
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve que intervir para negociar um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a fim de garantir a votação e aprovação da MP da Esplanada na noite de quarta-feira (31/5). A medida precisa ser apreciada pelo Senado até quinta-feira (1º/6), e essa vitória suada evitou a perda de 17 ministérios e o retorno à configuração deixada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A MP 1.154/2023 finalmente foi aprovada no final da noite, com 337 votos a favor, 125 votos contra e 1 abstenção.
Lula e Lira tiveram uma conversa. Nos bastidores, há informações de que o presidente da Câmara solicitou o controle do Ministério da Saúde, além das pastas geridas pelo União Brasil: Ministérios das Comunicações, do Turismo e da Integração.
O MDB, por sua vez, está pressionando pelo Ministério da Agricultura, atualmente ocupado pelo PSD. O governo também se comprometeu em liberar emendas – na quarta-feira, disponibilizou mais R$ 1,7 bilhão – e acelerar o processo de nomeação e definição de cargos ainda não preenchidos.
Segundo informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, o presidente Lula também instruiu seus ministros a acelerar a nomeação de cargos em níveis mais baixos. Ele está considerando realizar uma reforma para entregar ministérios a partidos como Republicanos e PP, que não estão no governo atualmente, e redistribuir as pastas do União Brasil.
Lira e líderes de partidos não alinhados ao governo estão em uma ofensiva para aumentar seu poder de negociação com o Executivo. Isso coloca sob pressão os assessores de Lula responsáveis pela relação com o Congresso e pela articulação política.
Os ministros Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, e Rui Costa, da Casa Civil, estão enfrentando uma pressão cada vez maior. O ministro Paulo Pimenta, chefe da Secretaria de Comunicação do Planalto, também está sendo pressionado, mas não por políticos independentes, e sim por aliados do governo, como o deputado federal André Janones (Avante-MG).



