Candidatura de João Paulo não é competitiva
Nos últimos dias a candidatura de João Paulo a prefeito do Recife nas eleições de outubro voltou a ganhar força para ocorrer. Um dos motivos é a absoluta falta de quadros do PT para a disputa e como as chances são poucas, o senador Humberto Costa já tirou o time de campo. Aliados têm fustigado João Paulo a se aventurar em mais uma majoritária por considerar os vinte pontos de intenção de voto do ex-prefeito nas pesquisas.
João Paulo hoje ocupa a superintendência da Sudene, um prêmio de consolação por ter disputado e perdido o Senado em 2014. Apesar de ser um órgão politicamente pouco relevante e financeiramente pouco atrativo, não deixa de ser um espaço de poder que o ex-prefeito pode contar. Uma vez ocupando o cargo até 2018 terá condições suficientes para construir sua candidatura a deputado federal em 2018, já desistindo da autarquia federal, se sair derrotado na disputa, pode não conseguir voltar para o cargo, e dificultar ainda mais a sua volta à Câmara dos Deputados.
Quando se olha uma pesquisa, não deve se ater apenas as intenções de voto do candidato, e sim variáveis como rejeição, índice de conhecimento do eleitor, conjuntura partidária, etc. Hoje João Paulo é conhecido por praticamente 100% do eleitorado recifense, tendo disputado uma eleição majoritária em 2014, mesmo assim ele só alcança 20% de intenções de voto, que cheiram a recall, e o pior: a teto.
Como se não bastasse a relação conhecimento/intenção de voto que é negativa para o petista, há duas variáveis que certamente contribuirão para uma desidratação de João Paulo na disputa caso ele seja mesmo candidato. A primeira é a questão do fracasso da gestão de João da Costa, que foi apoiado por João Paulo e saiu amplamente rejeitado pelos recifenses. Inexoravelmente haverá uma associação do eleitor entre João da Costa e João Paulo, e se não acontecer de imediato, haverá forte exposição dos adversários do petista sobre o tema a fim de prejudicá-lo.
A outra variável configura a elevada rejeição do eleitorado aos candidatos do PT por conta do desgaste dos treze anos do governo federal e pior, do desarranjo da economia patrocinado por Dilma Rousseff, que certamente implodirão qualquer perspectiva de candidatos petistas em eleições majoritárias nas principais cidades do país. Caso seja mesmo candidato desconsiderando esses fatores, João Paulo corre o risco de repetir o desempenho de Cadoca em 2008 e de Mendonça Filho em 2012, que insistiram no recall das pesquisas e acabaram com apenas um dígito nas urnas.
PEN – Controlando o diretório estadual do PEN indicando o presidente e pré-candidato a prefeito de Orobó, o empresário Romero Cavalcanti tem recebido elogios pela montagem do partido no estado. Com uma visão empresarial aguçada, Romero tem feito o partido crescer em todo o estado, tendo montado 65 comissões provisórias e apresentando candidatos competitivos a prefeito nas cidades do interior em outubro.
Força – O prefeito Geraldo Julio deverá montar a maior frente partidária já vista numa disputa pela prefeitura na história. Em 2012 Geraldo conseguiu o apoio de quatorze partidos, para 2016 esse número pode chegar perto de vinte legendas. Em 2014 o governador Paulo Câmara foi eleito com o apoio de 21 partidos, configurando assim a maior frente partidária da história de Pernambuco.
Vice – Caso o PDT não integre a coligação do prefeito Geraldo Julio, há uma forte possibilidade do partido indicar a vereadora Isabella de Roldão para a vaga de vice-prefeita na chapa encabeçada pelo deputado Sílvio Costa Filho (PTB). Isabella tem se destacado por fazer marcação cerrada à gestão do PSB no Recife, assim como o petebista faz na liderança da oposição ao governador Paulo Câmara na Alepe.
Comando – O vice-presidente da República Michel Temer está correndo sérios riscos de perder o comando do PMDB na convenção marcada para março. É que o presidente do Senado Renan Calheiros tem trabalhado para defenestrá-lo do cargo e indicar o também senador Romero Jucá. O PMDB de Pernambuco, presidido pelo vice-governador Raul Henry, deverá apoiar a recondução de Temer ao cargo.
RÁPIDAS
Prévias – A peculiar indefinição tucana levou o partido a realizar prévias para escolher o candidato do partido a prefeito de São Paulo em outubro. Os pré-candidatos a prefeito Andrea Matarazzo, João Dória e Ricardo Trípoli disputarão a indicação tucana no dia 28 de fevereiro.
Indecisão – Após romper com o PSB por ter sua candidatura a deputada federal vetada por Eduardo Campos, a vereadora Marília Arraes virou oposição ferrenha ao prefeito Geraldo Julio, de quem foi secretária de Juventude e Qualificação. Prestes a encerrar o prazo de filiação, Marília nem se desfiliou do PSB e muito menos definiu para qual partido irá.
Inocente quer saber – Lucas Ramos aceitará a secretaria de Agricultura para desistir de disputar a prefeitura de Petrolina?