapa completa, tendo Sérgio Bivar (PSL) como seu companheiro de chapa. Foi um tanto precipitado, pois com a chapa fechada, Daniel pode inviabilizar a prospecção de novos partidos. O acerto de que Sérgio Bivar poderia ser alinhavado de imediato, mas não precisava essa divulgação, apenas que o PSL marcharia com Daniel, isso contribuiria para a chegada de novas siglas.

Além de fechar portas para novas legendas que pudessem estar interessadas na vice, Daniel ainda teve que enfrentar críticas à sua chapa por representar dois herdeiros de políticos e empresários bem-sucedidos, naturalmente dando margens para pechas de que a chapa é elitista. Nas redes sociais existem vários questionamentos ao fato do vice de Daniel ser filho do megaempresário e ex-deputado federal Luciano Bivar. O erro de avaliação pode custar caro a Daniel, que tinha tudo pra ser um adversário extremamente competitivo colocando riscos evidentes ao projeto de reeleição de Geraldo Julio.

Citados – O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), anexou trechos da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (MS) ao maior inquérito da Operação Lava Jato em andamento na Corte, com 39 pessoas investigadas. Entre as partes inseridas, há citações à presidente Dilma Rousseff, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao vice-presidente Michel Temer.

Saída – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu na noite da última terça-feira cinco senadores do PT para um jantar em sua residência oficial, em Brasília. O encontro ocorreu horas após o peemedebista estabelecer o rito que o processo de impeachment de Dilma Rousseff obedecerá na Casa. Segundo relatos, a avaliação geral foi de que o afastamento da petista é iminente.

Adiamento – A sessão do Supremo Tribunal Federal que iria julgar a posse do ex-presidente Lula acabou sendo adiada. Com isso Lula segue fora da Casa Civil. A decisão foi fundamentada na tese de alguns ministros em aguardar o desfecho do impeachment de Dilma Rousseff no Senado para evitar maiores desgastes para a própria Côrte.

Golpe – O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, que chegou a ser advogado do PT, repudiou a estratégia do governo em dizer fora do Brasil que a presidente Dilma Rousseff está sofrendo um golpe. Para Toffoli, Dilma afirmar que existe golpe é uma ofensa às instituições brasileiras.

RÁPIDAS

Passagens – Caso a Câmara dos Deputados se recuse a custear as passagens aéreas para viabilizar o depoimento do lobista Fernando Baiano no Conselho de Ética, o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou ontem que irá pagar do próprio bolso o valor das passagens aéreas de ida e volta de Baiano e do advogado.

Comando – Já ficou acertado que a comissão que analisará o impeachmnt de Dilma Rousseff no Senado será comandada pelo senador Raimundo Lira (PMDB/PB) que será o presidente e pelo senador Antônio Anastasia (PSDB/MG), que será o relator. Os trabalhos devem ser iniciados já na próxima segunda-feira.

Inocente quer saber – Quando Elias Gomes anunciará o nome que será apoiado pelo seu grupo para disputar a prefeitura de Jabotão dos Guararapes?

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Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 20 de abril de 2016

Coluna do blog desta quarta-feira

Os primeiros passos do governo Temer 

Todo processo de impeachment deixa sequelas e cria arestas significativas entre os principais atores do país. Em 1992 com Fernando Collor e Itamar Franco não foi diferente do que estamos observando entre Dilma Rousseff e Michel Temer. É mais do que provável que até o dia 15 de maio a presidente Dilma Rousseff perca o seu mandato dando lugar a Michel Temer, que terá a missão de quebrar um ciclo negativo que se instaurou no país no governo Dilma.

O primeiro passo é fazer diferente do que Dilma fez, primeiro na construção do seu ministério, permitindo entre 20 e 25 pastas, cujos ocupantes sejam representativos politicamente mas sobretudo tenham respeito da sociedade. Temer não pode incorrer no erro de Dilma de lotear ministérios dando lugar a políticos sem a menor estatura para o cargo. Esse é um primeiro passo, mas não o único.

Um governante precisa se impor em relação aos seus governados, já dizia Maquiavel que é preferível ser temido do que amado, na política isso cai como uma luva. Se Temer quiser mesmo ser um bom presidente precisará respeitar o Congresso mas exercendo o cargo de forma que venha a se impor como o presidente. Os congressistas estarão ao lado de Temer por osmose se ele fizer um governo digno de respeito dos parlamentares. Caso Temer aceite fazer concessões aos políticos por medo de perder apoio ou querer a todo custo ter uma maioria expressiva que na hora H precisará distribuir cargos como Dilma fazia, é evidente que o seu governo terá o mesmo destino da sua antecessora.

No âmbito da Câmara dos Deputados, é fundamental que tenha na presidência um político que do ponto de vista da competência no que diz respeito ao regimento e à condução da Câmara seja muito parecido com Eduardo Cunha, mas que no âmbito da ética e da probidade seja diametralmente oposto ao atual presidente. Um nome que é palatável aos deputados federais pode ser o deputado Rogério Rosso (PSD/DF), que conduziu com maestria a comissão do impeachment, e seria um presidente à altura da Câmara dos Deputados. Isso faria com que a agenda negativa de Cunha não contaminasse o início do governo Temer.

No que diz respeito às reformas, é imprescindível que Temer aproveite o momento para apresentar as reformas política, previdenciária e tributária, dando ênfase no pacto federativo. Isso fará com o Planalto emita uma sinalização aos prefeitos e governadores de que está disposto a encontrar uma saída para a quebradeira geral dos municípios e dos estados que foi patrocinada por Dilma Rousseff. Essas ações terão peso significativo para que os primeiros seis meses do seu governo possam ser geridos com a garantia necessária de que não haveria atropelos.

Passado esse período, se Michel Temer conseguir lograr êxito em parte significativa destes pontos, ele inicia 2017 com uma perspectiva mais positiva, onde terá condições de implementar ações mais efetivas que possam retomar o crescimento da economia e a credibilidade do país. Experiência ele tem de sobra para mudar o atual panorama de quebradeira e instabilidade que o governo Dilma deixou como legado.

Bolsonaro – O deputado Jair Bolsonaro (PSC/RJ) cometeu o seu maior equívoco desde que se tornou presidenciável no último domingo ao enaltecer o torturador Brilhante Ustra, responsável por torturar Dilma Rousseff no período do regime militar. Bolsonaro deu mostras de que é um ser vazio e sem qualquer proposta para se tornar alternativa para o país. Na hora de bater o pênalti e fazer um belo gol, preferiu chutar a bola pra fora do estádio.

Economia – O vice-presidente Michel Temer pode formar a sua equipe econômica da seguinte maneira: José Serra (Planejamento), Henrique Meirelles (Fazenda), Paulo Skaf (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Murilo Portugal (Banco Central). Armínio Fraga declinou do cargo de ministro da Fazenda, mas se comprometeu a contribuir informalmente com a equipe econômica do governo Temer.

Vice – O deputado federal Daniel Coelho anunciou ontem o empresário Sérgio Bivar como companheiro de chapa na sua pré-candidatura a prefeito do Recife pelo PSDB. Setores da política avaliam que o anúncio foi precipitado e poderá dificultar a prospecção de legendas para formar uma aliança em torno de uma candidatura competitiva. Sergio é filho de Luciano Bivar, presidente nacional do PSL.

Cassação – Diferentemente de Jair Bolsonaro que emitiu uma opinião condenável, porém amparada pelo direito inviolável civil e penalmente por opiniões, palavras e votos dos parlamentares, o deputado Jean Wyllys (PSOL) ao cuspir em Bolsonaro dentro do plenário pode ser processado por quebra de decoro parlamentar e consequentemente ter cassado o seu mandato de deputado federal.

RÁPIDAS

Aline Mariano – Recém filiada ao PMDB, a vereadora Aline Mariano volta e meia tem seu nome ventilado para compor a vice na chapa encabeçada pelo prefeito Geraldo Julio, que tentará a reeleição em outubro. Porém, caso o posto seja mesmo destinado ao PMDB, existem dois nomes na fila: o vereador Jayme Asfora e o empresário Fernando Dueire, amigo pessoal do deputado Jarbas Vasconcelos.

Pedaladas – O deputado Edilson Silva (PSOL) afirmou que o governador Paulo Câmara havia praticado pedaladas como Dilma Rousseff, porém diferentemente de Dilma que é controladora dos bancos públicos e por isso configurou-se num empréstimo para pagamento dos programas sociais, o que é vedado por Lei, o governador Paulo Câmara não é controlador de nenhum banco público, pois o Bandepe foi vendido há muitos anos. Portanto, não houve pedalada de Paulo Câmara.

Inocente quer saber – O Planalto já reconheceu que não tem mais jeito?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 19 de abril de 2016

Coluna do blog desta terça-feira

O maior derrotado do impeachment

Lula tentou, sem sucesso chegar à presidência da República em três ocasiões, em 1989 perdeu para Fernando Collor no segundo turno e em 1994 e 1998 para Fernando Henrique Cardoso, ambas no primeiro turno. Até que em 2002 conseguiu se lançar a presidente. Foi beneficiário de um processo que fulminou a candidatura de Roseana Sarney, então líder nas pesquisas pelo PFL, que foi um escândalo de corrupção envolvendo o marido de Roseana.

Naquele momento Lula acabou beneficiado, chegando a um segundo turno e derrotando José Serra. A vitória de Lula ocorreu num contexto de crises internacionais que estavam prejudicando a popularidade de Fernando Henrique, que respingou em José Serra, candidato tucano à sucessão de FHC. Uma vez no governo, Lula foi obrigado a manter a política econômica de FHC, dando continuidade ao tripé macroeconômico do câmbio flutuante, das metas de inflação e do superávit primário. Com a sinalização ao mercado, Lula foi ao governo, que pouco a pouco foi ganhando a confiança do empresariado e da sociedade.

Lula recebeu um governo estabilizado, que dependia apenas de uma conjuntura econômica internacional favorável. E ela existiu de 2003 até 2008, mas o próprio Lula foi capaz de liderar o país para fugir da crise de 2008, de um limão ele fez uma limonada. Isso possibilitou a Lula fazer o sucessor, ou melhor, a sucessora. Dilma Rousseff foi apresentada como sua sucessora após vários nomes do PT se envolverem em escândalos de corrupção. Dilma venceu a disputa graças ao forte desejo de continuidade do governo Lula por parte da população.

Uma vez no governo, Dilma já se mostrava muito diferente do seu antecessor e padrinho político. Pouco afeita às palavras e às articulações políticas, Dilma que foi vendida como a gerentona, conseguiu se manter bem até junho de 2013, quando vieram as manifestações durante a Copa das Confederações, que implodiram a elevada popularidade de Dilma. O caos se instaurou a partir dali, pois os brasileiros se deram conta de que o bom governo de Dilma nada mais era do que uma peça de ficção criada pelo marqueteiro João Santana.

Vieram as eleições de 2014 e mais uma vez a disputa foi vencida por João Santana, que quando o cerco apertou, soube utilizar como ninguém a fragilidade dos adversários de Dilma no programa eleitoral. Um país dividido saiu das urnas em outubro, quando pouco mais de 51% dos votos válidos permitiram a Dilma mais quatro anos. Já no segundo governo, depois de aplicar um tarifaço que dava indícios do estelionato eleitoral, Dilma continuou a enfrentar problemas de ordem política. Primeiro na eleição da mesa diretora da Câmara dos Deputados, quando no início do seu segundo governo viu Eduardo Cunha, então líder do PMDB, ascender politicamente ao mandato de presidente da Câmara com 267 votos contra o indicado do Planalto Arlindo Chinaglia, que obteve 136. Ali foi o primeiro sinal de que as coisas iam mal no Congresso.

O tempo passou e a situação da economia foi se agravando, com aumento da inflação e do desemprego, desvalorização da moeda, queda da bolsa de valores, aumento da taxa de juros, dentre outras coisas. A sociedade começou a perceber que a economia ia muito mal. Aliado a isso a operação Lava-Jato desnudou o maior esquema de corrupção da história do país, envolvendo próceres petistas e governistas, trazendo luz a um dos maiores problemas da nossa política, que é o financiamento de campanhas eleitorais.

Como se não bastasse, além de mentir aos eleitores na campanha, o governo mentiu aos brasileiros quando não divulgou a verdadeira situação das contas públicas, infringindo a Lei e desrespeitando a relação Executivo/Legislativo através dos créditos suplementares sem autorização do Congresso. As pedaladas fiscais, quando o governo utilizou recursos dos bancos públicos para pagar programas sociais e custear empréstimos a empresários através do BNDES, também colocaram Dilma na berlinda.

No último domingo ficou evidente no plenário da Câmara dos Deputados o que já se esperava há muito tempo. O impeachment de Dilma Rousseff foi aprovado por 367 votos, 25 a mais que os necessários. O governo, que através de Lula, tentou barrar o impeachment com oferta de cargos, ministérios, emendas e até dinheiro vivo, não conseguiu lograr êxito. Dos 137 votos obtidos por Dilma Rousseff, menos de 100 foram dados por PT, PCdoB, PSOL e PDT, os demais votos foram conquistados junto a deputados de siglas menores e que tinham algum tipo de alinhamento com o governo.

Um governo que tem apenas 137 votos num contigente de 513 mostra que perdeu toda e qualquer condição de continuar a existir. A derrota de Dilma é reflexo da sua total falta de capacidade de exercer o cargo que ocupou por pouco mais de cinco anos. Porém, o maior derrotado neste processo é o seu criador Lula, que viu seu prestígio ruir graças a uma escolha péssima para lhe suceder que acabou induzindo os brasileiros a um erro colossal. O legado de Lula depois deste processo virou pó, a prova foi tanta que não conseguiu sensibilizar nem 150 deputados, mesmo montando um QG num hotel de luxo na capital federal para oferecer mundos e fundos aos parlamentares. Ele foi o grande perdedor, o maior derrotado.

Comando – Ninguém entendeu muito bem a decisão de Sebastião Oliveira em se abster do voto pelo impeachment após sair da secretaria dos Transportes para participar da votação. Na verdade estava em jogo ali o comando do PR, que estava nas mãos de Anderson Ferreira em Pernambuco. Waldemar Costa Neto, o dono do PR nacional, havia prometido ao Planalto 15 votos contra o impeachment, entre ausências, abstenções e votos contrários. Como Anderson Ferreira decidiu votar pelo impeachment, Sebastião Oliveira acabou herdando o comando estadual da sigla.

Consequência – A principal consequência da mudança de comando no PR estadual será a disputa pela prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. Anderson, que era pré-candidato a prefeito, não terá a legenda para a disputa. O PR deverá marchar com a candidatura de Evandro Avelar, secretário do governador Paulo Câmara. Como findou o prazo de filiação partidária, Anderson está fora da disputa pela prefeitura de Jaboatão.

Destino – O gesto do secretário de Turismo Felipe Carreras de não votar no processo de impeachment dando vez ao suplente Augusto Coutinho, acabou beneficiando o prefeito Geraldo Julio. É que pela ordem alfabética, caso Felipe votasse o 342º voto seria de Daniel Coelho e não de Bruno Araújo. Como Daniel é pré-candidato a prefeito do Recife iria capitalizar politicamente com o voto que guilhotinou Dilma Rousseff.

Retribuição – Os deputados Luciana Santos (PCDoB) e Silvio Costa  (PTdoB) foram muito leais ao Planalto e a Dilma Rousseff com posicionamentos bastante contundentes contra o impeachment de Dilma, que eles sempre se referiram como um “golpe”. Como contrapartida o PT deverá retirar a pré-candidatura de Teresa Leitão em prol de Luciana em Olinda e de João Paulo em prol de Silvio Costa Filho no Recife.

RÁPIDAS

Presidência – Estão cotados para a presidência da Câmara dos Deputados em substituição a Eduardo Cunha, que a partir de agora é a bola da vez para perder o cargo, os deputados Rogério Rosso (PSD/DF), que conduziu com maestria a comissão do impeachment e ganhou um novo patamar na Câmara dos Deputados e Jarbas Vasconcelos (PMDB).

Confiança – Por falar em Jarbas, o deputado pernambucano que já foi prefeito e governador, virou o “homem de Michel Temer” na Câmara dos Deputados. Jarbas foi correto com o vice-presidente no processo que antecedeu o impeachment e caso seja confirmada a ida de Temer para a presidência, Jarbas terá papel importante no governo, seja presidindo a Câmara, liderando o governo ou até mesmo ocupando algum ministério.

Inocente quer saber – Com quantos votos o impeachment de Dilma Rousseff passa no Senado?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 21:15 pm do dia 18 de abril de 2016

Augusto Coutinho beneficiou Geraldo Julio

Dos quatro secretários que são deputados federais apenas Felipe Carreras decidiu não assumir o seu mandato na Câmara, permitindo assim que o deputado Augusto Coutinho pudesse votar pelo impeachment de Dilma Rousseff. Tal decisão, apesar de depender de um contexto da votação, acabou se tornando estratégica para o prefeito Geraldo Julio, pois Augusto Coutinho foi o 340º voto, seguido de Betinho Gomes (341º) e Bruno Araújo (342º), que foi o tiro de misericórdia no governo Dilma Rousseff.

Como a votação seria por ordem alfabética, o 342º voto pelo impeachment seria do deputado Daniel Coelho, enquanto Felipe Carreras votaria depois. Daniel teria condições de capitalizar politicamente esse voto, pois sairia das suas mãos a guilhotina de Dilma, e consequentemente isso seria explorado na sua campanha a prefeito do Recife, onde ele é o principal adversário de Geraldo Julio, que buscará a reeleição.

Arquivado em: destaque, Política, Recife

Postado por Edmar Lyra às 3:36 am do dia 18 de abril de 2016

Paulo Câmara divulga nota sobre impeachment de Dilma Rousseff

“Dentro das normas constitucionais e de acordo com o rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal, o plenário da Câmara dos Deputados decidiu dar sequência ao processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff. O julgamento final cabe agora ao Senado Federal. Qualquer que seja ele, evidencia-se, mais uma vez, a robustez e o equilíbrio das instituições democráticas nacionais, em um momento de grande crise no País.

Devemos, no entanto, ter ciência que não é algo singelo e confortável o fato de num período de apenas 24 anos tenha existido a necessidade de afastar dois presidentes da República.

Bem antes da decisão deste domingo, sempre defendi o entendimento, o diálogo e a transparência como vias capazes de reunir os que hoje são adversários. Em mais de uma oportunidade, me pronunciei em favor do desarmamento dos espíritos e da construção de pontes, sem as quais não conseguiremos sequer vislumbrar as urgentes saídas a curto prazo.

Caso o Senado Federal decida dar prosseguimento à deliberação da Câmara dos Deputados é essencial, desde já, não alimentarmos a ilusão de que a eventual substituição da Presidente da República significará o fim da crise econômica, social, política e ética.

Em decorrência dos desafios sem precedentes com os quais o Brasil se depara, não há soluções simples e rápidas à frente. Estamos enfrentando a maior recessão dos últimos 86 anos, com o desemprego em números alarmantes, milhões de famílias endividadas e o crescimento da miséria, que demoramos tanto tempo para começar a reverter. Não podemos deixar de ressaltar que as maiores vítimas de todo esse cenário recessivo são os que mais precisam do apoio dos serviços públicos de Saúde, Educação, Segurança e Assistência Social.

Os mais necessitados – que talvez tenham ficado de fora de todo esse enfrentamento exacerbado – são os mais prejudicados pela derrocada acelerada da economia brasileira: perderam empregos, se endividaram e enfrentam um custo de vida, com alta inflação, que há muito não se via no Brasil.

Precisamos reagir à polarização exacerbada e ao radicalismo irresponsável que levam apenas à consolidação dos impasses. É necessário um diálogo em favor do Brasil. Precisamos reunir todos aqueles de boa vontade, todos aqueles comprometidos com o futuro dos brasileiros, em um pacto econômico, social e político que viabilize a reconstrução do País e possibilite a renovação das esperanças nacionais.

Como afirmo e faço desde que assumi o Governo do Estado de Pernambuco, reitero a minha disposição de contribuir para que esse indispensável pacto se efetive, com o apoio do valoroso povo pernambucano.”

Paulo Câmara
Governador do Estado de Pernambuco

Arquivado em: destaque, Pernambuco, Política

Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 18 de abril de 2016

Câmara dos Deputados decide pelo impeachment de Dilma Rousseff

Já era esperado, inclusive falamos aqui no blog, bem como no Twitter que o governo não conseguiria barrar o impeachment. O voto aberto no plenário, transmitido em rede nacional, era um sinal claro que o governo sofreria uma fragorosa derrota, pois maioria significativa dos brasileiros é contra o governo Dilma Rousseff. A Câmara dos Deputados não iria agir diferente, por isso a presidente sofreu o impeachment.

O responsável pelo 342º voto a favor do impeachment foi o pernambucano Bruno Araújo (PSDB). Agora o processo segue para o Senado para ser avaliado e precisa apenas de maioria simples para afastar por 180 dias a presidente Dilma Rousseff até o julgamento final que será conduzido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. Nesta votação serão necessários 54 votos para o afastamento definitivo de Dilma.

Arquivado em: Brasil, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 12:46 pm do dia 17 de abril de 2016

Eduardo da Fonte muda de ideia e vota pelo impeachment

O deputado Eduardo da Fonte estava como indeciso nos sites que mensuram os votos dos deputados em relação ao impeachment até conversar com Lula e decidir pelo governo e consequentemente contra o impeachment. Além disso tentou liderar um processo de dissidência dentro do próprio PP para levar um grupo de deputados a votar contra o impedimento da presidente Dilma.

O posicionamento de Dudu da Fonte só foi mantido até ontem à noite, quando foi ameaçado pelo diretório nacional do seu partido a perder o comando estadual para o deputado Fernando Monteiro. Numa conversa com o presidente nacional da sigla senador Ciro Nogueira, Dudu mudou de ideia e divulgou em seu Instagram que votará a favor do impeachment.

Arquivado em: Brasil, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 16 de abril de 2016

Coluna do blog deste sábado

A reta final do impeachment 

Faltando menos de 48 horas para a votação que definirá o futuro de Dilma Rousseff, as negociações seguem a todo vapor em Brasília. A oposição diz ter pelo menos 370 votos pelo afastamento da presidente, enquanto o Planalto diz ter os números suficientes para barrar o impeachment, porém não aponta números. A guerra dos números era esperada nesta reta final, e a essa altura do campeonato ninguém dará o braço a torcer.

O fato é que o Planalto pode ter conseguido, haja vista que existem rumores que estaria oferecendo R$ 2 milhões em dinheiro vivo para o deputado votar contra o impedimento de Dilma, quebrar uma tendência que caminhava para os votos pró-impeachment beirar os 400. Mas dificilmente conseguiria reverter trinta votos para dar uma margem segura e inviabilizar o impedimento. Numa conta rápida seriam por baixo R$ 60 milhões em espécie para reverter o impeachment. É uma logística complexa de ser feita e bastante arriscada nos dias de hoje, porque qualquer vídeo feito por um celular poderia implodir o Planalto e a carreira do deputado que se submetesse a esse tipo de expediente.

Há uma guerra psicológica dos números, sobretudo após as fragorosas derrotas que o Planalto sofreu na última quinta-feira no Supremo Tribunal Federal na tentativa inócua de modificar a ordem de votação do impeachment ou pior, tentar barrar a votação. Isso fez com que o Advogado Geral da União José Eduardo Cardozo saísse desmoralizado do plenário do STF.

Lula, por sua vez, sabe que a situação é preta, primeiro porque a sua liberdade depende exclusivamente da continuidade de Dilma no governo. Ele sabe que as chances de virar presa fácil nas mãos de Sérgio Moro são gigantes com a provável saída de Dilma. Além disso existe o jogo futuro da imagem do próprio Lula e do PT. Com Dilma sofrendo o impeachment a falácia de golpe cairá por terra e a situação de Lula se agravará ainda mais, pois a sua criatura teria fracassado no governo de tal modo que foi capaz de sofrer o impeachment. Isso será letal para Lula, que ainda sonhava com a hipótese de dar a volta por cima e chegar ao Planalto em 2018.

Por fim o jogo contrário. A oposição capitaneada por Michel Temer já precisa trabalhar com o day after, ou seja, a construção do eventual governo que deverá ser efetivado apenas em 12 de maio, quando deverá ser votado no Senado o impeachment de Dilma Rousseff. Isso já é feito nos bastidores, mas com a vitória na Câmara será intensificado para o governo Temer já começar pronto do ponto de vista da estrutura ministerial e dos nomes que ocuparão os postos. Além disso já será possível elaborar os eixos do governo a fim de ganhar o mercado, o congresso e a sociedade nos primeiros meses.

Chegamos na véspera da votação com uma forte tendência de impeachment, que precisa ser confirmada no plenário, mas não podemos menosprezar o poder do dinheiro. Amanhã pode acontecer tudo, inclusive nada. Veremos as cenas deste capítulo importante da nossa história, falta pouco.

Gilberto Kassab – Presidente de um dos maiores partidos do Brasil, o PSD, Gilberto Kassab ocupava o ministério das Cidades, pasta importante da Esplanada que tem ligação direta com os municípios através de obras estruturantes e de mobilidade. Ontem anunciou a saída do cargo, o que pode ter um sinal claro de que o governo não tem chances de reverter o quadro. Fora do governo Kassab agora pode trabalhar irrestritamente pelo impeachment e pela construção do governo Temer.

Aliança – Insatisfeito com o tratamento dispensado pelo Palácio do Campo das Princesas, o presidente nacional do PSL e primeiro suplente de deputado federal Luciano Bivar decidiu levar o seu partido para a coligação capitaneada por Daniel Coelho na disputa pela prefeitura do Recife. O vice na chapa será Sergio Bivar, filho do ex-presidente do Sport Recife.

Negociação – Além de negociar com o PSB para a convocação de Kaio Maniçoba em troca de Bivar assumir o mandato e dar o apoio do PSL a Geraldo Julio, Bivar também negociou com Priscila Krause, porém como a democrata não aceitou que o PSL indicasse o vice na sua chapa, acabou perdendo um importante apoio ao seu projeto para Daniel Coelho.

Eduardo da Fonte – Conhecedor do jogo de Brasília, o deputado Eduardo da Fonte (PP) se mantém ao lado de Dilma Rousseff com o objetivo de garantir pleitos solicitados ao Planalto, mas principalmente para valorizar o seu passe no governo Michel Temer. Isso porque Dudu seria melhor cortejado depois do que dando seu apoio agora. Essa é a leitura de um deputado da Alepe.

RÁPIDAS

Segurança – Há quem defenda o “impeachment” do secretário de Defesa Social Alessandro Carvalho. Na visão de um deputado da bancada governista na Alepe, Carvalho está com o prazo de validade vencido e sua saída do cargo seria o melhor caminho para tentar recuperar o Pacto Pela Vida, pois a segurança pública do governo Paulo Câmara ganharia sobrevida a partir de então.

Anderson Ferreira – O deputado Anderson Ferreira, que não decolou nas pesquisas para prefeito de Jaboatão, está em vias de retirar a sua candidatura para apoiar um nome de consenso da Frente Popular. Anderson teria avaliado que não valeria a pena entrar numa disputa onde não tem sequer dois dígitos nas pesquisas e nem o apoio de estruturas de governo para viabilizar o projeto.

Inocente quer saber – Evandro Avelar será o candidato do PSB a prefeito de Jaboatão dos Guararapes?

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Edmar Lyra

Jornalista político, foi colunista do Diário de Pernambuco e da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco e CEO do instituto DataTrends Pesquisas. DRT 4571-PE.

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