O prefeito do Recife, João Campos (PSB), caminha para consolidar uma das maiores alianças políticas do estado em sua possível candidatura ao governo de Pernambuco em 2026. A vitória de Raul Henry na disputa interna do MDB neste sábado (24) fortaleceu o entorno político de Campos e ampliou sua margem de articulação com os principais partidos da cena nacional.
Com o apoio de siglas como a federação PT–PCdoB–PV, União Brasil–PP (que integram a chamada União Progressista), MDB, Republicanos e PDT, João Campos reúne agora uma coalizão que, somada, representa 294 dos 513 deputados federais — aproximadamente 57% da Câmara dos Deputados. Esse respaldo não apenas reforça o poder de mobilização de Campos, como também garante à sua possível candidatura a maior fatia do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.
Os números são significativos: juntos, esses partidos teriam direito a cerca de 6 minutos e 43 segundos de um eventual bloco de 10 minutos de propaganda — um tempo de exposição considerado decisivo em disputas majoritárias. A força da coligação transcende o aspecto formal e reflete o esforço de Campos em construir uma frente política de centro e centro-esquerda, com apelo popular e capilaridade nacional.
Nas redes sociais e em eventos internos, lideranças dessas legendas já sinalizam alinhamento com o projeto. O próprio Raul Henry, reeleito presidente do MDB estadual, declarou publicamente apoio à candidatura de João Campos ao Palácio do Campo das Princesas. A movimentação é vista como contraponto à governadora Raquel Lyra (PSD), que também se articula para a reeleição.
Além da base partidária, Campos conta com o prestígio de sua gestão na capital e com a interlocução com o governo federal, especialmente junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), parceiro de primeira hora na aliança nacional entre PT e PSB. A expectativa é de que esse conjunto de apoios seja formalizado nos próximos meses, com foco em uma candidatura que una força política, tempo de mídia e base parlamentar sólida.
Caso confirmada, a postulação de João Campos ao governo de Pernambuco terá como trunfo não apenas sua popularidade no Recife, mas a robusta máquina política que começa a se desenhar em torno de seu nome.




