A Justiça suíça coloca condições para a devolução do dinheiro bloqueado em nome do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Os mais de US$ 23 milhões estão congelados desde abril em cinco contas na Suíça e os operadores do esquema da Petrobrás estão sendo investigados por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público do país europeu. O Brasil, se quiser o dinheiro de volta, terá de dar garantias de que os recursos não retornarão ao suspeito e nem a outras empresas ou pessoas, ficando exclusivamente para o Estado.
Nesta semana, uma delegação de procuradores brasileiros que trabalham na Operação Lava-Jato está em Lausanne revisando documentos e movimentações bancárias colhidas pela Justiça suíça. O acesso aos documentos ocorreu nos escritórios do Ministério Público suíço e continuará nesta quarta, 26. Os procuradores Delton Dallagnol e Orlando Martello querem um acordo para acelerar a repatriamento de US$ 23 milhões depositados em nome de Costa, que já declarou aceitar o retorno dos recursos.
Mas, pela lei suíça, recursos bloqueados apenas são enviados ao país de origem se a Justiça que o investiga condena o suspeito em última instância. Para complicar o caso, os próprios suíços o investigam por lavagem de dinheiro, o que poderia resultar em cinco anos de prisão ao brasileiro. Nesta semana, a negociação envolve justamente as condições de devolução dos recursos.



