Em curso de tiro organizado pelo Coronel Meira que reuniu muitos nomes da política nacional, dois pré-candidatos à prefeito do Recife chamaram a atenção pela proximidade: Coronel Alberto Feitosa e Marco Aurélio. Ambos defensores do presidente Jair Bolsonaro, falavam que iam endireitar o Recife. Seria esse um aceno para a formação de uma chapa na oposição?
Feitosa tem o apoio de Roberto Jefferson – Presidente Nacional do PTB, além do Patriotas, que aqui no estado é comandado pelo Deputado Federal Pastor Eurico, representante da Assembleia de Deus. A proximidade de Feitosa com o presidente Jair Bolsonaro é de longa data, desde 1988, ano em que Bolsonaro disputou e venceu a sua primeira eleição para vereador na cidade do Rio de Janeiro. Na ocasião, o Coronel Alberto Feitosa foi seu cabo eleitoral, pois morava na cidade e servia na Escola de Equitação do Exército, em Realengo.
Já Marco Aurélio é do mesmo partido do vice-presidente General Mourão, o PRTB, e tem seu apoio para a candidatura na capital pernambucana. Se ambos fizessem uma aliança, seria a formação de uma chapa bolsonarista pura, já que são os únicos pré-candidatos que declaram publicamente que defendem o Presidente Bolsonaro e as suas idéias.
Caso isso aconteça, cairia no colo de André Ferreira – presidente estadual do PSC (partido de Feitosa) – mais uma aliança e aumentaria as chances do Coronel vencer as eleições, tirando a hegemonia de 20 anos da esquerda na prefeitura do Recife. De quebra, resolveria um problema importante para 2022, tornando o seu grupo político o mais influente em todo o estado de Pernambuco. Para ele atingir este objetivo, precisa dar este passo, lançando candidatura própria do grupo. Com este gesto, certamente o Presidente Bolsonaro ficará agradecido, já que num momento em que ele está crescendo no Nordeste, não ter um candidato para empunhar as suas bandeiras não será visto com bons olhos pelo Planalto.
Outro ponto chave para alcançar esta meta e é uma análise consensual nos bastidores, é necessário entender que apoiar Mendonça ou Daniel, na prática, é entregar de mão beijada a eleição municipal para o PSB ou PT, porque sem um candidato bolsonarista, não há chances de se quebrar a hegemonia da esquerda e o segundo turno será disputado entre o João Campos e a Marília Arraes. Em tese, o destino para quebrar este ciclo da esquerda no Recife e em Pernambuco está nas mãos do PSC. Caso o PT e PSB vençam a disputa na capital pernambucana, a eleição presidencial de Bolsonaro em 2022 aqui no n
Nordeste ficará comprometida, já que não teria solidificada uma plataforma que deveria ser construída nesta eleição municipal.
Para Bruno Soller, “um dos importantes ativos para a direita do Recife é o apoio do presidente Bolsonaro. Uma candidatura que dialogue com o bolsonarismo pode ser um fato novo, que encare de frente a polarização que existe, hoje, à esquerda entre João Campos e Marília Arraes”, disse o estrategista político.


