O Progressistas, partido liderado em Pernambuco pelo deputado federal Eduardo da Fonte, vai construindo aos poucos o lançamento de uma candidatura própria a prefeitura do Recife em 2020. Em análises internas, o nome mais forte para a disputa é o do deputado estadual Romero Albuquerque.
Eleito com 29.262 votos, Albuquerque é representante da causa animal no legislativo e teve uma forte atuação nas redes sociais durante a eleição de 2018. Parte expressiva do seu eleitorado veio do Recife. Por isso, os membros do PP acreditam na força do parlamentar para encabeçar uma disputa municipal.
Apesar de compor a base do governo na Alepe, Romero Albuquerque se autointitula independente e se posiciona de maneira crítica ao governo Paulo Câmara. A gestão de Geraldo Júlio, no Recife, também não é poupada. Ex-vereador do Recife, Albuquerque diz conhecer de perto as limitações do governo socialista na capital do estado. Questionado sobre o que o motiva a disputar as eleições, ele aponta a necessidade do Recife viver uma nova experiência administrativa.
“A cidade do Recife precisa de um novo ciclo, de novos sonhos e de mais ousadia administrativa. Tivemos o ciclo do social, entre 2001 e 2008, em que a prefeitura investiu bastante na periferia. Recentemente, com o PSB, tivemos um ciclo mais técnico e voltado para gestão. Agora, o Recife dos grandes pólos econômicos precisa se encontrar com o Recife da periferia. Isso demanda um governo oxigenado, reinventado e impactado pelas novas ideias de governança, prezando pela transparência, eficiência e liberdade para o cidadão”, explicou.
Na Alepe, Albuquerque tem sido um crítico corriqueiro do governo municipal. Em suas intervenções no plenário, o parlamentar colocou em questão a capacidade da prefeitura em lidar com os problemas decorrentes das chuvas, os gastos excessivos com publicidade e a falta de diálogo com o poder legislativo. “Temos, hoje, um governo voltado mais para divulgar do que para fazer. A publicidade é muito eficiente, mas o resultado concreto na vida das pessoas não é a mesma coisa que passa na TV”, criticou o parlamentar, que diz ter construído essa liberdade porque sempre conservou independência política. “É melhor assim, porque posso ter a consciência tranquila para defender o que realmente importa para a população”.
Em que pese ser membro do Progressistas, o deputado diz que se inspira bastante no modelo de atuação política do Partido Novo, legenda capitaneada pelo empresário João Amoedo, que disputou, em 2018, as eleições presidenciais e ficou em quinto lugar. “Admiro a proposta de foco na gestão, do liberalismo econômico, da busca pelos resultados, pelo fim de regalias que sobrecarregam o poder público. Esses valores chamam a minha atenção e acho que ele pode ser posto em prática no Recife. Muitas dessas pautas já são do meu partido, o PP; apenas incorporo novas práticas vindas de outras legendas. Sou a favor do diálogo”.
