O deputado Eduardo da Fonte no auge do mensalinho que culminou na cassação de Severino Cavalcanti era um mero assessor do então presidente da Câmara dos Deputados em 2005. A sua única “prerrogativa” na política era o fato de ter sido genro do ex-governador Carlos Wilson.
Como na vida de maneira geral é importante estar no momento certo e no lugar certo, Dudu da Fonte decidiu então disputar em 2006 um mandato de deputado federal. Naquela eleição alcançou 110 mil votos e foi eleito para o seu primeiro mandato.
Um jogador como poucos do bastidor da política, foi se cacifando como liderança política e presidente estadual do PP. Mantendo diálogo aberto com todas as correntes mas sem se comprometer com ninguém foi construindo a sua imagem de mente brilhante da política pernambucana.
Recentemente entregou todos os cargos que seu partido ocupava no governo Eduardo Campos quando um aliado seu foi flagrado num escândalo de corrupção. O que de lá pra cá trouxe uma certa independência ao progressista.
Antes disso conseguiu a façanha de alcançar 330 mil votos pra deputado federal, perdendo apenas para Ana Arraes que naquela eleição de 2010 era tida como favoritíssima. O homem da conta de luz conseguiu uma fonte inesgotável de votos.
Ser deputado não era lá mais seu objetivo, pretendia ser senador, mas ele não iria entrar em bola dividida. Afagou Lula e Armando o quanto pôde para mostrar ao seu xará, o governador, que ele estava ali.
O PP faz parte de uma engenharia que pode configurar no fiel da balança para a viabilidade da candidatura de Armando Monteiro a governador. Para entrar em bola dividida, Dudu da Fonte vai preferir a reeleição, mas ser o senador do xará dele aqui em Pernambuco hoje é mais atrativo do que ser o “senador de Lula”.
Ele já se deu conta disso. Além do mais, possui grande interlocução com um dos maiores aliados políticos de Eduardo Campos que é o prefeito de São Lourenço da Mata Ettore Labanca.
O PP saindo da chapa de Armando Monteiro praticamente implodiria o projeto do trabalhista para as eleições de outubro, que teria apenas o PT como forte aliado do seu projeto.
Além do mais, sua indicação como o senador de Eduardo facilitaria a divulgação do seu nome. O xará Campos ficaria praticamente na chapa e os desavisados poderiam votar no Da Fonte pensando que estariam votando no governador.
A jogada é inteligente, mas falta combinar com os russos, leia-se Jarbas Vasconcelos e Fernando Bezerra Coelho.
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