João Campos se articula para ser o candidato único de Lula em Pernambuco em 2026
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), está determinado a consolidar sua candidatura ao Governo de Pernambuco em 2026 com o apoio exclusivo do presidente Lula (PT). Em encontro realizado na última quarta-feira (23), no Palácio da Alvorada, Campos discutiu diretamente com o chefe do Executivo federal o cenário político local, buscando garantir que o presidente esteja em um só palanque no estado. A intenção é afastar qualquer especulação sobre uma eventual divisão de apoio presidencial, como já ocorreu no passado.
Nome prioritário do PSB para a disputa, João Campos pretende deixar a Prefeitura do Recife em abril de 2026 para entrar na campanha estadual contra a atual governadora Raquel Lyra (PSD), que, apesar de manter relação institucional cordial com Lula, ainda não indicou qual será sua posição política na disputa presidencial. Em 2022, Raquel apoiou Simone Tebet no primeiro turno e se manteve neutra no segundo.
Com aprovação expressiva na capital — reeleito em 2024 com 78% dos votos válidos no primeiro turno —, João Campos tem expandido sua presença no interior. Esteve em eventos como o Festival de Inverno de Garanhuns, exposições em Serra Talhada, e a tradicional Missa do Vaqueiro, em Serrita, onde dividiu holofotes com a governadora. Mesmo diante de críticas veladas de Raquel — que alfinetou indiretamente o uso político das redes sociais — Campos tem evitado confronto direto, mantendo a postura de quem prioriza articulações de bastidor.
O PSB considera Pernambuco estratégico em 2026, e trabalha para repetir a aliança com o PT, essencial para Lula em um cenário nacional no qual alianças com o centrão tendem a ser mais escassas. O arco de apoios de Campos já inclui siglas como PT, União Brasil, Republicanos, MDB, PSDB e PCdoB, enquanto Raquel conta com Podemos e PP.
A composição da chapa majoritária também é tema sensível. Há quatro nomes na disputa por duas vagas ao Senado: Humberto Costa (PT), Marília Arraes (Solidariedade), Miguel Coelho (União Brasil) e Silvio Costa Filho (Republicanos). Humberto é tido como presença certa, enquanto a segunda vaga será definida com base em pesquisas. O desempenho de Gilson Machado (PL), pré-candidato com apoio de Bolsonaro, preocupa e poderá influenciar essa definição.
O movimento de João Campos evidencia seu foco: construir uma frente ampla e consolidar-se como principal adversário da atual governadora, com respaldo do presidente Lula e da base aliada nacional.
Sem acordo – A poucos dias do prazo final imposto pelos Estados Unidos para a negociação de tarifas comerciais, o Brasil segue isolado e com poucas chances de escapar do “tarifaço” anunciado por Donald Trump. Enquanto países da União Europeia, Japão, Reino Unido e China já firmaram acordos que reduziram significativamente as alíquotas impostas por Washington, o Brasil foi alvo da maior taxação: um acréscimo de 50% sobre todos os produtos exportados aos EUA. Sem avanços concretos nas negociações e diante de uma postura considerada política por parte da Casa Branca — que mantém apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro —, o governo brasileiro vê as portas se fecharem. O novo pacote de tarifas entra em vigor já na próxima sexta-feira, 1º de agosto, segundo confirmou o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick.
Sem risco – Mesmo ausente do país e vivendo nos Estados Unidos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não corre risco de perder o mandato por faltas em 2025, graças às regras internas da Câmara dos Deputados. Amparado por ato da Mesa Diretora de 2017, o controle das ausências só será analisado formalmente a partir de março de 2026, com base na frequência do ano anterior. Apesar de a Constituição prever perda de mandato por ausência em um terço das sessões sem justificativa, a contagem só considera os períodos em que o parlamentar está efetivamente no exercício do cargo — o que exclui o intervalo em que Eduardo esteve licenciado para tratar de interesses particulares, de março a julho.
Multa – O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) multou o prefeito de Tupanatinga, José Ronaldo da Silva (PP), em R$ 5.467,51 por não enviar, dentro do prazo legal, o demonstrativo de receitas e despesas com a educação referente ao 6º bimestre de 2024. A decisão unânime da Primeira Câmara do TCE considerou que a omissão compromete a transparência e a fiscalização dos recursos públicos. Relator do processo, o conselheiro Carlos Neves destacou que o envio pelo Sistema SIOPE era obrigatório e que a ausência de justificativa plausível configurou “sonegação de informação”, conforme previsto na Lei Estadual nº 12.600/2004.
Inocente quer saber – Sem o apoio de Lula, Raquel Lyra apoiará Tarcísio para presidente em 2026?
