
A disputa pelo comando de Pernambuco em 2026 já começa a se desenhar a partir da força política dos prefeitos dos 20 maiores colégios eleitorais, que juntos concentram cerca de 65% do eleitorado do Estado, segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE). O cenário atual mostra uma divisão clara entre os dois principais grupos que devem polarizar a sucessão estadual: o do prefeito do Recife, João Campos (PSB), e o da governadora Raquel Lyra (PSD).
João Campos entra na corrida com uma ampla frente de apoio entre prefeitos de cidades estratégicas, tanto na Região Metropolitana quanto no Interior. Estão alinhados ao socialista os gestores de Recife, Petrolina, Cabo de Santo Agostinho, Vitória de Santo Antão, Garanhuns, Ipojuca, São Lourenço da Mata, Abreu e Lima, Goiana, Serra Talhada e Araripina. Juntas, essas 11 cidades somam cerca de 3,2 milhões de eleitores, o equivalente a 45% do eleitorado pernambucano, formando a base mais expressiva entre os grandes municípios.
No campo adversário, a governadora Raquel Lyra, agora filiada ao PSD, mantém sob sua influência as prefeituras de Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Caruaru, Paulista, Camaragibe, Gravatá, Santa Cruz do Capibaribe, Belo Jardim e Igarassu. Esses nove municípios representam aproximadamente 20% do total de eleitores do Estado, com destaque para Jaboatão, segundo maior colégio eleitoral de Pernambuco, que possui quase 490 mil votantes. A força de Raquel se sustenta em polos urbanos da Região Metropolitana e em redutos do Agreste, onde o PSD e aliados mantêm presença consolidada.
Com os grandes colégios eleitorais praticamente divididos entre João Campos e Raquel Lyra, a eleição estadual de 2026 tende a ser uma das mais equilibradas da história recente. De um lado, o prefeito do Recife aposta na capilaridade municipal e no peso político do PSB; do outro, a governadora conta com a estrutura do governo, a reorganização do PSD e o prestígio de gestora para defender a reeleição. No centro dessa disputa estão mais de 4,5 milhões de eleitores, distribuídos nas cidades que, mais uma vez, devem decidir o futuro político de Pernambuco.



