Decidida a deixar o PT, a deputada federal Marília Arraes corre um sério risco de levar um grande prejuízo eleitoral, sobretudo após o ex-presidente Lula afirmar que não subirá em seu palanque na disputa pelo governo de Pernambuco.
Não precisa ir muito longe para identificar o quanto arriscada será a manobra de Marília Arraes deixando o PT. Na história recente tivemos o caso de João Paulo, que foi prefeito do Recife por duas vezes, elegeu o sucessor e teve um mandato de deputado federal com expressiva votação em 2010.
Nas eleições seguintes disputou o Senado em 2014 e a prefeitura do Recife em 2016, nas duas ocasiões acabou derrotado, porém obteve expressivas votações. Na eleição seguinte, em 2018, decidiu ser candidato a deputado estadual pelo PCdoB, que inclusive sempre foi um parceiro do PT.
As urnas trouxeram uma ingrata surpresa para João Paulo, que obteve apenas 29.442 votos, tendo metade do que se estimava para ele. A prova do equívoco foi tanta que João Paulo decidiu regressar ao PT para tentar recuperar seus votos e quem sabe ter uma reeleição tranquila em 2022.
Indiscutivelmente, Marília dentro do PT tem um tamanho, fora dele e sem o aval de Lula tem outro. Ela terá que mostrar ser muito boa de urna para não ter um desempenho parecido com o de João Paulo em 2018, e se porventura não obtiver uma vitória para o cargo que disputar, correrá sério risco de cair num ostracismo, sem mandato e sem perspectivas de poder, tenderá a minguar. Importante lembrar que em caso de derrota em outubro, Marília estará num curto espaço de tempo amargando dois resultados negativos e isso irá naturalmente tirar qualquer brilho do seu projeto político.
