O deputado estadual Álvaro Porto (PTB) apresentou, na Assembleia Legislativa, voto de aplauso a toda a cadeia produtiva de grãos em Pernambuco. Desde produtores que trabalham com estas culturas, na terra, até o setor avícola que garante a compra da produção, gerando empregos, negócios e aquecendo a economia.
Pernambuco hoje é o quarto maior produtor de aves e ovos do país e o primeiro do Nordeste. De acordo com dados da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), o estado conta com mais de 1.500 produtores que tocam uma indústria que reúne um plantel de 17 milhões de aves de postura, sendo 2 milhões para recria e 15 milhões para produção de ovos. Por mês, o estado produz 14 milhões de aves de corte, enquanto a produção de ovos supera os 10 milhões de unidades por dia. Mensalmente o setor consome 100 toneladas de milho.
“Nesta rede que envolve desde grandes empresas produtoras de alimento até a agricultura familiar, o cultivo de grãos é uma atividade com amplas condições de expansão”, frisa Porto.
No que diz respeito ao milho, especificamente, as projeções estimadas para a safra mundial 2020/2021, conforme matéria publicada em novembro do 2020 pelo Diario de Pernambuco, estão na ordem de 1,1 bilhão de toneladas, segundo dados do United States Department of Agriculture (USDA). Esta realidade faz do milho o produto vegetal mais produzido no mundo.
Neste universo, a produção brasileira representa 9,5% da mundial, sendo o segundo maior produtor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Os dados impactantes se contrapõem ao contexto pernambucano. Aqui, o milho representa apenas 0,03% da produção nacional, apesar de o estado possuir uma grande demanda do grão como insumo primordial em segmentos produtores de proteína animal tais como a bacia leiteira, a pecuária, a piscicultura e, principalmente, a avicultura.
Atualmente a cultura do milho ocupa aproximadamente 3 mil hectares no estado, com custo de cerca de R$ 5 mil por hectare, o que totaliza R$ 15 milhões de investimento na atividade. Isso sem falar nos gastos em tecnologia, máquinas e equipamentos destinados a elevar a produtividade.
No sentido de ampliar a produção estadual de grãos, com ênfase no milho, mas também incluindo sorgo e soja, a Avipe está à frente do projeto Grãos em Pernambuco. A partir de visitas a outras regiões nordestinas que já contam com sistemas de produção – Sul do Piauí, Maranhão, Sergipe e Alagoas – a Avipe propôs um olhar mais regionalizando, analisando as áreas com solo e topografia adequadas ao cultivo de grãos. “A ideia é associar qualidade e alta produtividade”, diz.
A iniciativa está mobilizando produtores, instituições financeiras/governamentais e investidores do setor de grãos. Entre os parceiros da Avipe estão Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper). A junção de forças visa a elaboração de um estudo tecnológico que deverá mapear os solos, considerando as questões climáticas, as limitações decorrentes da escassez de água, o mapeamento das chuvas e, por fim, o direcionamento dos conhecimentos à produção dos grãos.
A Avipe buscou parceria com instituições financeiras que poderão fazer o financiamento inicial para aqueles que queiram produzir. Segundo informações da entidade, um zoneamento foi realizado, o que poderá dar o respaldo necessário para a liberação de financiamento com o seguro agrícola.
“O objetivo do projeto, de acordo com a Avipe, é implantar a cultura de plantio desses grãos no estado, sendo rentável para quem for produzir e, simultaneamente, colaborando com a avicultura pernambucana que passará a ter uma alternativa de compra de grãos mais próximo de suas granjas”, ressalta. Atualmente, grande parte do milho vem de outros estados.
O projeto estimulará a produção local, encadeada pelo zoneamento agrícola sob condições de sequeiro, sem irrigação, para o Agreste e as zonas da Mata Norte e Sul, permitindo o financiamento das entidades de fomento para a implantação da cultura.
“O cenário de otimismo, decorrente do alto valor do dólar e de projeções da manutenção de preços altos do milho para os próximos dois anos, coloca o grão como opção para fins industriais, em Pernambuco, sem substituir, todavia, o tradicional milho verde empregado como matéria-prima de pamonha, mungunzá, canjica entre outros pratos da nossa culinária”, diz.
Porto destaca que o voto de aplauso não só felicita o projeto da Avipe e o comprometimento de produtores, instituições financeiras e governamentais com a iniciativa. “Queremos também pedir empenho dos governos federal e estadual no respaldo a toda a cadeia produtiva, que envolve agricultura, indústria, consumo e geração de divisas. Também é importante salientar que nosso mandato está à disposição do setor para encaminhar pleitos e lutar pela valorização dos agricultores e empreendedores e pela maior produtividade”, afirma o deputado. “Por fim, queremos parabenizar o arrojo e a determinação dos produtores pernambucanos por apostarem no futuro e no crescimento do agronegócio no estado”, completa.
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