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Postado por Edmar Lyra às 9:15 am do dia 14 de junho de 2023

O recado de Alcolumbre para Lula às vésperas da sabatina de Zanin

Foto: Divulgação

O apoio de Cristiano Zanin para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) vai além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contando com o respaldo importante de Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Alcolumbre não apenas marcou a sabatina de Zanin para o próximo dia 21, mas também está confiante de que a aprovação do advogado de Lula seja praticamente garantida. Essa certeza é compartilhada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, que afirmou que um presidente não indicaria alguém sabendo que o Senado iria rejeitá-lo. Em toda a história do tribunal, apenas cinco indicações do chefe do Executivo foram derrubadas, durante o governo de Floriano Peixoto.

Diante desse contexto, Alcolumbre já está direcionando seu jogo para a próxima etapa, de olho na vaga que será aberta em outubro com a aposentadoria da presidente da Corte, Rosa Weber. Durante uma recente conversa com Lula, o senador prometeu ajudar Zanin a angariar votos. No entanto, Alcolumbre é conhecido por cobrar seus favores com insistência. Além de buscar cargos em repartições poderosas como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a Caixa e a Secretaria de Patrimônio da União, entre outros, ele deseja transformar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em ministro do STF até o final deste ano.

Embora o PT esteja pressionando Lula a escolher uma mulher, Alcolumbre está trabalhando arduamente para promover Pacheco. Se Lula concordar, Pacheco terá que renunciar à presidência do Senado. Nesses casos, o regimento prevê uma nova eleição para a presidência da Casa. Não é difícil imaginar que Alcolumbre já está articulando seu retorno a esse cargo. Seu objetivo é permanecer no posto por cinco anos e, se necessário, até mesmo mudar para o PSD de Pacheco, atualmente o partido com mais senadores.

Sendo influente na distribuição de emendas parlamentares, o padrinho de Zanin e Pacheco sabe que terá que recorrer cada vez mais a esses expedientes para ganhar apoio. Renan Calheiros (AL), líder da Maioria e ex-presidente do Senado, afirmou que “com eleição extraordinária ou não, o MDB terá um candidato”, sem confirmar nem negar sua própria entrada na disputa. Isso poderia reeditar a disputa de 2019, quando Renan renunciou, acusando Alcolumbre de assumir o papel de Golias?

Se tudo ocorrer conforme o planejado e Alcolumbre conseguir um mandato-tampão até 2025, ele pretende buscar a recondução ao cargo. Em 2021, sua própria candidatura foi barrada porque a reeleição na mesma legislatura é proibida. No entanto, o cenário agora é diferente. Pacheco foi eleito e há o precedente de Rodrigo Maia, que “herdou” a presidência da Câmara dos Deputados de Eduardo Cunha em 2016 e foi reeleito por mais duas vezes.

É por todas essas razões que, em contraste com sua postura de dois anos atrás, quando segurou a sabatina do evangélico André Mendonça por cinco meses, indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro, Alcolumbre está apoiando abertamente Zanin. No entanto, em Brasília, as dívidas políticas costumam ser cobradas. Resta saber se Lula irá pagá-las ou esperar pelo troco do Centrão.

Esse jogo político envolvendo Zanin, Alcolumbre, Pacheco e outros atores importantes no cenário nacional é um exemplo do jogo de interesses e alianças que ocorre nos bastidores da política brasileira. A busca por cargos, influência e poder é uma constante, e os acordos e negociações nem sempre são transparentes.

À medida que as movimentações políticas se desenrolam, é importante que a sociedade esteja atenta aos processos democráticos e exija transparência e responsabilidade por parte de seus representantes. A escolha de membros do STF e a ocupação de cargos públicos de grande relevância devem ser baseadas em critérios de competência, imparcialidade e comprometimento com o bem comum.

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Edmar Lyra

Jornalista político, foi colunista do Diário de Pernambuco e da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco e CEO do instituto DataTrends Pesquisas. DRT 4571-PE.

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