A Polícia Federal concluiu uma perícia em um estojo de joias sauditas que estava retido na Receita Federal após ter sido trazido ao Brasil por uma comitiva do governo de Jair Bolsonaro. A análise, iniciada em abril deste ano, revelou que o conjunto está avaliado entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões, e não em R$ 16,5 milhões como inicialmente divulgado. Essa informação foi inicialmente publicada pelo Portal G1 e confirmada pelo Metrópoles.
O estojo de joias, composto por anel, colar, relógio e brincos de diamante da Arábia Saudita, estava retido na Receita Federal em São Paulo e foi entregue à Polícia Federal em 5 de abril. Os peritos realizaram uma análise da qualidade do ouro e das pedras e chegaram a um valor diferente da estimativa feita pelo jornal O Estado de S. Paulo, que trouxe o caso à tona.
Em maio, a Receita Federal divulgou uma avaliação de R$ 5,6 milhões para o estojo. Agora, com o laudo pericial da PF, foi concluído que o valor não ultrapassa R$ 5 milhões.
Esse estojo foi o primeiro a ser apreendido no Aeroporto de Guarulhos em 2021, quando os materiais chegaram ao Brasil na mochila do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Posteriormente, descobriu-se que o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu outros dois presentes da Arábia Saudita: o primeiro foi recebido em 2019 pelo próprio mandatário e o segundo presente veio com o estojo apreendido, passando despercebido pela fiscalização da Receita.
Bolsonaro compareceu à sede da Polícia Federal em Brasília em abril deste ano para prestar esclarecimentos sobre os presentes da Arábia Saudita, permanecendo no prédio por pouco mais de 3 horas. Além dele, outras nove pessoas prestaram depoimento, sendo cinco em Brasília e quatro em São Paulo, incluindo o antigo ajudante de ordens do ex-presidente, tenente-coronel Mauro Cid.
Desde que o caso veio à tona, Bolsonaro nega irregularidades e afirma que os objetos foram registrados no acervo da Presidência da República. Durante as tentativas do governo Bolsonaro de recuperar o pacote de joias, que ocorreram por meio dos ministérios da Economia, de Minas e Energia, e de Relações Exteriores, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar a Guarulhos na última tentativa, realizada três dias antes de Bolsonaro deixar o governo. O ex-presidente também enviou um ofício ao gabinete da Receita, no documento ofício, Bolsonaro solicitava que as joias fossem destinadas à Presidência da República. O documento foi assinado por Mauro Cid, ajudante de ordens e “faz-tudo” do ex-presidente.
Apesar das tentativas de reaver as joias, o estojo permaneceu retido pela Receita Federal. Agora, com a conclusão da perícia da Polícia Federal, o valor estimado das joias foi reduzido para entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões.
O caso das joias sauditas tem gerado polêmica e levantado questionamentos sobre possíveis irregularidades e o uso de recursos públicos para tentar recuperar os objetos. As investigações em torno do episódio continuam, e os depoimentos prestados à Polícia Federal podem fornecer mais informações sobre as circunstâncias da apreensão e o envolvimento das autoridades do governo.
Enquanto isso, a divulgação do resultado da perícia pela PF traz uma nova perspectiva sobre o valor das joias e pode influenciar o desenrolar das investigações e possíveis desdobramentos legais.
É importante ressaltar que o caso das joias sauditas ainda está em andamento, e é necessário aguardar novas informações e desdobramentos para compreender completamente a situação e suas eventuais consequências legais.
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