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Postado por Edmar Lyra às 23:25 pm do dia 23 de setembro de 2015

Se instalado, impeachment de Dilma é irreversível, diz Collor

Fernando Rodrigues
Do UOL, em Brasília

O ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (PTB-AL) avalia que o Brasil passa por uma “crise política sem precedentes”. Se um eventual processo de impeachment contra Dilma Rousseff começar a tramitar, o afastamento da petista será “irreversível”.

Em entrevista ao UOL para fazer um paralelo entre o momento atual e o que ele próprio enfrentou, em 1992, quando sofreu um processo de impeachment, Collor demostrou ceticismo sobre as possibilidades de recuperação do governo de Dilma Rousseff.

“Esse filme eu já vi”, diz Collor para descrever a “angústia” que sente ao assistir à deterioração do apoio político ao Palácio do Planalto. “A presidente está privada de instrumentos essenciais de coordenação, de concertação política para sair da crise em que ela colocou seu governo”.

Aos 66 anos e hoje senador pelo PTB de Alagoas, Collor demonstra desencanto ao analisar a conjuntura criada por Dilma e o apoio que deu à petista no último processo eleitoral. “Eu errei na minha avaliação. Ela realmente não estava preparada [para ser presidente]”.

Ele usa uma alegoria para descrever como enxerga a administração dilmista. “É mais ou menos como aquela figura do sapo que se coloca numa tigela de água em cima de uma fonte de energia de fogo. A água vai esquentando. O sapo aguenta. Até que a água ferve e o sapo não sai”.

Na avaliação de Collor, Dilma erra de maneira continuada. Um dos equívocos mais recentes é a decisão de cortar 10 ministros nesta semana, no meio da “borrasca”. É uma ação “tardia”, sem o efeito simbólico positivo, mas cuja consequência será “catastrófica”. Produzirá “uma ebulição política na base, algumas centenas de graus centígrados acima do que já está”.

Será como o sapo que morre na panela com água fervendo? “É a consequência natural”.

Apesar da acidez de sua análise, Collor não demonstra torcer contra Dilma: “Talvez em função de um desejo íntimo meu: que não ocorra com nenhum presidente o que ocorreu comigo”. Mas seria necessário “acreditar em milagres para achar que ainda não chegamos a um ponto de não retorno”.

Uma vez iniciada a tramitação do processo de impeachment, a chance de interrompê-lo, “para não dizer que é zero, é muito próximo disso”. Por quê? “É algo que começa a ter vida própria. Ninguém mais tem racionalidade (…) Há que se evitar que se chegue a esse ponto”. O ex-presidente então faz uma ressalva: “Que estamos na rota, estamos”.

O senador faz poucas recomendações para Dilma, exceto que atue nos bastidores para tentar construir uma aliança política ampla. Acha que a investida da presidente para se aproximar de políticos pode ter o efeito oposto do desejado. Até porque a petista “não nutre prazer” pelo convívio com deputados e senadores. Os interlocutores sempre percebem.

Collor conta uma conversa entre ele e Dilma, em março de 2015, num momento agudo de manifestações de rua contra o governo:

“Sugeri a ela pedir desculpas. Ela perguntou: ‘Desculpas por quê?’. E eu disse: porque há 3 meses ou 4 meses nós estávamos nas ruas dizendo que a energia elétrica não ia subir nem o custo da energia elétrica para as famílias, que a inflação estava sob controle, que os juros não iam subir, que a gasolina não ia subir. E o que nós estávamos vendo era completamente diferente”.

Segundo Collor, Dilma ficou “rabiscando num papel”. A conversa terminou só com um “muito obrigado” e nada mais? “Não. Nem muito obrigado. Ela ouviu. Ouviu, mas não escutou”.

Citado pelo Ministério Público como um dos envolvidos na Operação Lava Jato, Collor disse que não queria falar a respeito.

A seguir, trechos da entrevista do ex-presidente e hoje senador Fernando Collor de Mello, gravada na terça-feira (22.set.2015), no estúdio do UOL, em Brasília:

A seguir, trechos da entrevista do ex-presidente e hoje senador Fernando Collor de Mello, gravada na terça-feira (22.set.2015), no estúdio do UOL, em Brasília:

UOL – O Brasil passa por um momento de crise política. O que levou a essa conjuntura?
Fernando Collor – O país vive hoje uma crise política sem precedentes.

Sem precedentes?
É o que me parece. É o meu sentimento. E uma crise econômica também de extrema gravidade. Portanto, deslindar esse cruzamento de duas crises que afetam a nação como um todo, com essa abrangência e profundidade, é algo extremamente difícil. Acho que é necessário muita habilidade política, muito senso de responsabilidade para com o presente, para com o futuro que se avizinha.

Em que medida a situação atual do Brasil guarda similitudes com a de 1992, quando o sr. enfrentou um processo de impeachment?
Há uma diferença fundamental entre os eventos que culminaram com o meu afastamento da Presidência em 1992 e com os eventos que hoje nos circundam. Em 1992, no campo econômico, nós tínhamos uma situação extremamente sólida. (…) Diferentemente de hoje, em que a economia não está exatamente algo que nós pudéssemos sequer dizer controlada.

Mas em 1992 a inflação ainda não estava controlada…
Sim. Mas nós tínhamos passado de uma patamar de uma inflação de 86% ao mês para uma inflação de 20%, 23% ao mês. Mas isso não implicava, apesar da inflação ainda estar alta, em nenhum desajuste orgânico da economia. A economia estava bem. Estava caminhando bem. (…)

Mas o processo de hoje é parecido com o da sua época?
Não. Na minha época… No final do processo, o PMDB, por exemplo, representado pelo dr. Ulysses Guimarães, pressionado por São Paulo, pelo governador de saudosa memória, Orestes Quércia, mudou de posição. Decidiu apoiar o movimento que estava já nas ruas pedindo a minha saída da Presidência da República.

Mas isso foi no final. Já chegando muito próximo das eleições. Mas a relação era muito boa. A relação era, com os partidos, muito fluida. O problema que nós vivenciamos hoje é fundamentalmente um problema desse presidencialismo de coalizão que, no meu entender, não funciona.

O presidencialismo de coalizão é um sistema de governo gerador de crises semestrais. Não há nenhuma possibilidade de se manter um governo estável no sistema presidencialista com um presidencialismo de coalizão. Como se construir uma maioria dentro do presidencialismo de coalizão, vamos dizer, na Câmara dos Deputados, onde existem 27 ou 26 partidos ali representados? Como? É melhor dar o poder ao parlamento. Daí a questão do parlamentarismo. Que é uma ideia que eu venho defendendo. Uma proposta que eu venho defendendo há muito tempo juntamente com outros parlamentares para que seja instituído no Brasil.

Um presidente da República que enfrenta uma situação difícil passa a ter uma atitude mais ensimesmada?
Sim. Tem.

Como o sr. sentiu isso?
A diferença fundamental é que a presidenta é uma pessoa que nunca vivenciou a política partidária. Nunca militou na política partidária. Quer dizer, nunca exerceu nenhum cargo público.

Não tinha experiência. Não tinha o conhecimento exatamente. E, mais do que não ter conhecimento do que era a política, do que seria o Congresso, ela não gostava disso.

O sr. acha que ela não nutre prazer?
Não nutre prazer. E num momento de crise –e eu enfrentei vários momentos de crise durante o meu governo –a primeira reação do governante é se isolar. É se isolar e tomar as decisões de forma solitária e achar que aqueles que estão ao seu redor não estão ajudando de forma conveniente ao momento.

Isso aconteceu com o sr.?
Aconteceu. Aconteceu comigo, mas em seguida eu reagi.

Mas nessas horas o próprio governante talvez não seja o seu melhor conselheiro…
Exatamente isso. Uma vez, contrariando o meu desejo, cedi aos apelos que foram feitos numa solenidade de taxistas no Palácio do Planalto. Estavam todos lá. Eu disse ao cerimonial que não falaria, como não falei. Terminou a cerimônia e eu saí. Não falei. Mas aí, em coro, pediram: “Fala, Collor”. Os ministros foram lá me buscar para que eu falasse. Aí saiu aquele grande equívoco, aquela grande “pixotada” que foi a de conclamar o povo a sair nas ruas no domingo vestido de verde e amarelo. Entreguei de bandeja um prato para aqueles que se opunham a mim saírem de preto e mostrarem que não era esse o sentimento da população, o que eu imaginava ser.

É muito difícil o presidente da República fugir do erro de se isolar, de não escutar, de não ouvir. Acredito que esse seja o erro primordial do governo atual.

O governo é mais ou menos como aquela figura que contam do sapo. O sapo que se coloca numa tigela de água em cima de uma fonte de energia de fogo. O sapo está dentro da água. E a água vai esquentando, esquentando. O sapo fica aguentando tudo. Até que a água ferve e o sapo não sai.

Quando você coloca o sapo dentro da água fervendo, o sapo pula imediatamente. Mas quando ele está dentro da água e a água vai esquentando aos poucos, ele não se apercebe do perigo que está correndo. Esse é mais ou menos o problema que esse governo vem passando. Não está escutando.

No seu caso, havia algo possível para evitar o desfecho que houve?
Havia. Várias medidas que poderiam ter sido tomadas para evitar o desfecho. A primeira delas teria sido evitar a constituição da CPI [do PC Farias]. Seria extremamente simples para mim naquele momento evitar que a CPI fosse instalada. Ela foi instalada com o meu apoio e o apoio da minha base. Por sugestão de algumas pessoas próximas, dentro do governo, a mim.

A crise atual já está num “ponto de não retorno”?
Tenho receio de fazer a conclusão deste diagnóstico. É uma situação de extrema gravidade. Aí ainda estamos discutindo a questão desse rombo, desse déficit no Orçamento da União da ordem de R$ 30 bilhões.

No meu entender será o dobro disso. Nunca vi isso na minha vida. Não tenho leitura, registro, de que algo parecido tenha acontecido nem durante a minha existência. Isso é algo de uma temeridade absoluta.

O governo pretende consertar o Orçamento de 2016 por meio de medidas que dependem em grande parte do Congresso. Vai dar certo?
Do ponto de vista técnico, a melhor saída é a volta da CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira]. É algo que imediatamente pode ser recebido. Mas se esta é uma saída técnica, é por outro lado politicamente inviável.

Inviável?
É inviável. Não há como passar.

O Congresso não aprovará?
Nenhuma medida. Não estou fazendo nenhum vaticínio. Apenas dando a minha impressão, fruto da minha vivência. Não há nenhuma possibilidade de o Congresso Nacional aprovar o ajuste orçamentário para 2016 com essas medidas que estão sendo encaminhadas. Não vejo nenhuma possibilidade.

A crise então se agrava mais?
É o que eu disse há pouco.

O seu diagnóstico então é que já se chegou a este ponto de não retorno?
Nós precisamos acreditar em milagres para achar que nós ainda não chegamos a um ponto de não retorno.

A presidente anunciou uma reforma ministerial que reduz de 39 para 29 o número de ministérios. Foi uma decisão acertada?
É tardia.

Acertada, porém tardia?
Exato. Essa decisão ela deveria ter tomado logo no início do ano. Eu próprio sugeri a ela depois de um panelaço, fruto de uma intervenção dela na televisão. Tive a oportunidade de dar a minha opinião.

Como foi a sugestão?
Sugeri que a primeira palavra dela numa aparição de rádio e televisão, numa rede nacional, seria pedir desculpas. E ela perguntou: “Desculpas por quê?”. E eu disse: porque há 3 meses ou 4 meses nós estávamos nas ruas dizendo que a energia elétrica não ia subir nem o custo da energia elétrica para as famílias, que a inflação estava sob controle, que os juros não iam subir, que a gasolina não ia subir. E o que nós estávamos vendo era completamente diferente.

E ela?
E ela… Rabiscando num papel. Eu disse a ela também que deveria falar com humildade e falar diretamente para o coração da mãe de família, da dona de casa, do chefe de família. Dizer que houve equívoco na avaliação que foi levada a ela sobre como seria o ano de 2015. Mas que ela, como presidente da República, embora não tivesse sido responsável pelo desenho desses cenários, tinha de assumir a sua responsabilidade diante disso. E pedir desculpas, fazer um chamamento para novamente estarmos todos juntos e, ato contínuo, anunciar que iria cortar uns 15 ministérios e metade dos cargos em comissão na Esplanada dos Ministérios.

O sr. disse a ela em meados de março?
Começo de março.

E ela reagiu ao final como?
Não fazendo nada disso.

Mas ela disse algo ao sr. no final da conversa?
Nada. Nada.

Apenas “muito obrigado”?
Não. Nem muito obrigado. Ela ouviu.

Nem “muito obrigado”?
Não. Ouviu, mas não escutou.

Naquele momento, se ela tivesse feito essa redução dos ministérios e de cargos, acho que teria um impacto. Se ela tivesse falado diretamente com a população…

Mas agora, se fosse ela, não mexeria em nada. Deixaria a composição de ministérios como está. Neste momento de crise, de borrasca, não é o momento ideal para se mudar de barco.

Se ela insistir em cortar 10 ministros, qual será a consequência?
Catastrófica.

Descreva.
Uma ebulição política na base, algumas centenas de graus centígrados acima do que já está.

Como o sapo que morre na panela?
É a consequência natural.

O que ela poderia fazer a esta altura então?
Esse é que é o drama. Essa que é a dificuldade que sinto cada dia quando me levanto e olho a situação e vejo… Meu Deus, será que não tem nenhuma forma de resolver esse assunto?

O bê-á-bá da cartilha política é que ninguém pode governar sem o apoio do Congresso. Ninguém. Ninguém governa sem o apoio do Congresso dentro de um sistema democrático. Ela antes não tinha a simpatia do Congresso, mas tinha o apoio do Congresso. Hoje, ela não tem a simpatia e não tem, o que ainda é mais grave, a solidariedade do Congresso.

O sr. acredita então que é inevitável, dada a conjuntura atual e sem o milagre que o sr. mencionou, que em algum momento será instalado esse processo de impeachment contra a presidente?
Não acho que o processo de impeachment seja o melhor caminho.

E a inevitabilidade do processo?
Embora eu considere isso nas minhas projeções, sempre coloco essa possibilidade como a mais remota. Talvez em função de um desejo íntimo meu: que não ocorra com nenhum presidente o que ocorreu comigo.

Mas…
Mas, sim. É uma possibilidade. É uma possibilidade.

Essa possibilidade hoje é real?
É. Mas aí eu me permitiria voltar a uma outra conversa que mantive com a presidenta Dilma na presença de líderes do Senado e do vice-presidente Michel Temer. Isso foi recente, há 2 meses.

Um jantar no Alvorada?
Um jantar no Alvorada. Na reunião discutia-se a pauta de votação no Congresso –medidas provisórias, o que votar, o que não votar. E ninguém falava de um assunto que estava, está, presente em nosso dia a dia, que é o impeachment. Então eu disse: “Presidenta, me desculpe, mas eu não ouvi aqui ninguém se referir a algo que politicamente eu acredito que nós tenhamos de discutir para saber como evitar, que é a questão do impeachment. É o que se comenta no Senado, na Câmara dos Deputados, nas ruas, nos meios acadêmicos, por pessoas formadoras de opinião. Nós temos de enfrentar isso”. Do mesmo modo, não houve nenhuma resposta dela. Ela não fez nenhum tipo de comentário.

Em seguida, falou o vice-presidente Michel Temer. Ele disse que achava que minha a exposição estava bem colocada e que teria que merecer, por parte do governo, a atenção devida para tomar medidas que fossem possíveis para evitar que isso [impeachment] se consumasse.

Então fico analisando, vendo essa tentativa até comovente que ela vem fazendo de se reaproximar da classe política, de se reaproximar dos partidos políticos…

Comovente por quê?
Porque…

Ela já foi abandonada na sua opinião?
A classe política está infensa a esse tipo de demanda por parte da presidente da República.

Todas as suas análises indicam que a presidente está sem saída no momento…
Vejo a presidente numa situação muito difícil.

O sr. tem uma recomendação sobre o que ela possa fazer a esta altura?
Bom, as recomendações que fiz nessas duas oportunidades ela não seguiu. Está tentando fazer agora, mas o “timing” se perdeu. O momento para que fossem tomadas certas decisões passou.

Tudo o que ela fizer então não surtirá o efeito desejado?
Não [surtirá].

Não surtirá?
Lamentavelmente, no meu entender, não surtirá.

Acho que precisamos juntar todos, a classe política, os principais partidos políticos. Todos entenderem que essa crise não se restringe ao perímetro da praça dos Três Poderes, mas que se estende ao país todo. Atinge a todos.

Mas o sr. vê esse tipo de união acontecendo?
Pois é… Vejo o contrário. Eu vejo o contrário.

Mas falo de um esforço da própria classe política. Não em função da demanda dela [Dilma], que não surte efeito. No momento em que a classe política entender que a solução desse problema passa inexoravelmente pelo Congresso Nacional e pela união de forças, independentemente de serem simpáticas ao governo, encontra-se uma saída.

Mas… não seria quase ingênuo acreditar que isso se materialize no curto prazo?
Nós temos que acreditar em alguma coisa.

Independe da presidente?
Independe dela.

Dilma não pode mais fazer nada?
Qualquer ação dela no sentido de se reaproximar da classe política é uma ação que gera um efeito talvez contrário ao que ela esteja desejando.

Ou seja, ela acelera o processo de impeachment e não o contrário?
Não digo que acelere o processo. Digo que essa ação dela não contribui para amenizar a grave crise que estamos atravessando.

Mas presidente, se o governante tende a ficar isolado em um momento de crise…
Agora não está mais. Ela já partiu para a ação.

Mas se ação não surte o efeito que seria benéfico, como o sr. diz, a presidente teria que voltar para a estratégia anterior e se resguardar?
Não. Ela tem que começar, nos bastidores, a tentar organizar o que culminaria nessa possível união das forças políticas que entendam que é necessário haver um união em torno de uma saída.

E a reforma ministerial…
Isso agrava.

Agrava porque, se fosse feito naquele momento, lá atrás, seria entendido. Os partidos apoiariam. Todos entenderiam que precisava esse movimento. Teria sido uma demonstração que o Executivo estaria dando de cortar na própria carne, de mostrar um desejo de resolver os problemas fiscais do país. Mas esse momento passou. Hoje, qualquer mudança no ministério significa agravar a relação com um contingente de partidos e de pessoas. Quer dizer, não tem mais nem o efeito simbólico e o efeito político é desastroso.

Na eventualidade do início da tramitação de um processo de impeachment na Câmara, na conjuntura atual, o desfecho é irreversível?
Num processo de impeachment, quem o guia é o imponderável. Não há regra fixa, não há matriz, um padrão.

Mas dentro dessa teoria do caos que se instaura quando começa a tramitar o impeachment, o sr. acha que para a presidente Dilma Rousseff se o processo é instalado…
Vai ser péssimo.

Uma vez andando o processo na Câmara, a chance de ela conseguir detê-lo é zero?
Para não dizer que é zero, é muito próximo disso. É algo que se transforma, que começa a ter vida própria. É um processo sobre o qual ninguém mais tem racionalidade ao conduzi-lo. Porque a paixão desenfreada, desencadeada dentro de um processo político, com a população de alguma forma insuflando e apoiando…

…Torna-se irreversível.
É irreversível. Se for instalado, é irreversível. É irreversível até porque, instalado o processo na Câmara, automaticamente o presidente é afastado.

Não. O processo demora uns 45 dias até a presidente ser afastada…
Depende. No meu caso foi muito mais rápido [risos]. Os prazos foram todos ultrapassados, de modo a adequar a votação do meu afastamento às vésperas de uma eleição municipal em que todos estavam com os ânimos muito exaltados.

Essa questão de prazos, num processo político como é o impeachment, é vencida de maneira rápida, da maneira que for conveniente para a maioria dos que estão comandando e coordenando o processo.

Recapitulando: instalado o processo de impeachment, pode ser muito rápido, é imponderável e, o sr. diz, irreversível?
Se for instalado o processo de impeachment, se for aprovado pela Câmara… É irreversível no momento em que a maioria absoluta da Câmara vote para afastar.

E antes dessa votação, naquelas semanas que antecedem a votação do afastamento, mas o processo já está tramitando? O sr. acha que também nesse período já fica muito difícil e irreversível?
É… quando chega a esse ponto… Há que se evitar que se chegue a esse ponto.

Mas a conjuntura atual está levando para a abertura desse processo na Câmara?
Que estamos, vamos dizer assim, na rota, estamos. Mas essa rota pode ser desviada se houver alguma possibilidade dessa união da classe política em torno da constituição de um projeto de salvação nacional.

Como o sr. se sente assistindo a este processo? Como é que o sr. descreveria seu sentimento pessoal?
Me angustio muito. Até porque esse filme eu já vi.

Desde quando Antônio Palocci era ministro da Casa Civil, há 4 anos, eu estive com ele e falei da minha preocupação. Já naquela época havia alguma coisa, algum azedume nas relações entre o Legislativo e o Executivo.

O Palocci me disse: “Mas, presidente, eu não percebo isso. Todos os projetos da presidente no Congresso estão sendo aprovados”. Aí eu falei: “É verdade. Ela está tendo o apoio do Congresso para essas medidas. O meu receio é de que no momento em que ela precise da solidariedade do Congresso, ela não venha a ter esse apoio”.

Agora, é chegado exatamente esse momento em que a solidariedade é exigida para que o governo saia dessa grande crise em que está introduzido. Porque a presidente não tem mais instrumentos nem capacidade –não porque ela não queira, até porque agora ela está querendo. Mas como passou o tempo, a presidente está privada desses instrumentos essenciais de coordenação, de uma concertação política para sair da crise em que ela colocou seu governo.

A presidente Dilma estava preparada para assumir a função de presidente da República do Brasil?
Eu errei na minha avaliação. Quando ela era chefe da Casa Civil, eu estava na presidência da Comissão de Infraestrutura no Senado. Foi quando lançou-se o PAC. Eu me avistava com ela para tratar dessa questão das obras de infraestrutura. Percebi uma mulher extremamente decidida, determinada, com capacidade de tomar medidas rápidas.

Achei que ela fosse realmente uma pessoa com esse perfil de administradora, de gerente, que talvez fizesse bem ao Brasil naquele momento. Mas, depois, confesso que fui sendo surpreendido por medidas que ela tomava. Percebia que não havia um mínimo de planejamento. Medidas intervencionistas. A questão do sistema elétrico me deixou muito confuso.

Enfim, foi um erro de avaliação. Enquanto chefe da Casa Civil, ela estava bem. Mas para a Presidência da República ela realmente, no meu entender, não estava preparada.

Se tudo continuar do jeito que está –a reforma ministerial, dificuldade para aprovar a CPMF etc.–, quanto tempo o sr. acredita, no melhor do seu juízo…
90 dias

Para que se instaure algum processo na Câmara?
Para que alguma coisa aconteça, não necessariamente um processo na Câmara.

Esta entrevista está sendo gravada no dia 22 de setembro…
O PMDB tem sua convenção marcada para o dia 15 de novembro.

Essa é uma data relevante?
Muito relevante.

Se a conjuntura atual se mantiver, o desfecho vai ser algo que leve a um eventual afastamento [do PMDB]?
Sem dúvida. Eu não tenho dúvida. Eu não posso falar em nome do PMDB. Até peço desculpas aos companheiros do PMDB se estou me intrometendo numa seara que não é a minha. Mas estou aqui falando como um cidadão analisando o quadro. Acredito que, sem dúvida, o 15 de novembro irá marcar o afastamento do partido do governo da presidente Dilma Rousseff.

E uma vez o PMDB decidindo se afastar precipita-se o outro processo, que é o eventual afastamento da presidente?
Saindo da base de sustentação o principal partido aliado, isso é de extremíssima gravidade. A partir daí, não sei o que se dará.

O sr. há alguns anos se posicionou contrário à aprovação de alguns dispositivos do projeto de Lei de Acesso a Informação. A lei acabou sendo aprovada e está em vigor. O sr. acha que a lei tem sido positiva ou negativa?
Positiva.

Apesar de ter aqueles dispositivos com os quais o sr. não concordava?
Minha grande preocupação em relação à Lei de Acesso à Informação era com os segredos de Estado. Foi em razão disso que eu me posicionei. Porém, a lei foi aprovada e hoje eu dou a mão à palmatória. Os segredos foram mantidos, reservados, e [a lei] tem sido um instrumento de acesso a informações por parte da população de extrema valia para o melhor conhecimento da história do Brasil.

O sr. já foi à tribuna do Senado, negou envolvimento com a Lava Jato e criticou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O que aconteceu nesse caso? Tem algo que o sr. poderia acrescentar ou esclarecer?
Não. Nada a acrescentar além do que na minha defesa estarei apresentando.

O sr. mantém as críticas que fez ao procurador quando o sr. subiu à tribuna?
Será que nós vamos misturar a entrevista com essa questão do Janot? Eu preferia não fazer, não.

Arquivado em: Brasil, destaque

Postado por Edmar Lyra às 22:28 pm do dia 23 de setembro de 2015

Usina Pumaty inicia moagem com previsão de gerar 4 mil empregos na Mata Sul

JOAQUIM NABUCO – A população da Mata Sul celebrou, nesta quarta-feira (23), o início da moagem da safra 2015/2016 da Usina Pumaty, que é conduzida por uma cooperativa de produtores. O governador Paulo Câmara foi ao município de Joaquim Nabuco acompanhar a ação, que vai gerar mais quatro mil empregos diretos no campo e na indústria para a região. Essa será a segunda safra após a reabertura da usina, que vai produzir 700 mil toneladas de cana até maio do ano que vem.

O empreendimento, que estava paralisado há dois anos, devido a um processo de recuperação judicial, retomou as atividades com o apoio do Estado. Além da redução em 50% na carga tributária das operações com Álcool Etílico Hidratado Combustível (AEHC), que beneficiou a usina, o setor sucroalcooleiro também será contemplado com a alteração nas alíquotas do ICMS do álcool, que cairá de 25% para 23%. Essa medida faz parte do pacote anticrise enviado à Alepe no último dia 21. A medida incentivará a substituição do combustível fóssil (gasolina) pelo renovável.

No ato em Joaquim Nabuco, o governador destacou a importância da manutenção dos empregos e o incremento econômico que a usina representa para a Mata Sul. “A reabertura de usinas é muito importante para Pernambuco. Nós estamos mostrando ao Brasil, onde muita coisa está fechando, que nós aqui na Zona da Mata pernambucana estamos reabrindo usinas; fazendo com que emprego e renda sejam gerados de maneira muito mais efetiva, e de maneira muito mais rápida e ágil”, cravou Paulo Câmara.

O caldeireiro José Ramos, que na oportunidade representou os funcionários de Pumaty, lembrou as dificuldades vividas por ele e seus companheiros antes da reabertura da usina. “É uma alegria ver essa fábrica funcionando. O desemprego é uma coisa terrível na vida de qualquer ser humano”, disse o trabalhador, agradecendo pela sua nova função.

Na última safra da Pumaty, encerrada em maio passado, a usina faturou R$ 50 milhões; movimentação que gerou aos cofres públicos aproximadamente R$ 7 milhões em tributos, que serão transformados em políticas públicas para melhorar a qualidade de vida do pernambucano.

Para o chefe do Executivo estadual, as medidas adotadas para vencer a crise econômica nacional são fundamentais para o desenvolvimento do Estado. “Não podemos deixar de trabalhar, esperando que as intuições públicas federais voltem a funcionar em favor do crescimento econômico, em favor da geração de empregos. Nós temos que fazer com que Pernambuco não pare. Que Pernambuco volte a gerar emprego, cada vez mais, e que todos saibam que é possível crescer mais”, argumentou Paulo.

O secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Nilton Mota, disse que, apesar das dificuldades enfrentadas em alguns setores da economia, o segmento vem crescendo e se apresentando como alternativa para vencer os desafios impostos pela crise. “Estamos vivendo um ano muito difícil e duro, mas a agricultura vem apontando resultados positivos em Pernambuco. No primeiro trimestre, o setor teve um crescimento de 8%. Já no segundo trimestre, tivemos um crescimento de 7%. Devemos isso à determinação do Governo do Estado e a tudo que foi plantado durante esse período”, explicou Nilton.

Além do prefeito João Carvalho, o evento contou com a presença dos secretários Antônio Figueira (Casa Civil), Thiago Norões (Desenvolvimento Econômico), Nilton Mota (Agricultura), Ennio Benning (Imprensa) e Coronel Mário Cavalcanti (Casa Militar); e dos deputados estaduais Aluísio Lessa, Henrique Queiroz, Clodoaldo Magalhães e Presbítero Adauto, entre outras lideranças sindicais.

CRUANGI – No último dia 15, Paulo Câmara participou da cerimônia que marcou a retomada das atividades na Usina Cruangi, em Timbaúba, na Mata Norte. As receitas das usinas Cruangi e Pumaty somarão, juntas, R$ 100 milhões, que serão injetados na economia local. No futuro, os empreendimentos vão proporcionar a criação de 30 mil empregos (diretos e indiretos) em 20 municípios da Zona da Mata. Outra usina, a Pedrosa, em Cortês, também está em negociação para voltar a moer.

“Eu estive na semana passada, como muitos que estão aqui, reabrindo a Usina Cruangi, em Timbaúba. E, uma semana depois, tenho a oportunidade, também junto com vocês, de dar sequência a esse projeto; que, pelo sistema de cooperação, tem conseguido fazer pelo segundo ano consecutivo com que Pumaty seja uma realidade. Um esforço de muita gente, mas, principalmente, dos trabalhadores dessa usina”, finalizou Paulo Câmara.

Arquivado em: destaque, Pernambuco

Postado por Edmar Lyra às 22:21 pm do dia 23 de setembro de 2015

Socorro Pimentel se posiciona contra o projeto de lei que retira R$ 70 milhões que seriam usados na restauração das estradas do Estado

A deputada estadual Socorro Pimentel (PSL) foi à tribuna da Assembleia Legislativa hoje (23), se colocar contra o projeto de lei do Governo do Estado que designa R$ 70 milhões que seriam destinados para a reestruturação da malha viária do Estado, para o Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM).

Segundo a deputada, os investimentos nos municípios nesse momento de dificuldade são necessários, porém, retirar recursos, já escassos, que eram destinados para a melhoria das rodovias estaduais é uma atitude inaceitável. “O governo tem outras fontes para retirar esses recursos. Um caminho seria retirar do orçamento de publicidade”, disse.

Dra. Socorro lembrou ainda das indicações que foram feitas por ela para a recuperação e sinalização de algumas rodovias do Estado. São as PE’s 555, que liga os municípios de Parnamirim e Lagoa Grande; 545, no trecho que liga Ouricuri a Exu; 576, ligando Trindade a Ipubi; 615, rodovia que liga Araripina ao distrito de Nascente; 585, que liga Araripina ao Estado do Ceará; 604, no trecho que liga Ouricuri a Lagoa Grande e a PE-550, que liga os distritos de Urimamã e Caraíbas, em Santa Maria da Boa Vista.

“Quero pedir ao Governo do Estado e à nossa bancada de oposição, em especial, que façam uma reflexão cuidadosa sobre o projeto e suas consequências para a economia do nosso Estado”, finalizou Socorro.

Arquivado em: destaque, Outras Regiões

Postado por Edmar Lyra às 15:33 pm do dia 23 de setembro de 2015

Elias Gomes participa de posse do diretório do PSD de Jaboatão

O presidente municipal do partido será Daniel Pessoa, atual secretário Executivo de Articulação Política do município

Com olhos nas eleições de 2016 de Jaboatão dos Guararapes, o diretório municipal do Partido Social Democrático (PSD) realiza, a partir das 19h desta quarta-feira (23), grande ato de filiação partidária, onde serão validadas as fichas de lideranças políticas locais que deverão compor a chapa proporcional do partido. Além disso, será empossada a comissão executiva municipal, presidida por Daniel Pessoa, atual secretário Executivo de Articulação Política do município. O ato será comandado pelo presidente regional da sigla, André de Paula. A cerimônia será na Câmara de Vereadores do município, em Prazeres, e contará com a presença do prefeito da cidade Elias Gomes (PSDB).

Arquivado em: destaque, Jaboatão, Política

Postado por Edmar Lyra às 12:44 pm do dia 23 de setembro de 2015

Alta do dólar beneficia exportação de commodities brasileiras, destaca Côrte Real

A alta do dólar beneficia exportação de commodities brasileiras. Essa foi a reflexão do deputado federal Jorge Côrte Real (PTB-PE), ao comentar a valorização da moeda norte-americana, que, pela primeira vez na história fechou acima de R$ 4, na terça-feira (22). O petebista afirmou que, se por um lado há prejuízos para os produtos nacionais elaborados com componentes vindos do exterior, por outro, há valorização das commodities brasileiras vendidas para outros países. Ontem, o dólar teve alta de 1,83%, vendido a R$ 4,0538, e no ano o acúmulo chega a 52,47%.

“A grande maioria das exportações brasileiras é de commodities, e elas estão baixas no mercado como um todo. Então, o dólar a R$ 4 melhora não só a condição de se colocar os nossos produtos no mercado exterior, como aumenta também a rentabilidade. Nesse ponto, a alta do dólar é positiva, assim como para nossos produtos manufaturados, que ganham competitividade no exterior”, avaliou Jorge Côrte Real.

Commodities são bens que não sofrem processos de alteração antes de serem vendidos, como frutas, legumes, cereais e alguns metais. O Brasil é um grande produtor de commodities, entre elas, soja, café, laranjas, petróleo, alumínio e minério de ferro.

IMPORTAÇÕES
O deputado Jorge Côrte Real também citou o lado positivo da alta do dólar em relação às importações. Segundo ele, a elevação do preço da moeda norte-americana acaba por barrar os produtos vindos do exterior que competem com os produtos nacionais similares no mercado interno. “Por outro lado, prejudica muito a compra de insumos que vêm de outros países para serem usados na indústria nacional. Isso porque os produtos brasileiros ficam mais caros e perdem a competitividade no mercado interno”, ponderou.

O petebista ainda ressaltou que, para aumentar a competitividade dos produtos nacionais, é necessário que o País invista mais na infraestrutura de exportação, com a melhoria de portos, aeroportos, e outros meios de transporte. “Isso iria potencializar mais a competitividade de nossos produtos em termos de preço”, concluiu o deputado Jorge Côrte Real.

Arquivado em: Brasil, destaque, Pernambuco, Política

Postado por Edmar Lyra às 11:47 am do dia 23 de setembro de 2015

Prefeito de Moreno contesta nota da coluna

Bom dia, Edmar.

Sobre nota plantada em sua coluna de hoje, tenho a dizer o seguinte:

1) vivemos uma crise que não é exclusiva de Moreno. O que houve aqui foi um aprofundamento em função de gestões irresponsáveis que nos antecederam;

2) nosso foco é a administração. Temos compromisso com a cidade e respeito à população, diferente de alguns que vivem eternamente em cima de palanque eleitoral e

3) as pesquisas fajutas anunciadas por nossos adversários já são bastante conhecidas aqui. Eles espalhavam isso em 2012 também, quando a população nos deu a vitória com mais de 12 mil votos de diferença.

Adilson Gomes Filho – Prefeito de Moreno

Arquivado em: destaque, Outras Regiões

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 23 de setembro de 2015

Coluna do blog desta quarta-feira

Marina Silva agora tem um partido pra chamar de seu

Militante histórica do PT, Marina Silva deixou o cargo de ministra do Meio Ambiente do então presidente Lula por alguns desentendimentos com a então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff. Voltou ao Senado, e pouco tempo depois pediu desfiliação do PT para se filiar ao Partido Verde. Disputou em 2010 pela primeira vez a presidência da República e acabou surpreendendo a todos quando obteve quase 20 milhões de votos.

O respaldo eleitoral das urnas de 2010 foi insuficiente para que Marina assumisse o comando nacional do PV, e pouco tempo depois oficializou a saída do partido para construir um projeto chamado Rede Sustentabilidade. Projetou o partido com uma ideia completamente inovadora, e justamente por buscar ser fiel aos ideais, a Rede não atingiu as assinaturas necessárias para virar um partido político em 2013.

A saída foi se filiar ao PSB do então governador de Pernambuco Eduardo Campos, sendo indicada para o posto de vice-presidente na chapa encabeçada pelo pernambucano. O destino quis que o avião de Eduardo caísse e que Marina não estivesse nele. Consequentemente Marina herdou a candidatura presidencial do pernambucano e entrou como um tsunami nas pesquisas, chegando a empatar com Dilma Rousseff.

Porém, uma das campanhas mais sórdidas da história da política brasileira protagonizada pelo PT, fez com que Marina fosse massacrada no guia eleitoral de Dilma Rousseff, e com isso as intenções de voto da ex-ministra de Meio Ambiente fossem virando pó. O resultado final todo mundo sabe. Ela ficou em terceiro lugar com menos de 23 milhões de votos, um resultado bastante parecido com o obtido em 2010.

Marina não desistiu de continuar na trincheira política e seguiu tentando criar a sua Rede Sustentabilidade, até que ontem teve definitivamente o registro do partido aprovado por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral. Agora Marina tem um partido para chamar de seu e consequentemente pavimentar uma nova candidatura ao Palácio do Planalto em 2018 ou até mesmo uma volta ao Senado. O tempo vai dizer qual será a escolha de Marina, mas a Rede Sustentabilidade agora deixou de ser uma utopia para virar realidade.

Olinda – Com o pedido de desfiliação da suplente de deputada estadual Izabel Urquiza do PMDB, o caminho ficou livre para o deputado Ricardo Costa viabilizar sua candidatura a prefeito de Olinda pelo partido nas próximas eleições. O destino de Izabel é o PSDB, para que ela possa novamente ser candidata a prefeita nas eleições do ano que vem.

PROS – O Partido Republicano da Ordem Social anunciou ontem a filiação de três vereadores do Recife, são eles: Eduardo Chera e Jadeval de Lima (PTN) e Aderaldo Pinto (PRTB). O presidente estadual da sigla Gilson Lima espera a filiação de mais vereadores do Recife à sigla visando montar uma chapa competitiva para as eleições de 2016.

Dólar – A crise econômica brasileira parece que não tem fim, ontem o dólar atingiu a sua maior cotação desde a criação do Plano Real em julho de 1994. Encerrou o dia de ontem valendo nada menos que R$ 4,06. Nem em 2002 com o receio de como seria a política econômica do governo Lula o dólar chegou a tanto.

Candidato – A oposição capitaneada pelo PT e PTB está chegando à conclusão de que não adianta lançar múltiplas candidaturas para tentar derrotar o prefeito Geraldo Julio. Com as candidaturas de Daniel Coelho (PSDB) e de Edilson Silva (PSOL) postas, o caminho será mesmo lançar Silvio Costa Filho (PTB) para tentar ir ao segundo turno contra o prefeito socialista.

RÁPIDAS

Mentirinha – Na Alepe circulam versões de que a candidatura do deputado Aluisio Lessa a prefeito de Goiana em 2016 não é pra valer e que o socialista só está se movimentando no município para tentar ampliar as bases e poder indicar um candidato a vice-prefeito de alguém da terra.

Moreno – Com sérias dificuldades para gerir o município e com a ausência de Eduardo Campos para articular o seu projeto, o prefeito Dilsinho (PSB) teria confidenciado a interlocutores de que não está muito disposto a buscar a reeleição. Dilsinho tem elevada rejeição e as pesquisas internas que circulam no meio político apontam que se for candidato perderá feio para o ex-prefeito Vavá Rufino (PTB).

Inocente quer saber – Fortalecendo o PMDB em todo o estado visando as eleições municipais, o deputado Jarbas Vasconcelos estaria de olho na cadeira do governador Paulo Câmara em 2018?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 22:45 pm do dia 22 de setembro de 2015

Paulo defende “pacto de governança” para recuperar a confiança no Brasil

SÃO PAULO – O governador Paulo Câmara aproveitou a presença de vários colegas gestores públicos estaduais no Congresso do Movimento Brasil Competitivo (MBC), hoje (22.09) à tarde, para defender um “pacto de governança” dos governadores para ajudar o País a recuperar a confiança dos investidores e superar a atual crise.

Paulo destacou as conquistas de Pernambuco nos últimos anos, afirmando que o Estado está no caminho certo, pois tem a confiança dos investidores que continuam anunciando novos empreendimentos em terras pernambucanas.

O governador pernambucano voltou a lembrar a situação atual do Brasil, que, na avaliação dele, passa por uma “recessão brutal” em 2015, e que caminha para repetir esse resultado negativo também em 2016. “Será a primeira vez que isso ocorrerá desde 1930, 1931, quando o mundo vinha da quebra de 1929 e o Brasil passou por uma revolução política”. Para Paulo, sem o resgate da confiança o País não vai superar os problemas econômicos.

Paulo Câmara destacou o fato de os ajustes que os governadores vêm fazendo desde o início do ano. “Os governadores estão chegando perto do osso. Estão tendo que tomar medidas que não queriam”, observou. O governador defendeu dois pontos fundamentais para ter a confiança dos investidores: cumprir regras (claras e estáveis) e assegurar uma infraestrutura adequada (água, energia, estradas, mão-de-obra qualificada) para receber os investimentos. “São aspectos dos quais não podemos abrir mão nem em momentos de crise”.

Câmara participou do primeiro painel do Congresso do MBC, “Investimentos: Setores Público e Privado Juntos Pelo Desenvolvimento Local”, ao lado dos governadores Camilo Santana (Ceará), Marconi Perillo (Goiás) e Rodrigo Rollemberg (Distrito Federal), do presidente da GE do Brasil, Gilberto Peralta, do economista e especialista em Gestão Pública Mansueto Almeida e da jornalista Claudia Vassalo.

Também participaram dos outros debates os governadores Geraldo Alckmin (São Paulo), Pedro Taques (Mato Grosso), Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul) e Beto Richa (Paraná).

Arquivado em: destaque, Pernambuco

Postado por Edmar Lyra às 22:41 pm do dia 22 de setembro de 2015

Novos conselheiros do CSTM são eleitos na 2ª Conferência Metropolitana de Transporte

Os oito novos conselheiros que fazem parte do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM) foram eleitos durante a 2ª Conferência Metropolitana de Transporte, realizada nos dias 18 e 19 de setembro no Centro de Convenções, em Olinda.

Esses representantes foram eleitos para o biênio 2015/2017 e irão compor o CSTM juntamente com mais 16 conselheiros, que fazem parte de diversos órgãos do Governo do Estado. Eles terão, entre suas atribuições, fixar políticas sobre a estrutura tarifária, opinar sobre programas de trabalho do órgão e aprovar as normas e padrões de serviços relativas ao STPP/RMR.

A novidade é que o Governo do Estado dobrou a representatividade dos usuários no conselho, passando para quatro vagas para usuários comuns, duas para estudantes, uma para pessoa idosa e uma para pessoa com deficiência e criou uma vaga para o representante do operador do Sistema de Transporte Público de Passageiro da Região Metropolitana (STPP/RMR).

O secretário das Cidades e presidente do CSTM, André de Paula, participou do evento e destacou a importância de discutir com os usuários as melhorias do transporte público. “Esse encontro foi um compromisso que assumimos no início dessa caminhada, quando havia uma reivindicação justa, importante e antiga para que nós retomássemos a conferência. Estivemos reunidos com quase todos os delegados e ouvimos as demandas, pleitos e solicitações, e a partir dessas discussões, tomamos medidas que irão democratizar o Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM)”, disse. André também lembrou a retomada da periodicidade bimestral das reuniões do conselho.

A conferência também contou com a participação do presidente do Grande Recife, Francisco Papaléo; do assessor especial da Secretaria das Cidades, Maurício Pina; do diretor de Projetos Especiais do Grande Recife e coordenador da 2ª Conferência Metropolitana de Transporte, José Carlos Guerra; do diretor presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/PE), Charles Ribeiro; do secretário de Transportes de Olinda, Oswaldo Lima Neto; da conselheira representante dos usuários da gratuidade, Neide Santana, e também do conselheiro do CSTM e representante dos usuários comuns, José Alves.

A votação dos conselheiros foi secreta e qualquer um dos delegados eleitos pôde se candidatar a uma das vagas dentro de seu segmento. Os representantes eleitos foram:

Usuário comum: Clayton da Silva Leal, Paulo Gustavo de Lima, Nael Antônio Vicente e Roberto Alexandre Ferreira Lira
Estudante: Márcio José da Silva Morais e Elizeu Dias de Santana
Pessoa idosa: Maria do Socorro da Silva
Pessoas com deficiência: José Carlos dos Santos

Eixos temáticos

Durante a manhã do sábado (19), os delegados puderam participar de um dos quatro eixos temáticos: Operação do Sistema; Educação e acessibilidade; Informação ao usuário; BRT e Navegabilidade. No encontro, técnicos do Grande Recife esclareceram dúvidas sobre o funcionamento do STPP e discutiram, com os usuários, melhorias para a operação do sistema.

No final dos debates, os delegados elegeram dez propostas de cada eixo para ser apresentadas ao Conselho Superior de Transporte Metropolitano. Elas deverão ser discutidas pelo CSTM e colocadas em prática ao longo de dois anos. As proposições foram as seguintes:

BRT e Navegabilidade – Implantação de sanitários públicos em todas as estações de BRT; Implantação de novas estações de BRT ao longo do Corredor Norte/Sul em frente à Facig e da Praça de Cruz de Rebouças (Igarassu), no Centro e em Desterro (Abreu e Lima), em frente ao condomínio Parque Jardins, em Arthur Lundgren II, em frente ao Shopping Center North Way (Paulista) e em frente ao posto fiscal de Cidade Tabajara (Olinda); Conclusão das obras de implantação do Corredor Leste/Oeste, com destaque especial para as estações localizadas no bairro do Benfica e na Avenida Conde da Boa Vista (Recife) e Prefeitura de Camaragibe, maternidade municipal e Caixa Econômica Federal (Camaragibe); Implantação de um sistema inteligente de monitoramento das viagens em formato de aplicativo de celular, a ser implantado em todos os terminais integrados e estações de BRT; Integração entre as linhas dos Corredores Norte/Sul e Leste/Oeste; Implantação de postos de auto-atendimento para o carregamento do VEM (estudantil e comum) em todos os terminais integrados e estações de BRT; Promover a integração entre os modais, a fim de permitir uma maior mobilidade do cidadão estimulando sempre que possível o uso das bicicletas; Priorizar a conclusão do Sistema Estrutural Integrado com destaques para os modais rodoviários (ônibus) e metroviário (metrô/VLT), promovendo a rediscussão do projeto de navegabilidade com a sociedade civil; Implantação dos corredores de BRT com segregação exclusiva das faixas para que o transporte público circule nas vias exclusivas; Implantar assentos nas estações de BRT localizadas, principalmente, próximas aos hospitais.

Comunicação com o usuário – A Central de Atendimento ao Cliente (CAC) passe a atender as chamadas por celular; Implantação do novo layout nos Terminais Integrados onde houver CAC, a fim de identificar a localização da cabine de atendimento; Divulgação do resultado da avaliação das empresas operadoras no site do Grande Recife e nas grandes mídias (jornais, rádios, internet e televisão) as notas das cinco melhores e piores empresas operadoras.

Educação e Acessibilidade – Conscientizar os usuários quanto a prioridade dos cadeirantes no momento do embarque e desembarque; fortalecer a fiscalização das Plataformas Elevatórias Veicular (PEV) nas garagens das operadoras; promover a sinalização em braile em todo o sistema; Intensificar a capacitação dos operadores do sistema; implantação de oficinas sobre transportes nos programas: Escola Aberta e Mais Educação; implantar programa de humanização no STPP com as empresas operadoras e otimizar o retorno das denuncias feitas á ouvidoria; propor a gratuidade a partir dos 60 anos; Criar uma comissão composta por pessoas deficientes e usuários comuns e gestor para fazer adequações nas paradas do BRT; definir o embarque pela porta dianteira exclusivamente para idosos e deficientes nos Terminais Integrados; implantar no sistema a presença do Grande Recife para minimizar os conflitos entre os usuários de todas as categorias.

Operação do STPP – Limitar a lotação dos ônibus do STPP/RMR; publicar informações dos horários nos terminais; reavaliar e otimizar a biometria; viabilizar o recebimento de reclamações no 0800 através do telefone celular; propor a gratuidade a partir dos 60 anos; proceder à licitação pública antes da concessão do transporte; universalizar a frota com serviço PEV e fiscalizar seu funcionamento; cobrar ao governo e prefeitura melhorias nas estruturas viárias das cidades da RMR e instalar, nos TIs que ainda não possuem, banheiros públicos.

Arquivado em: destaque, Pernambuco

Postado por Edmar Lyra às 22:33 pm do dia 22 de setembro de 2015

Recapeamento chega à Rua Cosme Viana

A Prefeitura do Recife deu início, na noite desta segunda-feira (22), ao recapeamento da Rua Cosme Viana, em Afogados. A via é um importante corredor para o bairro e conta com uma Faixa Azul, que é um corredor exclusivo de ônibus. O objetivo do serviço é melhorar a qualidade do trânsito, trazendo benefícios para os 52 mil usuários de transporte público e motoristas que passam por lá. A ação é executada pela Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) e faz parte da Operação Verão 2015, que está investindo R$ 75,3 milhões para recuperar ruas e avenidas em toda a cidade.

Os serviços contemplam a área da Faixa Azul, a partir do trecho localizado no cruzamento com a Rua Padre Teófilo Tworz até a Avenida 21 de Abril, compreendendo uma extensão de aproximadamente um quilômetro. A obra, que deve ser concluída em até 15 dias, representa um investimento de cerca de R$ 210 mil. Na primeira noite do recapeamento, quando foi realizada a fresagem (retirada do asfalto antigo para colocar o novo), o prefeito Geraldo Julio esteve no local para vistoriar a obra.

Desde o início de setembro, as obras de pavimentação da Operação Verão 2015 já estão pelas ruas da cidade. Para dar conta das ações, a Prefeitura do Recife mobilizou 6 equipes de recapeamento, com 120 homens; 9 equipes de tapa-buracos, com 45 trabalhadores; 12 equipes para os serviços de paralelepípedos, com 72 trabalhadores; e 20 homens trabalhando na troca das placas de concreto. No total serão 257 trabalhadores, divididos em 27 equipes de trabalho, que atuam juntos na Operação Verão 2015. Todos os serviços são realizados à noite, para minimizar os impactos no trânsito.

Arquivado em: destaque, Recife

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Edmar Lyra

Jornalista político, foi colunista do Diário de Pernambuco e da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco e CEO do instituto DataTrends Pesquisas. DRT 4571-PE.

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