
Em clima de São João, Frente Popular testa palanque para 2026 em Petrolina
A tradicional festa junina na residência do ex-senador Fernando Bezerra Coelho, em Petrolina, realizada na última quinta-feira (12), foi o ponto de encontro político mais simbólico do mês até agora. Desde os anos 1980, o evento reúne lideranças de diversos espectros, mas nesta edição, com o xadrez de 2026 em fase de montagem, o arraial ganhou contornos de ensaio eleitoral da Frente Popular de Pernambuco.
Entre os presentes, o prefeito do Recife e nome natural para disputar o Governo do Estado, João Campos (PSB), foi a principal figura em evidência. Ao seu lado, estavam aliados de peso e potenciais integrantes de uma chapa majoritária: a prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), cotada para a vice; o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), também lembrado para o mesmo posto; o ministro Silvio Costa Filho (Republicanos), forte candidato ao Senado; a ex-deputada federal Marília Arraes (Solidariedade), que sonha com uma das duas vagas de Pernambuco na Câmara Alta; e o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil), que, além de anfitrião indireto via o pai, também mira o Senado Federal.
A movimentação dos bastidores foi intensa e deixou clara a tentativa de acomodar forças políticas distintas sob um mesmo guarda-chuva. Com João Campos praticamente consolidado na cabeça da chapa, o desafio agora é montar a engrenagem sem desagradar demais. A vice parece ter três nomes centrais na disputa: Márcia Conrado, que garantiria o espaço do PT e o peso do Sertão; Álvaro Porto, figura estratégica no Agreste e presidente da Alepe; e, em menor grau, outros quadros ainda em análise. No Senado, a disputa é ainda mais apertada.
Além de Silvio Costa Filho, Marília Arraes e Miguel Coelho — todos presentes em Petrolina —, há ainda dois nomes estratégicos que, mesmo ausentes da festa, seguem no jogo: o senador Humberto Costa (PT), que deseja a reeleição, e o deputado federal Eduardo da Fonte (PP), presidente da federação União Brasil-PP. A presença de Miguel exige, inclusive, um movimento delicado: além de se viabilizar como nome da federação para o Senado, ele teria que convencer Eduardo da Fonte a apoiar a candidatura de João Campos, superando o vínculo atual com Raquel Lyra.
Com seis pré-candidatos para três vagas (vice e duas ao Senado), a Frente Popular terá que fazer escolhas difíceis — e abrir mão de nomes de peso. O São João político começou animado, e os próximos meses prometem ainda mais dança no tabuleiro.
STJ – As duas últimas nomeações de ministros do STJ oriundos de Pernambuco foram Francisco Falcão, em 1999, e Og Fernandes, em 2008. Desde então, o estado não voltou a ocupar espaço na mais alta corte infraconstitucional do país. Diante da relevância histórica e jurídica de Pernambuco para o Brasil, cresce entre juristas e lideranças locais a defesa de que o estado volte a ter representantes no Superior Tribunal de Justiça. Além de reforçar a presença regional no Judiciário, a escolha de um nome pernambucano atenderia ao princípio da pluralidade federativa e traria ao tribunal a contribuição de uma tradição jurídica reconhecida nacionalmente.
Anúncios – Petrolina reafirmou nesta sexta-feira (13) seu protagonismo logístico no Nordeste com dois importantes anúncios feitos pelo ministro Silvio Costa Filho e o prefeito Simão Durando: a implantação de um novo voo direto para Salvador e o projeto da Nova Hidrovia do São Francisco, que promete movimentar até 5 milhões de toneladas por ano entre Pirapora (MG), Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). O evento, que contou com a presença de lideranças como João Campos, Tábata Amaral, Miguel Coelho e Fernando Bezerra, reforçou a visão de que a cidade se consolida como ponto estratégico para a integração regional, gerando mais empregos, competitividade e desenvolvimento para o Vale do São Francisco.
Três poderes em Petrolina – O São João de Petrolina reuniu os chefes dos três poderes do estado na abertura do evento. A governadora Raquel Lyra, do executivo, o presidente da Alepe, Álvaro Porto, do legislativo, e o presidente do TJPE, desembargador Ricardo Paes Barreto, do judiciário.
Inocente quer saber – Quem for preterido na majoritária da Frente Popular poderá migrar para o palanque de Raquel Lyra?
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