Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

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Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 23 de maio de 2016

Coluna do blog desta segunda-feira

O presidenciável José Serra

Aos 74 anos, o economista José Serra já foi deputado federal, ministro do Planejamento e da Saúde, prefeito, governador, senador, duas vezes candidato a presidente da República e atualmente ocupa o cargo de ministro das Relações Exteriores do presidente Michel Temer se licenciando do cargo de senador, obtido nas eleições de 2014.

Workaholic por natureza, José Serra é um dos homens públicos mais preparados do Brasil, e teve a falta de sorte em 2002 quando foi um candidato de continuidade num momento em que o eleitor gostaria de mudança e em 2010 quando era candidato de mudança e o povo procurava continuidade. Nas duas eleições que disputou perdeu para Lula e Dilma Rousseff.

Mesmo diante das derrotas, Serra sonha dia e noite com o cargo de presidente da República. Não pela vaidade dos políticos habituais, mas sim por acreditar que tem um dever com o país. Dentro do PSDB Serra estava isolado, pois era um azarão numa disputa interna entre Aécio Neves e Geraldo Alckmin pela indicação do partido para a disputa de 2018 e até três meses atrás era incogitável que ele pudesse figurar numa disputa presidencial.

Com a confirmação da sua ida para as Relações Exteriores ocupando o cargo de chanceler brasileiro, a situação começou a mudar. Pois ele passou a ter uma oportunidade no executivo de fazer o que mais gosta, que é realizar as coisas, fato que no legislativo há uma maior imobilidade. No cargo, Serra já se mostra o mais ativo auxiliar do presidente Michel Temer, recuperando o prestígio que as Relações Exteriores não tinha há muito tempo.

Ele usará desta vitrine para se tornar mais presidenciável do que nunca, e caso o governo Temer seja exitoso, ele poderá ser um candidato de continuidade num momento em que haja um clamor por continuidade por parte da sociedade. Pode ser que desta vez ele tenha mais sorte de ser o homem certo, na hora certa e no lugar certo para realizar o sonho da sua vida pública: chegar ao Palácio do Planalto.

Mico – Pré-candidato a prefeito do Cabo de Santo Agostinho, o deputado Lula Cabral realizou um evento do seu partido na cidade. Até aí tudo bem. O problema é que choveram denúncias nas redes sociais de que o socialista estava distribuindo cem reais para as pessoas que participassem do evento. Num momento em que vivemos é inadmissível que as velhas práticas sejam mantidas, sobretudo pra quem quer voltar ao cargo de prefeito após indicar um péssimo sucessor.

Araripina – O prefeito Alexandre Arraes (PSB) participou de evento no final de semana ao lado do vereador Tião do Gesso, que poderá ser o candidato a sua sucessão em outubro no distrito de Lagoa do Barro. Alexandre segue buscando fortalecer o seu grupo político, que poderá contar ainda em 2016 com a ida de Roberta Arraes para a Alepe.

Reatando – Arrependido do movimento brusco de solicitar os cargos do PSDB e do DEM no seu governo, o governador Paulo Câmara tem procurado sistematicamente membros dos dois partidos a fim de desfazer o imbróglio que ele próprio criou sem analisar as consequências. Os tucanos e democratas aceitam conversar, mas esperam que o tratamento seja diferente do que foi dispensado a eles recentemente.

Chapa – Uma das principais apostas do Democratas para a Câmara do Recife é Rogério Magalhães, que é sobrinho do ex-governador Roberto Magalhães e defensor do projeto de Priscila Krause a prefeita do Recife. O problema é que o partido não tem chapa proporcional e apesar de poder ter uma boa votação, Rogério corre o risco de repetir Waldemar Borges em 2004 e Edilson Silva em 2012, cujos partidos não atingiram o quociente eleitoral e eles acabaram não se elegendo.

RÁPIDAS

Definição – Não deve passar do dia 31 deste mês a decisão de Elias Gomes sobre quem será o candidato a sua sucessão em outubro. A tropa do prefeito de Jaboatão dos Guararapes está apenas esperando a sua definição para cair em campo e buscar mais quatro anos de gestão.

Recuo – O presidente Michel Temer recuou da decisão de fundir o ministério da Cultura ao da Educação. Com isso o seu governo passa a ter 24 ministérios. A decisão não foi bem recebida pelo meio político porque demonstrou um claro sinal de fraqueza, viabilizando novas críticas dos opositores que não lhe darão sossego.

Inocente quer saber – Quando será o próximo recuo do presidente Michel Temer?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 21 de maio de 2016

Coluna do blog deste sábado

O verdadeiro golpe 

Quando o processo de impeachment de Dilma Rousseff começou a tomar corpo ainda em 2015 os adeptos do petismo afirmavam que a saída de Dilma do cargo não passava de um golpe, qué era uma afronta à democracia, e outras coisas do gênero. Ainda em 2014 Dilma e sua equipe maquiaram a situação do país para garantir mais quatro anos ao PT. Apesar de terem alcançado o objetivo de ganhar a eleição, Dilma e o PT tiveram que arcar com o ônus do estelionato eleitoral que praticaram no país, o que acabou culminando no impeachment.

Para o ano de 2016 a equipe econômica de Dilma Rousseff comandada por Nelson Barbosa apresentou uma meta fiscal de R$ 24 bilhões de superávit primário, que nada mais é do que a reserva do governo para o pagamento de juros. Assim como o programa eleitoral de Dilma de 2014, a meta fiscal de 2016 não passava de uma mera peça de ficção, que ela própria já dava sinais de que seria obrigada a reconhecer um déficit público de R$ 97 bilhões.

Passado o processo de impeachment, e uma semana do governo Michel Temer, a situação do país foi desvendada pela equipe econômica liderada por Henrique Meirelles, ministro da Fazenda. Em vez dos R$ 97 bilhões, na verdade a meta fiscal do país precisará ser revista para R$ 170,5 bilhões. Praticamente o dobro do que preconizava o governo Dilma Rousseff, evidenciando que o buraco era muito mais profundo do que se imaginava.

Dilma deixou um país muito pior do que recebeu, dando mostras que foi de longe o pior governo da história do país, pois desde a redemocratização que o Brasil não repassava ao próximo presidente uma situação pior do que havia recebido. Isso ocorreu de Sarney até Lula, que entregou um país melhor do que o recebido por FHC. Uma herança maldita que precisará de muito esforço não só do governo Temer como de todos os brasileiros para recuperar o país a níveis aceitáveis.

Esse sim foi o verdadeiro golpe. Mais do que um desrespeito com os 54 milhões de brasileiros que confiaram em Dilma nas eleições de 2014, se trata na verdade de um verdadeiro crime de lesa-pátria. Dilma e seus aliados precisam responder judicialmente pelos atos praticados, porque depois da verdade vir à tona, ficou evidente que o impeachment foi pouco para esse pessoal que afundou o Brasil na lama.

Calendário – O governador Paulo Câmara anunciou o calendário de pagamentos dos servidores do estado de janeiro até abril, que foi pago no início de maio. Posteriormente sua equipe disse que não haverá mais essa antecipação quadrimestral e que mês a mês os servidores saberiam da data do pagamento. Ocorre que falta pouco para que maio seja encerrado e até o presente momento o governador ainda não oficializou a data, tal postura tem espalhado medo entre os servidores que temem não receber seus proventos no dia certo como era antes ou até mesmo haver parcelamento.

José Neto – Com a ida de Danilo Cabral para a Câmara dos Deputados a fim de fortalecer a interlocução do governador Paulo Câmara junto à bancada do PSB na Casa, abriu a especulação sobre quem seria o substituto de Danilo na secretaria de Planejamento e Gestão. Foram cogitados Milton Coelho, Thiago Norões e Marcio Stefanni, porém o escolhido deverá ser José Neto, braço-direito do governador que ocupa a chefia da assessoria especial.

PP – Após a saída do PSDB da secretaria de Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação Profissional do governador Paulo Câmara ocupada por Evandro Avelar, a pasta poderá ter novo dono. Trata-se do PP do deputado federal Eduardo da Fonte que tem a segunda maior bancada na Alepe com cinco deputados. O acerto garantiria também a oficialização do apoio do partido à reeleição do prefeito Geraldo Julio no Recife.

Substituição – Com a mudança do cenário político nacional, a candidatura de Silvio Costa Filho a prefeito do Recife perdeu consistência, pois haveria uma expectativa do líder da oposição na Alepe juntar os partidos da base de Dilma no Recife. A tese de uma candidatura do seu pai Silvio Costa a prefeito ganhou força nos últimos dias, pois ele seria uma pedra no sapato de Geraldo Julio como foi de Cadoca em 2004.

RÁPIDAS

Armando Monteiro – Recém saído do ministério do desenvolvimento, indústria e comércio, o senador Armando Monteiro se debruça agora nas questões locais. Uma das suas metas é derrotar o prefeito Geraldo Julio e por isso ele estaria cogitando levar o seu PTB para apoiar a candidatura de Daniel Coelho (PSDB).

Caixa-preta – Não é de hoje que existem indícios de que existem fortes irregularidades na condução do BNDES durante os governos do PT. O presidente Michel Temer prestará um grande serviço ao país abrindo a caixa-preta do banco, que financiou bilhões em investimentos de empresas e países próximos ao PT.

Inocente quer saber – Com um déficit de R$ 171 bilhões, dá pra continuar criticando a junção do MinC ao MEC?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 20 de maio de 2016

Coluna do blog desta sexta-feira

A segurança pública em Pernambuco caminha para o caos 

Nos anos que antecederam o governo Eduardo Campos (2007/2014), os governadores de Pernambuco enfrentaram várias crises no tocante à segurança pública, sobretudo no aumento do número de homicídios e de assaltos e furtos. A sensação de insegurança dos pernambucanos fez com que Eduardo Campos se elegesse governador sob a promessa de diminuir os índices de violência.

Logo que assumiu o governo em janeiro de 2007, Eduardo tratou pessoalmente do tema, conseguindo implementar o Pacto Pela Vida que se tornou medida pioneira e premiada no Brasil inteiro. Os resultados, que reduziram drasticamente o número de homicídios em Pernambuco, tiraram dos pernambucanos a sensação de insegurança constante de outrora.

A redução sistemática dos homicídios foi um dos motivos para que Eduardo Campos atingisse aprovação recorde, porém já no final do seu governo, sob o comando de Alessandro Carvalho a situação começou a desandar. Carvalho foi mantido por João Lyra Neto e por Paulo Câmara, mas os resultados que eram obtidos anteriormente já não são alcançados. A violência segue crescendo a olhos vistos nos quatro cantos de Pernambuco, e o secretário perdeu há muito tempo as condições políticas de se manter no cargo.

O Pacto Pela Vida sob o comando do atual secretário está ficando estrangulado. As críticas a Alessandro Carvalho se repetem diariamente e muita gente ainda não entende o motivo do governador Paulo Câmara ser tão condescendente com o seu secretário de Defesa Social. Não demorará muito e os efeitos do estrangulamento da segurança pública respingarão no governador.

Num momento de forte mudança que o país foi obrigado a enfrentar, seria muito pertinente que o governador Paulo Câmara também fizesse essa mudança no comando da segurança pública. A saída de Carvalho por si só já daria uma nova expectativa para as polícias civil e militar e poderia permitir novas ações que aperfeiçoassem o Pacto Pela Vida. Alessandro Carvalho está com o prazo de validade pra lá de vencido e a sua saída do cargo poderia ajudar a melhorar a imagem do governador junto à sociedade, porque estaria dando um claro sinal de que não está nem um pouco satisfeito com a atual situação da violência em nosso estado.

Petrobras – O presidente Michel Temer anunciou ontem que Pedro Parente, ex-ministro do governo FHC, será o presidente da Petrobras em substituição a Aldemir Bendine. Parente já chegou anunciando que não haverá indicações políticas para a estatal, sendo uma das exigências de Parente para assumir o posto que o presidente Michel Temer prontamente aceitou.

Cultura – Sete dos nove governadores nordestinos estiveram reunidos ontem em Maceió e assinaram um manifesto pedindo a volta do ministério da Cultura, que foi fundido ao da Educação e está sob o comando do pernambucano Mendonça Filho. Além disso os governadores estão pleiteando uma moratória de um ano dos juros das dívidas dos estados com a União.

Auditoria – O ministro das Cidades Bruno Araújo depois de suspender os contratos do Minha Casa Minha Vida na modalidade Entidades, anunciou que realizará uma auditoria nesta modalidade a fim de aumentar a eficiência dos projetos, pois foram contratadas 61 mil unidades desde 2009 e menos de oito mil foram entregues.

Rombo – Ainda são apenas estimativas pois o número real será divulgado apenas na próxima semana, mas a presidente afastada Dilma Rousseff deixou um rombo de pelo menos R$ 200 bilhões e o presidente Michel Temer terá que conseguir aprovar uma nova meta fiscal no Congresso Nacional apresentando o déficit real, pois na meta aprovada pelo Congresso havia superávit de R$ 24 bilhões. Temer tem até o dia 30 para aprovar a revisão da meta sob pena dos serviços ficarem paralisados.

RÁPIDAS

Caruaru – De acordo com uma pesquisa interna do Palácio do Campo das Princesas o deputado Tony Gel (PMDB) lidera a disputa pela prefeitura de Caruaru, seguido da deputada Raquel Lyra (PSDB) que tem três pontos e menos. O vice-prefeito Jorge Gomes (PSB), apoiado pelo prefeito José Queiroz, tem apenas um dígito na sondagem e dificilmente reverterá o jogo.

Sertania – No mesmo levantamento feito pelo Palácio, houve uma sondagem sobre a disputa pela prefeitura de Sertania, e o deputado Angelo Ferreira (PSB) possui mais de trinta pontos de vantagem sobre o atual prefeito Guga Lins.

Inocente quer saber – O senador Fernando Bezerra Coelho e o governador Paulo Câmara fumaram mesmo o cachimbo da paz?

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Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 19 de maio de 2016

Coluna do blog desta quinta-feira

É preciso redesenhar a Cultura no Brasil 

Desde que Michel Temer assumiu a presidência da República no último dia 12, a maior polêmica dentre as criadas se deu pela junção dos ministérios da Educação e da Cultura numa única pasta que é comandada pelo ministro pernambucano Mendonça Filho. A fusão da Educação e Cultura no MEC não é novidade no país, ela existia desde 1930 até 1985 quando o ex-presidente José Sarney, através de uma Medida Provisória, decidiu criar o Ministério da Cultura (MinC). Tal medida durou pouco tempo, sendo modificada pelo ex-presidente Fernando Collor em 1990 transformando-o numa secretaria da Cultura subordinada à presidência da República. No governo Itamar Franco em 1992 a situação mudou e o MinC voltou a ter status de ministério.

Isso foi mantido pelo governo FHC, pelo governo Lula e pelo governo Dilma Rousseff. Até que Michel Temer decidiu voltar a antiga formatação de antes de 1985. O cerne da questão não se dá em ter ministério para determinada área, mas sim a efetividade da política pública voltada para o setor. Ao longo dos governos do PT, o MinC virou uma farra institucionalizada através da Lei Rouanet, cujas empresas ganham incentivos fiscais se patrocinarem determinado projeto, que precisaria ser aprovado por um seleto grupo do governo federal sobretudo se o artista estivesse sintonizado com o que praticava o governo do PT.

Quando havia um cenário de bonança, apesar de uma série de questionamentos que poderiam ser feitos, abdicar de recolher impostos para investir num projeto de terminado artista era aceitável, pois o valor gasto num evento cultural não faria falta a Educação, a Saúde, a Segurança Pública, etc. Porém o cenário mudou. Vivemos num país cujo déficit pode chegar a R$ 200 bilhões e é preciso um corte significativo de custeio da máquina pública a fim de recolocar o país nos eixos.

O Brasil não pode se dar ao luxo de bancar o Bolsa-Artista. Não falo do pequeno artista, que na verdade nem chega a ser beneficiado por estes recursos tamanha a burocracia e a falta de critérios técnicos para a distribuição, mas sim de artistas milionários como Luan Santana, Chico Buarque, Claudia Leitte e muitos outros que tiveram projetos milionários aprovados pelo MinC através da Lei Rouanet.

Chegou o momento do país fazer a roda da Cultura girar para quem mais precisa ou quem não tem sustentabilidade financeira, como é o caso dos museus. R$ 5 milhões gastos com Claudia Leitte por exemplo podem servir para contribuir com uma série de projetos culturais que tenham viés social por todo o país. A máquina assim estaria funcionando para os que mais precisam. Essa grita dos artistas nada mais é do que um choro de uma criança que tem o leite fácil tirado da sua boca. É preciso que os grandes artistas se acostumem a viver do seu talento, pois nenhum dos citados recebem menos de R$ 200 mil por show realizado. Então não precisam nem podem se beneficiar dos recursos da Cultura através da Lei Rouanet.

Pouco importa se o presidente Michel Temer dará status de ministério a Cultura ou se deixará como uma secretaria subordinada ao MEC ou ao seu próprio gabinete. O que está em jogo neste momento é que seja mudada a cultura do patrimonialismo dos grandes artistas e que o dinheiro público seja destinado a quem realmente precisa dele. Se houver essa mudança, Temer estará deixando um grande legado para a cultura do país.

Líder – Pegou muito mal a escolha do deputado André Moura (PSC/SE) para a liderança do governo Michel Temer na Câmara dos Deputados, isso porque além de estar envolvido na Lava-Jato, André também responde a um processo por tentativa de homicídio. Não é uma decisão acertada de quem precisa ganhar urgentemente a simpatia da sociedade brasileira.

Senado – Após a senadora Ana Amélia (PP) declinar da liderança do governo Michel Temer no Senado, o posto ficará entre Simone Tebet (PMDB), Ricardo Ferraço (PSDB) e Fernando Bezerra Coelho (PSB), que ainda é considerado o melhor nome pelo Planalto. O problema é o fato do seu filho ser ministro de Minas e Energia. Caso Temer indique FBC, o espaço dele dentro do governo será muito grande e poderá causar ciumeira na base.

Denunciado – O ex-presidente Lula segue numa maré de azar sem precedentes, ontem a Procuradoria Geral da República o denunciou por obstrução à Justiça por tentar através do ex-senador Delcídio Amaral comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras preso pela Operação Lava-Jato.

Visita – O ministro do Desenvolvimento Social e Agrário Osmar Terra esteve ontem no Recife ao lado do prefeito Geraldo Julio e do governador Paulo Câmara. Na sua vinda afirmou que manterá o reajuste do Bolsa-Família concedido por Dilma Rousseff e fará um recadastramento visando a exclusão de pessoas que recebem o benefício indevidamente.

RÁPIDAS

Omissão – A deputada Luciana Santos usou uma rede social para divulgar a informação de que o MEC estaria cortando o Fies, o Prouni e o Pronatec de nove universidades com os seguintes dizeres: “Tchau, querido acesso à Universidade”, porém esqueceu de explicar que as nove instituições não tinham cumprido exigências estabelecidas pelo MEC e por isso estavam tendo os programas suspensos.

Mudanças – Caso se confirme a ida de Danilo Cabral para a Câmara dos Deputados, há um rumor de que Thiago Norões assumiria a pasta do Planejamento de Paulo Câmara e o Desenvolvimento Econômico seria entregue a um deputado estadual da Frente Popular.

Inocente quer saber – Por quê ainda não foi divulgada nenhuma pesquisa recente sobre a sucessão no Recife?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 18 de maio de 2016

Coluna do blog desta quarta-feira

O freio de arrumação 

O governador Paulo Câmara se elegeu com a mais plural coligação que um governador conseguiu chegar ao Palácio do Campo das Princesas na história de Pernambuco, e até recentemente conseguiu manter a tropa unida sem maiores celeumas. Uma das características que contribuíram para a manutenção da Frente Popular em torno do seu governo foi a de ser uma pessoa de fino trato. Mesmo diante de uma série de desafios, o governador é sereno e muito correto com seus posicionamentos. Isso faz com que a maioria dos políticos possam até ter ressalvas de ordem política com o socialista, mas no âmbito do tratamento pessoal o governador Paulo Câmara supera de longe seus antecessores.

Ainda faltam dois anos e meio de governo, e certamente o socialista objetivará a reeleição em 2018, e pra isso ele precisa manter uma boa relação com prefeitos, deputados, senadores, etc. Porém, o mais importante neste momento é que Paulo Câmara possa desfazer os atritos que foram provocados por sua decisão de solicitar os cargos do PSDB e do DEM. Também cabe ao governador ter a plena consciência que uma coisa não está diretamente ligada outra, como por exemplo a vitória de Geraldo Julio no Recife automaticamente garantir a sua reeleição para o governo em 2018, nem que uma eventual derrota de Geraldo faça com que a sua reeleição seja inviabilizada.

Entender isso é o primeiro passo para reconstruir o diálogo dentro da Frente Popular que ficou significativamente abalado. Além disso, se faz necessário que o governador seja mais presente nas articulações políticas locais e nacionais. No processo que escolheu quatro ministros pernambucanos, cabia a Paulo Câmara, até pela liturgia do cargo, a interlocução do estado com o presidente Michel Temer. Porém, são águas passadas que não movem moinhos.

Chamar os quatro ministros para conversas a sós é um passo para desfazer qualquer ruído de comunicação, bem como tentar imediatamente uma audiência com o presidente Michel Temer a fim de levar os pleitos de Pernambuco diretamente a ele. Exercer a liderança conferida nas urnas em outubro de 2014 é condição sine qua non para que Paulo Câmara circule com desenvoltura nos próximos meses e chegue vivo politica e eleitoralmente em 2018.

Que tenha ficado a lição ao governador que somar é sempre melhor que subtrair. Não é possível que em tantos anos convivendo com Eduardo Campos, talvez o maior político a conseguir a chamada paz política em Pernambuco, não tenham servido de aprendizado ao governador. Além disso, é imprescindivel que o governador escute os aliados mas sua posição seja quase sempre a que venha a prevalecer, pois, como já dizia Agamenon Magalhães: “não se governa governador”.

Santa Cruz – Será nesta quinta-feira, às 18h, no Salão Nobre da Assembleia Legislativa de Pernambuco a sessão solene em homenagem ao bicampeonato pernambucano e ao título inédito da Copa do Nordeste conquistados pela Santa Cruz neste inicio de ano. A proposta é do deputado tricolor, Aluisio Lessa (PSB). O ato deverá contar com a presença de ilustres torcedores do Santa Cruz.

Danilo Cabral – Ficou acertado com o Palácio do Campo das Princesas que o secretário de Planejamento Danilo Cabral voltará ao mandato de deputado na Câmara Federal. O objetivo é que alguém da cozinha do governador esteja diretamente nas articulações do PSB nacional e possa levar a voz de Pernambuco nas discussões partidárias. Com isso Roberto Teixeira voltará à planície.

Guilherme Coelho – Herdeiro político do ex-deputado Osvaldo Coelho, Guilherme Coelho assumiu ontem o mandato de deputado federal pelo PSDB. Guilherme teve que se licenciar do cargo de vice-prefeito de Petrolina e seu objetivo será encampar as mesmas bandeiras do seu genitor, que exerceu o cargo de deputado federal por nove mandatos defendendo o semiárido nordestino.

Visita – O prefeito do Jaboatão dos Guararapes Elias Gomes (PSDB) continua mantendo, em Brasília, agenda de visitas aos ministros pernambucanos recém-nomeados pelo presidente Michel Temer (PMDB). Depois de visitar na segunda-feira os ministros Raul Jungmann (Defesa) e Mendonça Filho (Educação), Elias esteve na manhã de ontem com o titular da pasta de Cidades Bruno Araújo. Na pauta do encontro, o prefeito do Jaboatão pediu ao ministro das Cidades agilidade na liberação de recursos conveniados entre o Governo Federal e o município para conclusão de diversas obras de infraestrutura.

RÁPIDAS

Prestígio – A primeira-dama de Araripina Roberta Arraes esteve ontem em Brasília para prestigiar a posse de Creuza Pereira como deputada federal. A ex-prefeita de Salgueiro recebeu o apoio de Roberta, que é suplente de deputada estadual e do prefeito Alexandre Arraes na disputa para deputada federal e agora será uma legítima representante do sertão do Araripe, contribuindo para a captação de políticas públicas para a região.

CPI – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Máfia do Futebol, que investiga denúncias de irregularidades cometidas por dirigentes da Fifa e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ouviu ontem o empresário Neymar da Silva Santos, pai do jogador Neymar. O convite foi solicitado pelo relator da comissão, deputado Fernando Monteiro (PP).

Inocente quer saber – Quando será a primeira vinda de Michel Temer como presidente da República a Pernambuco?

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Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 17 de maio de 2016

Coluna do blog desta terça-feira

Daniel Coelho foi o grande vitorioso do impeachment no Recife 

Mesmo depois de ter perdido a chance de dar o 342º voto que sacramentou a guilhotina de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados na votação do dia 17 de abril, o deputado Daniel Coelho acabou sendo o grande beneficiário dos desdobramentos do impeachment em Pernambuco. Isso porque o PSB decidiu unilateralmente pedir os cargos do PSDB. Com a atitude, o partido deixou de passar mais dois meses com a incerteza da candidatura de Daniel, o que o imobilizaria na construção de um palanque forte, para transformar a candidatura em fato consumado e deixar de ser um projeto pessoal de Daniel para se tornar um projeto partidário do PSDB.

Há cerca de um mês a candidatura de Daniel Coelho estava mais para não ser do que para ser, e isso inexoravelmente beneficiava o prefeito Geraldo Julio, que tem no tucano o principal adversário. Agora a candidatura de Daniel não só foi consumada pelo próprio Palácio do Campo das Princesas como também três partidos o procuraram oferecendo apoio ao seu projeto.

Os fatos atropelaram o PSB, que após o impeachment não só perdeu o protagonismo como também deixou sequelas insanáveis na Frente Popular. Para as eleições de 2016, se a reeleição de Geraldo Julio era difícil, apesar de o socialista ser o favorito, agora ela ficou bastante comprometida, porque o jogo ficou zerado. O fsvoritismo de Geraldo de outrora foi relegado a um segundo plano. Os próprios partidos que compõem a Frente Popular já reavaliam apoio ao socialista.

O próprio Daniel chegou a afirmar numa rede social que não acreditava que sua candidatura a prefeito fosse o centro das atenções a ponto de influenciar a decisão do PSB de apoiar o impeachment logo após a votação na Câmara dos Deputados. O PSB agiu como se assim fosse, dando uma importância sobrenatural a postulação de Daniel. Como o desfecho acabou se tornando favorável ao tucano e desfavorável ao PSB, Daniel começa o processo eleitoral pós-impeachment completamente fortalecido e caminha para ser um adversário ainda mais duro do que foi pra Geraldo Julio em 2012, que por sua vez não poderá contar com Eduardo Campos, que foi fundamental para o resultado das eleições que levaram Geraldo ao comando da capital pernambucana.

Força – Diferentemente do que alguns analistas quiseram plantar, o fato de assumir o ministério de Minas e Energia aos 32 anos é um feito e tanto de Fernando Filho, que garante um horizonte político acima do normal. Isso sem contar com o fato de comandar estatais importantes como Furnas, Chesf, Petrobras, etc. Fernando é talvez o mais jovem político pernambucano a chegar à Esplanada dos Ministérios, demonstrando força e sobretudo capacidade de articulação.

Em vão – Incentivado sabe lá por quem e pelo quê, o governador Paulo Câmara teria enviado uma carta ao presidente Michel Temer solicitando que o deputado Fernando Filho não fosse nomeado ministro de Minas e Energia. A atitude, que foi em vão, causou profundo desconforto entre o governador e o senador Fernando Bezerra Coelho, numa relação que já não era das melhores.

Conserto – Visando consertar o equívoco, o governador Paulo Câmara convidou o senador Fernando Bezerra Coelho para um ato do governo estadual ontem. O senador aceitou o convite e acompanhou o governador, mas segundo um interlocutor do senador, o estrago já estava feito e sem a menor condição de haver uma reversão.

Posse – A prefeitura de Jaboatão dos Guararapes realiza hoje no auditório da sede do executivo municipal a partir das 10 horas a posse do Conselho Municipal de Comunicação, que visa discutir as diretrizes da comunicação no município. A medida é pioneira no Nordeste e foi idealizada pelo agora secretário de governo Jorge Lemos e pelo prefeito Elias Gomes.

RÁPIDAS

Jaboatão – A decisão do PSB de cobrar os cargos do PSDB ao que parece não trará desdobramentos em Jaboatão dos Guararapes. A ordem do Palácio do Campo das Princesas é manter a aliança com o PSDB que reelegeu Elias Gomes e elegeu Heraldo Selva vice-prefeito do município em 2012.

Nomeações – O presidente Michel Temer anunciou a indicação da economista Maria Silvia Bastos para a presidência do BNDES. A decisão ocorreu após Temer receber críticas por não convocar mulheres para a sua equipe ministerial. Para os Correios o ministro Gilberto Kassab indicou o ex-deputado Guilherme Campos (PSD). Já para o comando da Petrobras está cotado o engenheiro Pedro Parente, que já foi ministro de três pastas no governo FHC.

Inocente quer saber – O gênero da equipe ministerial é mais importante que a sua competência?

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Postado por Edmar Lyra às 15:46 pm do dia 16 de maio de 2016

Ministério Público aponta ‘tesouro’ mantido por Collor

Estadão Conteúdo – A ofensiva da Procuradoria-Geral da República sobre a coleção de obras de arte do senador Fernando Collor (PTC-AL) levou à descoberta de uma rotina de compras de luxo do parlamentar. Leiloeiros entregaram aos investigadores notas fiscais que somam mais de R$ 1,5 milhão gastos em antiguidades, porcelanas e joias.

A investigação sobre as raridades de Collor avançou após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, receber uma carta escrita por uma testemunha anônima em outubro de 2015. A testemunha indicou uma galeria, um escritório e um restaurador por meio dos quais o parlamentar teria desembolsado uma fortuna. O Ministério

Público Federal enviou, então, ofícios de requisição de informações aos leiloeiros.

Collor é investigado em seis inquéritos na Operação Lava Jato. Além de inquérito envolvendo carros de luxo, o senador foi denunciado em outro processo, acusado de participar de esquema na BR Distribuidora.

Em julho do ano passado, durante uma das etapas da Lava Jato, a Polícia Federal apreendeu na Casa da Dinda, residência do senador, carros de luxo – três exemplares das marcas Porsche e Ferrari, além de um modelo quase exclusivo da Lamborghini. Segundo a PF, os veículos podem ter sido pagos com recursos de propina.

“O leiloeiro Emerson Curi encaminhou notas fiscais de vendas de antiguidades e obras de arte a Fernando Affonso Collor de Mello nos anos de 2010, 2011 e 2013, tendo cada uma dessas operações atingido os valores de R$ 651.840, R$ 198.660, R$ 90.195, R$ 215 500, R$ 242.800 e R$ 135.200. Enviou-se ainda uma nota de venda a Roberto Mitsuuchi em 2014 no valor de R$ 276.832”, diz a Procuradoria.

As seis notas entregues por Emerson Curi estão em nome de Fernando Collor de Mello. O documento de número 000031, datado de 5 de setembro de 2013, aponta que o senador gastou R$ 215.500 em 11 peças, entre elas uma sopeira de prata (R$ 21 mil), jogo de copos de cristal veneziano (R$ 17.500) e um faqueiro de prata inglesa com 202 peças (R$ 46 mil).

No recibo 000030, de mesma data, outras 11 peças custaram R$ 242 800. Na lista estão fruteira de bronze e porcelana (R$ 4 mil), jarra para água de prata francesa (R$ 30 mil) e par de poltronas Luís XVI (R$ 135 mil).

Entre os documentos há também um recibo de “compra ainda pendente de acerto”. O papel tem duas datas, novembro de 2014 e 10 de novembro de 2015, e faz referência a Roberto Mitsuuchi. “Recebemos de Roberto Mitsuuchi a importância de R$ 276.832, referente a compras realizadas em leilão, conforme relacionado acima”, diz a nota, que não tem assinatura.

“Ilação”

Collor afirmou que a participação em leilões mediante representante, procurador ou broker é prática comum para assegurar o preço justo e a não inflação dos lances em razão da identidade do comprador. “Todas as obras adquiridas foram pagas com recursos próprios, de origem lícita, com emissão de notas fiscais em seu nome. A ilação de prática de lavagem a partir de denúncia anônima sem qualquer comprovação é conduta absolutamente irresponsável e temerária, não merecendo qualquer credibilidade.”

Roberto Mitsuuchi afirmou que representou Collor em leilões de arte, “sempre dentro da legalidade”. “Os pagamentos das obras adquiridas sempre foram feitos diretamente por ele, inclusive em seu nome foram emitidas as devidas notas fiscais. Jamais me prestaria a ser laranja de qualquer pessoa”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Arquivado em: Brasil, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 16 de maio de 2016

Coluna do blog desta segunda-feira

A reaproximação de PT e PSB 

PT e PSB estiveram juntos em várias eleições presidenciais, em Pernambuco se lançaram em 2006 ao governo de Pernambuco com Humberto Costa e Eduardo Campos, ambos ministros do então presidente Lula. No segundo turno para derrotar o PFL se uniram em torno de Eduardo Campos, que acabou vitorioso. Essa aliança durou mais duas eleições, a de 2008 no Recife e a de 2010 quando Dilma foi eleita, Eduardo reeleito e Humberto e Armando Monteiro se elegeram senadores.

Em 2012 graças a confusão criada pelo próprio PT entre João Paulo, João da Costa, Humberto Costa e Maurício Rands, Eduardo Campos decidiu lançar a candidatura de Geraldo Julio a prefeito do Recife, que acabou vitoriosa, mas para isso precisou retomar uma aliança interrompida durante quase vinte anos com Jarbas Vasconcelos. E se iniciava ali um afastamento significativo entre PT e PSB.

Nas eleições de 2014, após o PSB entregar os cargos no governo Dilma, dentre eles o ministério da Integração Nacional ocupado por Fernando Bezerra Coelho ainda em 2013, a relação azedou de vez. O PT que detinha cargos no governo estadual também foi obrigado a entregar os cargos, e o afastamento se consumou. Após a morte de Eduardo Campos e as vitórias de Paulo Câmara no estado e Dilma Rousseff no país, o afastamento entre as duas siglas continuou e seguiu até o presente momento.

Porém, a decisão do governador Paulo Câmara de pedir os cargos do PSDB e do DEM, cujo desdobramento pode ser a reaglutinação da União por Pernambuco, pode reaproximar o PSB do PT. Isso porque o PT a partir de agora não terá mais os cargos que detinha no governo federal, enquanto o governador Paulo Câmara passará a ter PSDB e DEM como oposição, que posteriormente deverá garantir também o PMDB e o PPS neste grupo, bem como outras siglas.

É difícil imaginar que essa composição ocorra ainda para as eleições de 2016. O caminho mais natural será uma reconstrução de forças a partir de janeiro de 2017, sobretudo se o prefeito Geraldo Julio perder a prefeitura para algum partido da finada União por Pernambuco, que graças ao movimento do governador Paulo Câmara de pedir os cargos voltou a se reaglutinar. O rearranjo de forças pode recolocar o PSB nas hostes de esquerda junto ao PT, que precisa mais do que nunca colocar seus filiados em governos já que perdeu a mina de ouro do governo federal.

Líder – O senador Fernando Bezerra Coelho ganhou força na última sexta-feira para ser o líder do governo Michel Temer no Senado, mas com a crítica de que não havia mulheres no governo, o Planalto passou a considerar a hipótese das senadoras Ana Amélia e Simone Tebet assumirem o posto. O grande problema é que para enfrentar os senadores do PT e PCdoB que são bastante aguerridos, o líder do governo precisa ser extremamente preparado para o embate, sob pena de sair desmoralizado e prejudicar o Planalto. Diante disso, o nome de FBC cai como uma luva para o posto.

Demissão – O presidente Michel Temer afirmou em entrevista ao Fantástico da Rede Globo que se algum ministro do seu governo não corresponder às expectativas ou se envolver em alguma irregularidade será demitido. Temer inclusive disse que já tinha avisado a todos os seus auxiliares desta decisão.

Apoio – O deputado federal Betinho Gomes, pré-candidato do PSDB a prefeito do Cabo de Santo Agostinho recebeu o apoio do PSD do secretário das Cidades André de Paula para a disputa em outubro. Betinho já contava com o apoio do PMDB do vice-governador Raul Henry cujo anúncio foi realizado num evento com a presença do deputado Jarbas Vasconcelos e do prefeito de Jaboatão dos Guararapes Elias Gomes.

Comemoração – Derrotado nas eleições de 2014 pelo governador Paulo Câmara, o senador Armando Monteiro comemorou o fato de PSDB e DEM terem se afastado da base de sustentação do governador. Armando sempre acreditou que a Frente Popular iria ruir por conta, na ótica dele, da falta de liderança do governador socialista.

RÁPIDAS

Vice – Já há uma tese defendida dentro do PMDB de declinar da indicação do candidato a vice-prefeito na chapa de reeleição de Geraldo Julio. Além disso, tem quem defenda o rompimento imediato com o socialista para que o PMDB integre a coligação encabeçada por Daniel Coelho.

Marco Aurélio – Líder do Movimento Avança Recife, o vereador Marco Aurélio (PRTB), que é ligado ao senador Fernando Bezerra Coelho, se negou a acompanhar o prefeito Geraldo Julio num evento. O MAR já não está mais tão entusiasmado com a reeleição de Geraldo como estava há alguns meses.

Inocente quer saber – Caso haja uma reaproximação entre PT e PSB, como ficará a situação de Marília Arraes?

Arquivado em: Coluna diária, destaque, Pernambuco, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 14 de maio de 2016

Coluna do blog deste sábado

A volta da União por Pernambuco 

A União por Pernambuco foi uma aliança entre PMDB e PFL que lançou em 1994 Gustavo Krause para enfrentar Miguel Arraes, e posteriormente venceu a prefeitura do Recife com Roberto Magalhães em 1996 e o governo de Pernambuco com Jarbas Vasconcelos em 1998. Essa aliança começou a ruir quando em 2000, Roberto tentando a reeleição perdeu para João Paulo. Mesmo com a reeleição de Jarbas em 2002, a vitória de Lula para a presidência colocou em xeque a existência da aliança, que viria a perder novamente a prefeitura do Recife em 2004 com Cadoca e o governo de Pernambuco em 2006 com Mendonça Filho.

A ascensão de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco possibilitou um esvaziamento ainda maior da União por Pernambuco, que era composta por PFL, PMDB, PSDB e PPS. As derrotas continuaram, em 2008 pulverizada, tanto Mendonça Filho quanto Raul Henry foram derrotados ainda no primeiro turno contra João da Costa no Recife. Nas eleições de 2010 nova derrota para Eduardo Campos, dessa vez com Jarbas liderando a coligação que foi rebatizada de Pernambuco pode mais, e com José Serra perdendo para Dilma Rousseff.

A aproximação de Jarbas Vasconcelos com Eduardo Campos possibilitou uma sobrevida a alguns quadros, como Raul Henry, que abdicou de ser candidato a prefeito para apoiar Geraldo Julio, que foi o vitorioso em 2012, derrotando o PT e quebrando um ciclo de 12 anos do partido na capital pernambucana. Em 2014, a antiga União por Pernambuco foi absolutamente absorvida pela Frente Popular, com o apoio de PSDB, DEM, PPS e PMDB a Paulo Câmara, com este último indicando Raul Henry para o posto de vice-governador. Mesmo com a morte de Eduardo Campos em agosto de 2014, a tropa se manteve unida, o que permitiu a vitória de Paulo Câmara e Fernando Bezerra Coelho.

Como Eduardo Campos saiu de cena, mesmo dentro do governo Paulo Câmara, ninguém conseguia se entender muito bem. Veio a crise política nacional que culminou na saída de Dilma Rousseff do Planalto, dando lugar a Michel Temer, e o que estava restrito aos bastidores, ganhou força após a negativa do governador Paulo Câmara e do prefeito Geraldo Julio de indicar nomes do PSB para compor o governo. Como se não bastasse, o governador Paulo Câmara decidiu cobrar do PSDB e do DEM os cargos no governo, pelo fato dos partidos lançarem Daniel Coelho e Priscila Krause como pré-candidatos a prefeito contra Geraldo Julio.

Comandando Cidades, Educação e Defesa, a finada União por Pernambuco voltou a ter protagonismo na política nacional, relegando ao PSB o papel de mero coadjuvante na interlocução com o governo federal. Esse movimento do PSB poderá trazer novos desdobramentos já para a eleição no Recife. Jarbas Vasconcelos, do PMDB, nunca foi muito adepto da tese de apoiar a reeleição do prefeito Geraldo Julio e não gostou nem um pouco da decisão de Paulo Câmara de defenestrar o DEM e o PSDB do governo do estado.

André de Paula, secretário das Cidades, que enfrentou uma verdadeira escassez de recursos na pasta, não estaria muito animado para continuar no cargo. Muito menos de seguir junto com Geraldo Julio na busca pela reeleição. Ele poderia levar o PSD a integrar uma reedição da União por Pernambuco, que teria como expoentes os quatro ministros de Michel Temer, o deputado Jarbas Vasconcelos e o senador Fernando Bezerra Coelho, que ficou muito chateado com a tentativa do Palácio de rifar a indicação de Fernando Filho para Minas e Energia.

Como o prefeito que for eleito não buscará a reeleição em 2020 por mudança na legislação, já há quem defenda uma coligação entre PSDB, DEM, PPS, PMDB, PSD, Solidariedade, PSL e PP em torno de Daniel Coelho, que teria Priscila Krause como sua vice. Em caso de uma vitória contra Geraldo Julio, a União por Pernambuco se unificaria em torno de Fernando Bezerra Coelho, por um desses partidos, para a disputa pelo governo em 2018.

André Ferreira – Presidente estadual do PSC, o deputado estadual André Ferreira poderá herdar o comando do Lafepe que foi tomado pelo governador Paulo Câmara do agora ministro Mendonça Filho. André deverá garantir o apoio do PSC à reeleição do prefeito Geraldo Julio junto com o PR do deputado federal e seu irmão gêmeo Anderson Ferreira.

Desenvolvimento – A engenheira química Berenice Andrade Lima, esposa do deputado em  exercício Cadoca (PDT), foi nomeada pelo prefeito Geraldo Julio para a secretaria de Desenvolvimento Econômico, que foi criada exclusivamente para abrigar o DEM. Com a saída de Roseana Amorim, o secretário de Turismo e Lazer Camilo Simões estava acumulando o cargo.

Armando Monteiro – O senador Armando Monteiro não descarta a hipótese de levar o PTB a apoiar um candidato de consenso da oposição a prefeito do Recife, que poderia ser Daniel Coelho (PSDB), porém por enquanto o PTB fica na coligação liderada por Silvio Costa Filho (PRB), que também conta com o apoio do PTdoB.

Orçamento – Juntando os ministérios das Cidades, da Educação e Cultura, da Defesa e de Minas e Energia, comandados por Bruno Araújo, Mendonça Filho, Raul Jungmann e Fernando Filho, respectivamente, o orçamento dessas pastas suplantam com significativa margem o orçamento comandado pelo governador Paulo Câmara.

RÁPIDAS

Itamaraty – O ministro das Relações Exteriores José Serra respondeu duramente a Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua e Equador, que estavam atacando o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Numa nota oficial, Serra afirmou que rejeita enfaticamente a posição dos países citados e que o processo de impedimento se deu no absoluto respeito às instituições democráticas e à Constituição Federal.

Fundaj – Comandada por Fernando Lyra durante os governos de Lula e Dilma e por Paulo Rubem Santiago até recentemente, a Fundação Joaquim Nabuco, que fica subordinada ao ministério da Educação poderá ser comandada por um dos mais brilhantes quadros públicos brasileiros: o ex-governador Gustavo Krause.

Inocente quer saber – O governador Paulo Câmara se arrependeu de pedir os cargos do PSDB e do DEM de volta?

Arquivado em: Coluna diária, destaque, Pernambuco, Política, Recife

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 13 de maio de 2016

Coluna do blog desta sexta-feira

O começo de uma nova era 

Na campanha presidencial de 2014 quando havia um risco de derrota para Aécio Neves, a então presidente Dilma Rousseff utilizou uma tese interessante que foi a de governo novo, idéias novas. Isso foi exaustivamente utilizado, além obviamente dos petardos dados em Aécio Neves, a ponto de garantir o que seriam mais quatro anos para o PT. Na prática o segundo governo de Dilma foi mais do mesmo, ou melhor, pior do que o primeiro. O que configurou um verdadeiro estelionato eleitoral. Não obstante foi impichado ontem pelo Senado.

A saída de Dilma Rousseff encerra um ciclo de 13 anos de governos do PT, que tiveram seus acertos e a sua importância para o Brasil. Os programas como o Minha Casa Minha Vida, o ProUni, o Fies, o Pronatec e o Bolsa Família, que foi aprimorado e ampliado pelo PT, são provas de que existiram coisas boas na era petista. Porém, esse processo político já dava claros sinais de esgotamento ainda em 2013, quando surgiram as primeiras manifestações contra Dilma e o PT.

Isso ficou mais evidente ao longo do segundo governo de Dilma, quando a verdadeira situação do país veio à tona, e naturalmente causou descontentamento entre os brasileiros de todas as classes sociais, mas quem pagou a conta, como sempre, foi o povo mais pobre, que sentiu na pele os efeitos da inflação e do desemprego, quando 11 milhões de brasileiros ficaram fora do mercado de trabalho por conta da crise. O encerramento deste ciclo petista era óbvio de acontecer, fosse através de um impeachment ou através das eleições presidenciais de 2018.

A questão era que o Brasil não aguentava esperar mais dois anos e meio de recessão, desemprego, inflação e outros desdobramentos de uma grave crise política e econômica. Dilma se mostrou incapaz de liderar o país, de apontar um norte. Um processo de impeachment é sempre complexo e bastante traumático. Foi assim com Fernando Collor, e sem sombra de dúvidas será com Dilma Rousseff. Mas como não há mal que dure para sempre, assim como Itamar Franco conseguiu vencer a hiperinflação, Michel Temer terá condições de modificar o quadro econômico com medidas de austeridade, tal como ele já anunciou de bate pronto quando nomeou apenas 23 ministros, bem menos que os 39 que existiam no governo Dilma Rousseff antes de baixar para 32.

Temer também aponta para um enxugamento da máquina pública com a extinção de milhares de cargos comissionados. Esse é mais um sinal de que ele tentará fazer diferente. O cenário é desafiador, sem sombra de dúvidas, mas enquanto a crise antes de Itamar era por causa da hiperinflação, hoje o cenário se dava muito mais por conta da falta de capacidade de gestão de Dilma Rousseff, que com alguns ajustes Temer poderá dar início a uma nova era para o país. Foi dada a largada para o Brasil espantar a crise de uma vez por todas.

Ministros – Conforme havíamos antecipado na nossa coluna, quatro deputados pernambucanos foram nomeados pelo presidente Michel Temer. Foram eles: Raul Jungmann (Defesa), Mendonça Filho (Educação e Cultura), Bruno Araújo (Cidades) e Fernando Filho (Minas e Energia). Além deles, o também pernambucano Romero Jucá, que é senador por Roraima foi nomeado ministro do Planejamento.

Prestígio – O prestígio de Pernambuco não para na nomeação de cinco ministros, o senador Fernando Bezerra Coelho está praticamente certo para assumir a liderança do governo Michel Temer no Senado. FBC, que foi ministro da Integração Nacional, emplacou Fernando Filho para Minas e Energia mesmo a contragosto do governador Paulo Câmara.

Suplentes – Além de Fernando Monteiro (PP), Cadoca (PDT) e Augusto Coutinho (Solidariedade), com a nomeação de quatro deputados federais para o ministério de Michel Temer, assumem mandato em Brasília Creuza Pereira (PSB), Severino Ninho (PSB), Guilherme Coelho (PSDB) e Roberto Teixeira (PP). Todos pela coligação da Frente Popular liderada pelo PSB.

Pé frio – Conhecido pela sua falta de traquejo com as urnas ao colecionar várias derrotas majoritárias em Pernambuco, o senador Humberto Costa colecionou mais uma derrota para a sua vida. Na condição de líder do governo Dilma no Senado, Humberto viu o governo ruir em poucos meses após a prisão de Delcídio Amaral, seu antecessor no posto.

RÁPIDAS

Vitorioso – Se tem alguém vitorioso em Pernambuco após o desfecho do impeachment de Dilma Rousseff, esse alguém é o deputado federal Daniel Coelho, que teve a sua candidatura a prefeito do Recife contra Geraldo Julio mais do que confirmada. E diferentemente de antes do processo do impeachment, Daniel vem mais fortalecido do que nunca.

Pauta – O prefeito de Araripina Alexandre Arraes e a assessora especial do Palácio do Campo das Princesas Roberta Arraes, ambos do PSB, estiveram reunidos ontem com o governador Paulo Câmara. Na pauta a implantação de um IML, do Aeroporto Regional do Araripe, outras obras e uma visita do governador à região.

Inocente quer saber – Com a nomeação de Fernando Filho, o secretário Felipe Carreras cumprirá a promessa de sair do PSB para se filiar a Rede Sustentabilidade?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

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Edmar Lyra

Jornalista político, foi colunista do Diário de Pernambuco e da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco e CEO do instituto DataTrends Pesquisas. DRT 4571-PE.

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