
É abruptamente perceptível que, após a encampação completa da tecnologia na vida da população mundial, as atividades realizadas diariamente jamais serão as mesmas, desde a implementação do famoso teletrabalho, ou como dizem “home-office”, relações interpessoais por meio de redes sociais ou meios telemáticos e até mesmo pela total adesão nas mais diversas maneiras de compras online previstas no mercado. Não diferente foi no mercado da advocacia, que gritava fortemente por mudanças, e que de maneira singela vinha buscando trazer a massa o benefício da cultura do advogado preventivo, evitando que os problemas se tornem realidade, ou mesmo dos resultados mais efetivos por parte das legislações aplicáveis.
Baseando-se nessa premissa, atrelada as inovações trazidas nesta nova era, os próprios legisladores foram se adaptando, e por conseguinte, entendendo que os ordenamentos legais também careciam de mudanças, trazendo consigo substanciais transformações, resultando no boom quanto a efetiva prestação extrajudicial. Alterações estas que estão presentes nas leis trabalhistas, nas inúmeras mudanças do código de processo civil, leis de registro, código civil e outras inúmeras, afastando o cidadão da judicialização, visando o
resultado mais útil.
Em decorrência desses fatores, a busca pela atuação dos advogados na esfera extrajudicial, visto a efetividade quanto ao cumprimento dos atos, recebimento de honorários e exponencialidade do negócio. Desde o mercado para regulamentação imobiliária, cujo sempre foi solucionado pelos meios cartoriais, caminhando para os divórcios, no direito de família, acordos realizados na justiça do trabalho, e a total
aceitação dos meios adequados para resolução de conflitos, tendo como protagonistas a conciliação e mediação, e, sem esquecer de todas as modalidades do direito digital e compliance, outrora mais tímido, fazendo parte integrante na vida de qualquer empresário.
A criação das startups, ou como no mercado se intitula, as “lawtechs”, fizeram com que muitos profissionais das mais diversas áreas se dedicassem ao crescimento exponencial através de empresas de tecnologia, com finalidade jurídica, trazendo assim soluções para muitos gargalos existentes aos advogados, como pela oferta na prestação de serviços pelo meio online. Mais um benefício do crescimento desse mercado, é perceptível ver que a mentalidade do empresário mudou, e logicamente para melhor, já que deixaram de entender na sua maioria, que possuir um advogado contratado mensalmente atrai um benefício notável para sua empresa, já que um bom
profissional, encampado na resolução de conflito, talhado nas técnicas de compliance jurídico, colaborativo, conhecedor dos riscos do negócio, atrai total segurança para que o empreendedor siga na sua atividade principal, sem a menor preocupação quanto as decisões que toma diariamente.
Voltando para o ponto central do assunto, deveras estamos próximos de uma suposta saturação do mercado voltado para o serviço extrajudicial, do contrário, a cada dia mais caminhos se forma, prosperas áreas surgem, e como resultado, uma gama de prospectos clientes nascem. Logo, apesar de uma corrente fortíssima para a super especialidade do profissional do direito, existe um mercado diverso, abrangente de muitas áreas, algumas delas que apenas necessitam de um profissional capacitado, com atributo da colaboratividade, empatia, atrelado ao bom instinto do jurista, preparado para se debruçar na dor do cliente, buscando o meio menos custoso e mais efetivo, sem maiores firulas.
Jaime Dantas – Sócio do Jaime Dantas advocacia e negócios jurídicos



