O presidente do Porto de Suape, Armando Monteiro Bisneto, reuniu a imprensa no restaurante Vasto para um balanço detalhado da gestão, marcado por crescimento operacional, obras estruturantes e a consolidação do complexo como um dos maiores polos logísticos e industriais do país. Em 2024, Suape movimentou 24,8 milhões de toneladas de cargas — alta de 3,6% em relação a 2023 — e registrou 1.628 atracações, aumento de 7,9%. A operação de contêineres também avançou, com crescimento de 23,9%, totalizando 646,8 mil TEUs. De janeiro a outubro de 2025, o porto já soma 19,6 milhões de toneladas operadas.
Ao completar 47 anos em novembro de 2025, Suape acumulou R$ 74,5 bilhões em investimentos privados ao longo de sua história, reunindo 90 empresas e gerando mais de 30 mil empregos. Esse desempenho é impulsionado pela localização estratégica, infraestrutura moderna e ampliação de tecnologias para dar mais agilidade às operações.
Entre as principais obras, destaca-se a dragagem do canal externo, homologada pela Marinha do Brasil, que garantiu profundidade de 20 metros e maior competitividade para receber embarcações de grande porte, como navios Suezmax. O investimento foi de R$ 140 milhões. Já a dragagem do canal interno, iniciada em agosto de 2025, conta com aporte de R$ 217 milhões e permitirá a operação de porta-contêineres de até 366 metros de comprimento, além de ampliar o calado operacional do porto.
O molhe de abrigo também passa por sua última etapa de recuperação, com investimento de R$ 123 milhões. As obras já concluíram quase 30% dos serviços e reforçarão a segurança das operações de granéis líquidos. Além disso, o complexo iniciou novos empreendimentos estratégicos, como o terminal de contêineres 100% eletrificado da APM Terminals, com investimento de R$ 2,2 bilhões e previsão de movimentar mais de 1,3 milhão de TEUs quando estiver em plena operação.
O Senai Park inaugurou um novo ciclo de inovação no porto, reunindo empresas como Stellantis, Baterias Moura e Siemens, que já investem R$ 100 milhões em projetos tecnológicos, com mais R$ 200 milhões em captação. Outro destaque foi a expansão da fábrica da Aché, que receberá R$ 267 milhões para ampliar sua planta e elevar a produção anual para 40 milhões de unidades.
Na área de granéis sólidos, o Terminal de Granéis Sólidos (TGSS) terá investimento de R$ 59,8 milhões, enquanto novas propostas foram encaminhadas ao Ministério dos Portos para a construção dos cais 6 e 7, com previsão de R$ 600 milhões em investimentos. O porto também abrigará um Terminal de Regaseificação de GNL no Cais de Múltiplos Usos, iniciativa avaliada em R$ 320 milhões.
A área de combustíveis recebeu reforços significativos: o Pool de Suape ampliou sua capacidade para 247 mil m³ após investimento de R$ 272 milhões, tornando-se o maior terminal administrado pela Vibra no país. A Ultracargo também anunciou expansão de R$ 155 milhões para ampliar sua tancagem de combustíveis.
A transição energética é um dos pilares estratégicos de Suape. Duas fábricas de e-metanol serão construídas no complexo — uma da Danish European Energy e outra da GoVerde — totalizando R$ 4 bilhões em investimentos. Ambas vão produzir combustível verde para atender à crescente demanda do setor marítimo internacional. O TecHub de Hidrogênio Verde, que entrará em operação em 2025, reforça essa vocação sustentável.
Suape também fortalece sua conexão global com a Ásia. Em novembro de 2024, o porto inaugurou rota regular com navios New Panamax de 366 metros, ampliando a competitividade para exportadores e importadores. No setor automotivo, o hub de veículos ganhou reforço com a operação da BYD, que se junta à Stellantis na movimentação de carros híbridos e elétricos.
O complexo também receberá o Latitude Suape, projeto imobiliário da Casa Orange em parceria com a Marriott, que inclui hotel, torre empresarial e mall, com entrega prevista para 2026. Outro marco foi o avanço da criação da Zona de Processamento de Exportação de Pernambuco (ZPE), que terá investimentos estimados de R$ 271,5 milhões e foco em atração de indústrias da economia verde.
Na área ambiental, Suape mantém 59% do seu território destinado à preservação ecológica e 8 mil hectares de Mata Atlântica protegidos. O viveiro florestal do complexo tem capacidade para produzir 450 mil mudas por ano, reforçando o compromisso com a sustentabilidade. Em 2024, o porto foi reconhecido com os prêmios de melhor gestão portuária do país e melhor desempenho ambiental entre os portos públicos.
Com números robustos, obras estratégicas e forte agenda verde, o Porto de Suape encerra 2025 reafirmando seu papel como principal plataforma logística, energética e industrial do Nordeste, abrindo caminho para um novo ciclo de investimentos e competitividade global.
