Após a vitória de Jarbas Vasconcelos contra Miguel Arraes em 1998, a então União por Pernambuco parecia que iria mandar e desmandar em Pernambuco por muitos anos. Porém, na disputa pela Prefeitura do Recife em 2000, o então prefeito Roberto Magalhães cometeu diversos equívocos e colocou, pela primeira vez, um operário no poder, deixando que João Paulo fosse alçado a condição de liderança política das esquerdas em Pernambuco.
Com a reeleição de Jarbas e vitória de Lula a nível nacional, imaginava-se que o prefeito da capital pernambucana continuaria forte pelo cargo que ocupava e pela dimensão eleitoral atingida em situações completamente adversas. Foi reeleito em 2004 depois de amargurar baixos índices de aprovação contra Cadoca e Joaquim Francisco no primeiro turno.
Quis ser candidato a governador em 2006, e seria o candidato natural do PT pelo status obtido, mas foi rifado para dar lugar a Humberto Costa que ficou em terceiro lugar naquela eleição vencida por Eduardo Campos. Por conta dessa disputa interna, João Paulo decidiu empurrar goela-abaixo um desconhecido, que era vendido como auxiliar leal e competente, sendo fiador do sucesso da gestão de João Paulo. João da Costa foi escolhido e eleito no primeiro turno graças a força do então prefeito do Recife.
Imaginava-se que depois de mostrar tanta força política, o ex-prefeito do Recife seria alçado a condição de ministro de estado por Lula, fato que não ocorreu. O ex-prefeito rompera com sua criatura e aceitou o cargo de secretário do governador Eduardo Campos. Cometendo um dos maiores equívocos da sua vida. Ficou tão claro que João Paulo errou que ele em poucos meses entregou o cargo.
Se não tivesse errado tanto, teria sido o nome da Frente Popular para o Senado, afinal já tinha mostrado força eleitoral para contribuir efetivamente com o projeto da Frente Popular. Mais uma vez foi rifado pelo PT e pela Frente que faz parte, teve que se contentar com um mandato de deputado federal.
Em meados de setembro de 2011, o deputado petista cometeu mais um erro consideravel por conta do medo de arriscar. Decidiu ficar no PT, tendo convites do PV, PMDB e muitos outros partidos para se lançar na disputa desse ano.
Podia-se imaginar que João Paulo seria o nome do PT e da Frente caso João da Costa não se recuperasse nas pesquisas. Mesmo sendo o candidato mais competitivo, João Paulo está mais uma vez rifado. Como se não bastasse tamanho desrespeito, o deputado João Paulo se humilha ao anunciar o apoio a Maurício Rands.
Engana-se quem pensa que ele agiu de maneira coerente. O deputado cavou sua sepultura política, que já vinha sendo aberta desde que saiu da PCR em janeiro de 2009.
O que dirá João Paulo aos eleitores que João não é mais João? O que dirá aos eleitores o motivo de apoiar Maurício Rands sendo o candidato mais competitivo do PT?
A melhor alternativa seria a neutralidade e buscar novos horizontes a partir de 2013. Agindo assim, preservava seu patrimônio eleitoral e político e poderia ser um nome visando eleições futuras.
Da forma como agiu, está no limbo e jamais voltará a ser protagonista em Pernambuco.