
Com Paulo Câmara, Banco do Nordeste vira peça-chave em novo ciclo industrial da região
Nesta quarta-feira (28), em Salgueiro (PE), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou um dos programas mais ambiciosos da sua gestão para o Nordeste: a Chamada Nordeste, iniciativa que prevê a liberação de R$ 10 bilhões em crédito para projetos industriais estratégicos voltados à inovação, sustentabilidade e desenvolvimento regional. Mas, mais do que uma promessa de governo, o que se viu foi a consolidação do protagonismo de Paulo Câmara, presidente do Banco do Nordeste (BNB), como figura central na execução da nova política industrial da região.
Ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara assumiu o comando do BNB com a missão de reposicionar o banco como instrumento estratégico de transformação econômica do Nordeste. E a Chamada Nordeste é, até aqui, sua principal vitrine. Foi Câmara quem detalhou o funcionamento do programa, articulou o apoio técnico e financeiro de instituições como BNDES, Finep, Caixa e Banco do Brasil, e quem estará à frente do comitê técnico que selecionará os projetos. Não é exagero dizer que o sucesso do programa passa diretamente pela atuação do BNB sob sua liderança.
“Com base nessa plataforma, vamos selecionar projetos e, já a partir de novembro, eles receberão recursos para estimular instalação de indústrias, data centers e outros negócios que irão gerar emprego e renda em nossa região”, afirmou Paulo Câmara durante o evento.
A escolha de Salgueiro para o anúncio não foi casual. A cerimônia coincidiu com a assinatura da ordem de serviço da EBI-3, no Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, que vai beneficiar 237 municípios em PE, CE, PB e RN. Crédito e infraestrutura caminham juntos — e Paulo Câmara, com sua experiência administrativa e seu trânsito político no Nordeste, surge como o condutor ideal para essa travessia.
Ao lado de Lula, Paulo Câmara deu mostras de que o Banco do Nordeste voltou a ser um banco de desenvolvimento, e não apenas um repassador de recursos. O presidente plantou a semente, mas é Câmara quem vai regar, podar e fazer crescer a nova industrialização nordestina. O sucesso da Chamada Nordeste, e do próprio governo Lula na região, dependerá cada vez mais de sua capacidade de articulação, agilidade e execução.
Transposição – Em Salgueiro, no Sertão pernambucano, a governadora Raquel Lyra e o presidente Lula autorizaram a duplicação da capacidade de bombeamento do Eixo Norte da Transposição do Rio São Francisco, obra que vai beneficiar cerca de 8 milhões de nordestinos com maior segurança hídrica. A ação, orçada em R$ 491,3 milhões, amplia a vazão de água para municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, reforçando o compromisso do governo federal em combater a seca e promover o desenvolvimento regional.
Referência – Fernando Monteiro (Republicanos-PE) virou nome de destaque no Congresso Nacional quando o assunto é seguro. A convite da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o deputado tem participado de eventos internacionais, levando ao debate o uso do seguro em políticas públicas, especialmente no enfrentamento à crise climática. Em uma das agendas mais recentes, esteve ao lado da diretora executiva da COP30, Cristina Reis.
Críticas – O presidente do PL em Pernambuco, Anderson Ferreira, ironizou a visita de Lula ao estado, afirmando que o presidente chega após dois anos e meio de governo para anunciar investimentos em uma obra da transposição que, segundo ele, foi praticamente concluída por Bolsonaro. “A água chegou, mas cadê o desenvolvimento econômico prometido?”, questionou. Anderson criticou a demora, a falta de planejamento e alertou para o risco de desvios, como os registrados em gestões anteriores do PT. Sobre a mobilização de aliados em torno de Lula, provocou: “Quero ver amanhã quem vai carregar esse caixão.”
Inocente quer saber – Afinal de contas, quem foi determinante para a transposição, Lula ou Bolsonaro?