A menos de um mês para a eleição, o deputado estadual e ex-prefeito Lula Cabral (PSB) lidera a corrida eleitoral no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, com 51% das intenções de votos, de acordo com a primeira pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Economicas (Ipespe), em parceira com a Folha de Pernambuco. O segundo colocado, deputado federal Betinho Gomes (PSDB), tem 29%, enquanto o professor Gleydson Goes (PSOL) aparece em terceiro lugar, com 1%. A pesquisa, que tem margem de erro de cinco pontos percentuais, mostra que 12% da população não votaria em nenhum candidato; o mesmo percentual dos que votariam em branco ou nulo, e 7% não souberam ou não responderam. No Cabo, não haverá segundo turno.

Na análise espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados aos entrevistados, o quadro é parecido: Lula Cabral aparece como o mais citado, por 46% dos entrevistados, enquanto Betinho Gomes soma 24%. Goes mantém o mesmo 1%. Nesta modalidade, 11% da população não votariam em nenhum candidato, e idêntico número votaria em branco ou nulo. Entre os eleitores, 18% não souberam dizer em quem votar ou não quiseram responder.

Conhecidos

Tanto o tucano quanto o socialista possuem baixos índices de desconhecimento, apenas 2% e 1%, respectivamente. Já o psolista é des­conhecido por 70% da população cabense. Cabral já foi prefeito do Cabo entre 2004 e 2012. Betinho Gomes, por sua vez, é filho do ex-prefeito do Cabo e atual prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSBD). Os dois já disputaram o pleito de 2008, com vitória do socialista, que, segundo a pesquisa, desfruta de boa avaliação quanto a sua administração à frente à Prefeitura do Cabo: 58% dos entrevistados avaliaram a gestão de Cabral como ótima ou boa, 28% co­mo regular e 11% como ruim ou péssima. Três por cento da população não soube ou não respondeu.

Rejeição

Entre os candidatos apresentados, Gomes é o que apresenta maior índice de rejeição, com 44%. Gleydson vem em segundo, com 39%, e Cabral tem 32%. Ao deixar a Prefeitura do Cabo, Cabral ajudou a eleger o sucessor, o atual prefeito Vado da Farmácia (Sem partido), contra Betinho Gomes. Entretanto, Cabral e Vado romperam nos primeiros meses de administração do atual gestor.

Gestão Vado

O prefeito Vado da Farmácia, que não disputará a reeleição, é avaliado como ruim ou péssimo por 76% da população, enquanto 17% consideram a gestão dele como regular e apenas 5% como ótima ou boa. Um por cento não soube ou não respondeu. Diante desta questão, os dados mostram um desejo de mudança dos cabenses: 68% dos entrevistados preferem votar em quem “mu­de totalmente a forma de administrar” o município; 27% optam por um candidato “que mude um pouco a forma de administrar, dando continuidade a algumas coisas e mudando outras” e apenas 2% querem que o futuro prefeito “dê continuidade à forma como o Cabo vem sendo administrado”.

O candidato a prefeito de Olinda Ricardo Costa (PMDB) caminhou pelos bairros de Jardim Atlântico, Rio Doce e Peixinhos ao longo do último final de semana. A abertura do comitê, na sexta-feira (26), deu fôlego para o peemedebista percorrer as regiões populares e constatar as muitas necessidades apresentadas pelo povo. Para o candidato, as coisas estão fora do lugar pela incapacidade de gestão na administração atual. “Olinda precisa de alternativas. As pessoas nas ruas me dizem isso”, avisa.

O sábado (27) começou com caminhada pela Avenida Fagundes Varela, no bairro de Jardim Atlântico. Acompanhado do vice Alf e toda a militância do PMDB, o candidato percorreu a via, alternando os lados da rua, cumprimentando moradores e comerciantes da localidade. Ricardo também visitou o comitê do candidato a vereador Djalma Ibrahim (PMDB), no mesmo bairro, e caminhou pelas imediações da Avenida Nápoles, em Rio Doce. No fim da tarde, Ricardo Costa andou pelo comércio da Avenida Presidente Kennedy, em Peixinhos.

Pela manhã de domingo (28), o candidato andou pela Feira de Rio Doce, conversando com os feirantes e fregueses sobre ordenamento do comércio, organização do trânsito, investimento na infraestrutura da cidade e na economia criativa. “Precisamos fazer o dinheiro circular dentro de Olinda. Não só o turismo e a cultura têm esse potencial, mas a vida própria dos moradores, que gastam para subsistência, pode alimentar a nossa economia local. A prefeitura pode dar um sentido às regiões de comércio, através das subprefeituras, aprimorando esse processo de escuta e investindo corretamente”, apontou Ricardo.

No diálogo com os moradores da cidade, Ricardo ouviu cada crítica, sugestão e proposta, apresentando sempre que possível as ideias do seu projeto, construído a partir do estudo de José Arlindo Soares, do Centro Josué de Castro. “Os olindenses concordam comigo: Olinda não pode ficar como está. Por onde andei nesse final de semana, percebi uma falta de confiança no gestor público e isso se reflete na maneira como a cidade se apresenta. Suja, maltratada, esburacada, com os serviços públicos a mercê da boa vontade. O gestor precisa fazer a prefeitura funcionar e é para isso que estamos aqui”, dispara.

O deputado estadual e ex-prefeito Tony Gel (PMDB) saiu na frente na primeira pesquisa eleitoral para a Prefeitura de Caruaru, realizada pelo Ipespe, em parceria com a Folha de Pernambuco. O peemedebista recebeu 38% da intenção de votos, mais que o dobro dos dois postulantes que dividem o segundo lugar: O delegado Erick Lessa (PR), que detém 17% das intenções de voto e a deputada estadual Raquel Lyra (PSDB), que aparece com 14%.

Já o atual vice-prefeito, Jorge Gomes (PSB), foi lembrado por apenas 6% dos entrevistados, ficando na quarta posição da pesquisa, que ouviu 400 eleitores entre 25 e 26 de agosto. O estudo tem uma margem de erro de cinco pontos percentuais e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo PE-03007/2016.

O quadro apontado pela pesquisa estimulada não muda no questionário espontâneo, quando os nomes dos candidatos não são apresentados para os entrevistados. Neste caso, Tony Gel recebeu 31% da intenção de votos, seguido por Erick Lessa (11%), Raquel Lyra (9%) e Jorge Gomes (5%). É por isso que, para a diretora-executiva do Ipespe, Marcela Montenegro, os resultados confirmam a liderança de Tony Gel e o crescimento da candidatura de Erick Lessa, que se tornou conhecido através das investigações realizadas como delegado da Polícia Civil.

Ele esteve à frente da Operação Ponto Final, que resultou no afastamento de vários vereadores envolvidos em esquema de corrupção em Caruaru. “É uma tendência que já estava se desenhando e agora se consolida com o delegado Lessa, chegando a um empate técnico com Raquel Lyra no segundo lugar”, afirmou Marcela.

Os dados também mostram o desejo do caruaruense por mudança: 68% dos entrevistados preferem votar em alguém que mude totalmente a forma de administrar a cidade e somente 4% querem que o novo prefeito dê continuidade ao modelo de gestão atual. “Os eleitores querem mudança e não continuidade. É por isso que Jorge Gomes aparece apenas na quarta posição. Afinal, ele representa a gestão atual”, pontuou a diretora-executiva do Ipespe, contando que o desejo por mudança é ainda maior entre os eleitores que não se mostram propensos a votar no atual vice-prefeito.

A diretora-executiva do Ipespe lembrou, porém, que esta situação pode se alterar devido à influência do guia eleitoral. Afinal, apesar de a avaliação do atual prefeito José Queiroz (PDT) não ser das melhores, o poder da máquina pública dará mais tempo de aparição para Jorge Gomes.

“Com o início da campanha, será possível mostrar as ações da prefeitura. É papel de Jorge Gomes, então, conseguir melhorar a avaliação da administração da qual ele se faz sucessor. E, caso ele alavanque esta imagem, pode haver mudanças neste quadro”, afirmou Marcela.

Quem também pode ganhar espaço com o início do guia é Raquel Lyra, que saiu do PSB e se vinculou ao PSDB para poder se candidatar à Prefeitura e deve usar a imagem do pai e ex-governador de Pernambuco, João Lyra, na campanha. Já Tony Gel deve brigar para manter a liderança, mostrando os feitos da sua gestão, que antecedeu José Queiroz e, por isso, atende ao desejo de mudança do eleitor caruaruense.