União Brasil lançará Ronaldo Caiado em abril
O anúncio da pré-candidatura de Ronaldo Caiado à Presidência da República em 2026 movimenta o tabuleiro político nacional e reacende o debate sobre a sucessão no espectro da direita. Atual governador de Goiás e filiado ao União Brasil, Caiado busca se consolidar como uma alternativa viável para o eleitorado conservador, especialmente após a inelegibilidade de Jair Bolsonaro.
Com o lançamento oficial previsto para o dia 4 de abril, em Salvador, o evento deverá reunir lideranças políticas e reforçar sua estratégia de nacionalização de sua imagem. O local escolhido não é por acaso: a Bahia é um dos estados mais estratégicos para qualquer candidatura presidencial, dada sua relevância eleitoral.
No entanto, a caminhada de Caiado rumo ao Planalto não será simples. O governador enfrenta um processo de inelegibilidade, imposto pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, que pode comprometer sua viabilidade na disputa. A acusação de abuso de poder político durante as eleições municipais de 2024 ainda depende de julgamento em instâncias superiores, mas já representa um obstáculo significativo.
Além dos desafios jurídicos, Caiado precisará construir pontes dentro da própria direita, onde outros nomes despontam como possíveis candidatos. A falta de uma liderança consolidada após Bolsonaro deixa um vácuo político, mas também gera divisões internas no campo conservador. Figuras como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema e até mesmo aliados do ex-presidente são peças-chave nesse xadrez eleitoral.
A experiência de Caiado na política é extensa. Médico de formação, iniciou sua trajetória pública como deputado federal, tornando-se senador e, posteriormente, governador. Sua gestão em Goiás é marcada por uma postura firme na segurança pública e na gestão fiscal, temas que certamente serão explorados em sua campanha nacional.
O discurso de sua pré-candidatura já está delineado: defesa do agronegócio, combate ao crime organizado e um modelo econômico liberal. No entanto, para se consolidar como um nome competitivo, Caiado precisará ampliar sua base de apoio, especialmente fora do Centro-Oeste, onde tem maior penetração.
A corrida eleitoral de 2026 começa a tomar forma, e a entrada de Caiado adiciona mais um ingrediente ao cenário. Resta saber se ele conseguirá superar os desafios jurídicos e políticos para se tornar, de fato, uma opção viável para a Presidência da República.
Agenda – A governadora Raquel Lyra cumpre uma intensa agenda nesta segunda-feira (24), com compromissos na Região Metropolitana do Recife e no Sertão. Pela manhã, participa do acolhimento de novos residentes do SUS em Olinda e inaugura a nova sede da Faculdade de Odontologia de Pernambuco, no Recife. À tarde, visita obras habitacionais em Serra Talhada, inaugura o primeiro Centro de Hemodinâmica 100% SUS do Sertão e assina a ordem de serviço para construção de oito novas creches na região.
Alemanha – O partido de centro-direita União Democrata-Cristã (CDU) deve vencer as eleições parlamentares da Alemanha, que ocorreram neste domingo (23), com 30% dos votos, indicam pesquisas de boca de urna. Além disso, a legenda de direita radical Alternativa para Alemanha (AfD) deve se tornar a segunda maior força política do país, com um recorde de 20% dos votos. Friedrich Merz, líder da CDU, terá a missão de formar um novo governo, substituindo o chanceler Olaf Scholz, cujo Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) ficou em terceiro lugar, conforme apontam as projeções.
Permanência – O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), permanecerá no cargo, apesar de especulações sobre sua ida para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI). A decisão ocorre em meio à reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende definir até sexta-feira (28), antes do Carnaval. O remanejamento abre mais espaço para o Centrão e fortalece nomes como Isnaldo Bulhões (MDB-AL), favorito para a SRI, especialmente por sua proximidade com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Insatisfação – Além das mudanças ministeriais, Lula tem demonstrado insatisfação com a atuação de alguns de seus auxiliares. Durante o evento de 45 anos do Partido dos Trabalhadores, no Rio de Janeiro, afirmou que “o ministério do meu governo não sabe o que está fazendo” e criticou a falta de conhecimento sobre as ações governamentais. A declaração reflete sua preocupação com a comunicação e a execução de políticas públicas, sendo um indicativo de possíveis ajustes mais amplos no governo.
Inocente quer saber – Quantas mudanças Lula realizará em sua equipe ministerial?
