
Um dia depois de ser ameaçada pelo deputado bolsonarista Alberto Feitosa (PL), a codeputada das Juntas (PSOL) decidiu acionar a Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para pedir a cassação do parlamentar por quebra de decoro. As Juntas também devem registrar um boletim de ocorrência contra o deputado e entrar com uma representação no Ministério Público pela ameaça. A codeputada não descarta a possibilidade de pedir proteção política, até porque essa não é a primeira vez que sofre esse tipo de violência por parte de Feitosa.
Durante a sessão desta quarta–feira (01/06), muitos parlamentares – como Teresa Leitão (PT), João Paulo (PT) e José Queiroz (PDT) – se solidarizaram à codeputada diante do ocorrido na sessão do dia anterior. Tony Gel (PSB) também criticou o tom do parlamentar e afirmou que não era prática do Legislativo esse tipo de conduta.
A ameaça de Alberto Feitosa a Jô Cavalcanti aconteceu na de terça-feira, 31 de maio, depois da codeputada, durante sessão remota, fazer críticas ao governo Bolsonaro por ter cortado verbas de programas habitacionais, potencializando as tragédias vivenciadas por muitas famílias que perderam casas e vidas devido as fortes chuvas que caíram em Pernambuco nos últimos dias.
Na sequência da fala da parlamentar, Feitosa saiu em defesa do presidente e, depois, fez alusão à arma de fogo que usa cotidianamente na Assembleia e como poderia usá-la. Dirigindo-se diretamente a Jô Cavalcanti, o deputado afirmou que a arma que estava ali não era para ser guardada. “A arma está aqui, na minha cintura, para ser usada, (para) quem tentar violar a minha integridade física, a integridade da minha família ou tentar invadir a minha residência. A senhora entendeu?”, disparou, acrescentando que “a arma foi feita para isso. Não foi feita para ser guardada” e que “arma não mata, quem mata são as pessoas”. Termina pedindo para a deputada “não ter ojeriza a arma.”
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