O dia de ontem ficou marcado pela vitória de Rodrigo Novaes, eleito como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, onde ficará na função até 2056, portanto, por nada menos que 33 anos. Rodrigo chegou à Alepe em 2010, após uma tentativa em 2006 e ser vice-prefeito de Floresta em 2008. A cada eleição foi ampliando seus votos e crescendo também politicamente.
Eleito pela primeira vez pelo PTC, Rodrigo foi filiado ao PSD e atualmente estava no PSB, em 2018 foi escolhido secretário de Turismo de Paulo Câmara, o que seria uma dádiva pelo fato de ser a primeira experiência no executivo acabou prejudicada pela pandemia, uma vez que sua área foi a mais afetada. Mesmo assim, aproximou-se ainda mais do governador Paulo Câmara e se tornou um soldado do PSB.
Seu estilo combativo gerou desafetos dentro da Casa de Joaquim Nabuco, mas o que parecia algo impossível até então, tornou-se real após o segundo turno da disputa pelo governo de Pernambuco. Rodrigo apoiou Raquel Lyra no segundo turno e foi o principal articulador para formar uma base de sustentação para a governadora. Foi a partir da sua ideia que surgiu o movimento que levaria Álvaro Porto à presidência da Alepe. Este movimento possibilitou também a vitória de Gustavo Gouveia para a primeira-secretaria e uma unidade da Casa de Joaquim Nabuco até então jamais vista.
Rodrigo é de longe um dos melhores deputados da Casa de Joaquim Nabuco, bom orador, bom articulador, combativo e de posição firme em torno de seus projetos. Sua fidelidade ao PSB e ao presidente Álvaro Porto ajudou a dissipar eventuais insatisfações entre os seus antigos pares. Ontem, eleito com 30 votos para o TCE, a contragosto do Palácio do Campo das Princesas, vale salientar, Rodrigo subiu de patamar na condição de articulador político. Chega ao TCE com apenas 42 anos, terá mais de trinta anos na condição de conselheiro daquela corte de contas.
Em 1990, seu pai, o ex-deputado Vital Novaes, foi derrotado por Carlos Porto para a vaga de conselheiro no TCE. Naquela ocasião, o então presidente da Alepe, Osvaldo Rabelo, foi determinante para que Porto fosse escolhido em detrimento de Novaes. A nomeação acabou sendo do então governador Carlos Wilson. Quis o destino que o irmão de Carlos, Álvaro, na presidência da Alepe, assim como Rabelo naquela época, viabilizasse Rodrigo, o filho de Vital, para o TCE. Certamente, Rodrigo cresceu sob a frustração de expectativa de seu pai de não ter sido conselheiro do TCE, quase 33 anos depois, a reparação foi feita.
Ganha o TCE, com a chegada do qualificado e combativo Rodrigo Novaes, ganha a Alepe pela volta de um deputado querido como Diogo Moraes, e ganha o presidente Álvaro Porto, que mais uma vez consolidou sua liderança dentro da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Rodrigo fará falta à Alepe, mas não só isso, fará falta à política, pois tinha envergadura para ser deputado federal na próxima eleição e até mesmo num futuro próximo sonhar com voos mais altos, mas sem sombra de dúvidas, Rodrigo Novaes encerra um ciclo e coloca seu nome na história da Assembleia Legislativa de Pernambuco como um dos melhores parlamentares que passaram pela Casa nos últimos anos.
